Bicha feia, pobre, burra e do interior

Arte: Reclining Male Nude. 1907. Henri Matisse. MET.

Quando se é bicha de interior há um mundo estabilizado em que existem aqueles que não toleram e nem suporta os atos homossexuais e escandalosos, que a maioria dos gays do interior costumam cometer, e aqueles que fingem que não estão vendo a não-tão-bela-flor desabrochando entre pelos e pernas masculinas.
Fugindo do preconceito controlado, esses gays buscam refúgio na capital, especificamente na universidade, pública ou particular, onde podem fingir que estudam cursos como teatro, música, pedagogia... Com ilusões debaixo do braço, um rosto bexiguento provocado pela acne e uma sede por sexo e álcool, esses pobres, magros e indecentes seres creem terem o mundo a seus pés e todos os outros indivíduos como seus serviçais quando na realidade bicha pobre, feia e burra do interior não consegue nada além de sexo pago ou do estigma proveniente do coitadismo de gênero.
A universidade está lotada de gays desse tipo, que são repudiados pelos gays que estudam de verdade e que procuram o progresso pessoal contínuo e incessantemente. A universidade não é amigável a esses. E a capital é o grande prostíbulo que se servirá dos seus corpos para manter em atividade o baixo meretrício gay. 
É isso que eles tentam não ver, mesmo quando o programa já está marcado no banheiro da rodoviária velha da capital sergipana.

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