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Mostrando postagens com o rótulo Gay

O ódio da mulher ressentida

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  Fonte:  Portrait of a Woman. Netherlandish Painter (ca. 1540–50). Metmuseum Há um ódio cultivado nos espaços físicos e virtuais que é sentido e muito pouco comentado. Trata-se do ódio feminino contra outras mulheres e contra toda a comunidade LGBTQIAPN+. Um ódio tão escancarado que deixa o observador menos atento horrorizado com tamanha ousadia odienta.  Protegidas por discursos construídos para protegê-las mesmo diante das mais absurdas barbaridades que cometam, as mulheres começam a se tornar opressoras, à semelhança do seu opressor do passado. Não aceitam as escolhas dos homens em assumir sua identidade de gênero e as suas preferências sexuais; não aceitam a independência de outras mulheres, a despeito da idade, da aparência e/ou da profissão; não aceitam não serem mais as escolhidas para a convivência por conveniência social. Os homens, mais livres do machismo perpetuado pela mulher no processo de construção da identidade social, aceitam, falam e agem como...

A crônica corporativa do Pride Day

É 28 de junho e logo pela manhã os alarmes tocam para lembrar que é preciso fazer um post com as cores do arco-íris e expressar, também em palavras, nas  redes sociais, o quanto a Organização é engajada na luta LGBTQIAP+. Lindo de ser o quanto o mundo corporativo é colorido e "acolhedor". E assim que as imagens e os textos são postados e a obrigação do dia é dita terminada é hora de voltar à normalidade. E a normalidade significa que o funcionário gay não é medido de acordo com sua competência no trabalho, a mulher que se assume lésbica precisa seguir o padrão de comportamento que se espera "para esse tipo de pessoa";  Trans na seleção de amanhã?  Travesti aqui na empresa?!  _ Não somos preconceituosos, até temos um rapaz divertido... E o discurso conhecido até pelos héteros mais ortodoxos começa e não para até que se chegue nas linhas tortas de um certo livro religioso, cuja interpretação é quase um crime. Dizendo-se sem preconceitos essas Organizações e seus tóxic...

A felicidade masculina

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O banheiro está livre. Vazio. Um entra. Desabotoa a calça. Espera.             Espera.                          Espera. Outro entra. Olha ao redor. Observa o ser à frente. E aproxima-se. Toca-lhe o ombro. O primeiro vira-se.  Falo em riste. A porta se fecha. Os homens são felizes                                       Somente em banheiros públicos.

As bichas da encruza

Ali na encruzilhada, em uma das esquinas, três gays travestis estão batendo ponto. Nunca apareceram por essas bandas e com a quarentena é de se supor que a clientela tenha diminuído e como ali na esquina é ponto de venda de entorpecentes, capaz de não só se reabastecerem com a felicidade ilícita como ainda descolarem uma rasgada anal de algum cara ocioso (que não falta no referido ponto) e cioso de sua necessidade carnal de um buraco qualquer. Tem um magro com roupas banais, um com cabelos longos com luzes com roupa tendendo ao vulgar e outro igualmente ordinário e sem nenhuma expressividade. Lá, na sagrada encruzilhada, virou ponto de bicha puta, não bastando toda a droga que escorre. E dizem que farão jejum para salvar o Brasil do novo coronavírus. Pelo que se vê nessas áreas periféricas, pobres, amundiçadas é que o Brasil não precisa de livramento de vírus nenhum - precisa é de uma banho de civilidade política, social, histórica e econômica. ___________ Acesse e le...

A capital desgraçada

Palco de mais um escândalo envolvendo a classe LGBTQI+, Maceió é a capital que poderia ser eleita uma das mais, se não a pior delas, em que essa comunidade mais sofre com preconceito e segregação. E o povo maceioense não restringe seu ódio apenas aos LGBTQI+. O ódio é estendido a quem é do interior, a quem é pobre e àqueles que não moram na poluída e desorganizada Ponta Verde. Para aqueles que conhecem a realidade alagoana sabe muito bem que a não muito a quantidade de gays e travestis assassinados e abandonados em canaviais era absurda. Programas como o Cidade Alerta e o Balanço Geral, atualmente, tinham parte de suas matérias voltadas a esses assassinatos. E geralmente eram as bichas enrustidas que assassinavam os pares depois de uma ou várias noites de sexo pago e clandestino.  A sociedade maceioense não está preparada para aceitar os próprios gays. Um exemplo disso é aquele professor de uma certa instituição pública federal encontrado morto dentro da própria casa e...

Bicha feia, pobre, burra e do interior

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Arte: Reclining Male Nude. 1907. Henri Matisse. MET. Quando se é bicha de interior há um mundo estabilizado em que existem aqueles que não toleram e nem suporta os atos homossexuais e escandalosos, que a maioria dos gays do interior costumam cometer, e aqueles que fingem que não estão vendo a não-tão-bela-flor desabrochando entre pelos e pernas masculinas. Fugindo do preconceito controlado, esses gays buscam refúgio na capital, especificamente na universidade, pública ou particular, onde podem fingir que estudam cursos como teatro, música, pedagogia... Com ilusões debaixo do braço, um rosto bexiguento provocado pela acne e uma sede por sexo e álcool, esses pobres, magros e indecentes seres creem terem o mundo a seus pés e todos os outros indivíduos como seus serviçais quando na realidade bicha pobre, feia e burra do interior não consegue nada além de sexo pago ou do estigma proveniente do coitadismo de gênero. A universidade está lotada de gays desse tipo, que são repudiado...

Home Holy II

Home holy I

Ninguém salva o Brasil de si

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Portrait of the Artist. Mary Cassatt. Met. Olhando a onda que se espalhou pelo país, e que é tão costumeira no processo eleitoral de um povo que resiste ao processo educacional civilizatório, há que sorrir da ironia do eleitores frente às ideologias dos partidos e às "propostas" dos presidenciáveis. À parte as agressões, reais e inegáveis, dos bolsominions contra minorias e a latente apologia à tortura e à ditadura; e igualmente desconsiderando os petistas fanáticos, tem-se um drama violento que se desenrola nas ruas, nas igrejas e nos domicílios, onde ninguém sai vencedor, a despeito do resultado do pleito. Foi observando essas anomalias que chego à conclusão que uma parte dos gays enrustidos continuarão cometendo suicídio e aumentando os casos de depressão registrados no sistema de saúde. E isso pela simples razão de que eles acreditam que estar enrustido, suprimindo seus desejos em uma organização religiosa (pensando que vai para um pseudo céu) e aplaudindo dis...

A morte do Bumbum

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Foto: Truman Capote. Irving Penn. 1948 E lá ia o Bumbum Guloso, sob a chuva, desviando-se das poças de lama, para a academia. Com a matrícula ainda recente no novo point do corpo, do suor e do prazer, Bumbum Guloso ainda não tinha se adaptado à dobradinha exercícios-cantadas. Ainda com insatisfação pelo bumbum que não crescia, lá ia agachando. Aliás, agachamento era o que não faltava em sua vida. Agachava no trabalho para os impúberes, agachava em casa para o residente, agachava na academia tão logo alguém chamasse. E apesar de tudo a insatisfação continuava ali, martelando – seu bumbum não crescia, não importava o que fizesse. E a concorrência bundástica sempre acirrada, sempre imperdoável. Bumbum Guloso então foi mudando de academia, de instrutores, de alimentação e nada acontecia. Um dia, Bumbum Guloso, na hora fatídica do agachamento de 90kg com o residente, resolveu, orgulhoso, perguntar-lhe sobre o seu desempenho e o seu bumbum turbinado. Ao ouvir, mais uma vez, uma n...

Os cortiços aracajuanos

É notório que as palavras “econômico”, “qualidade” e “imóvel” não se aglutinam na mesma oração quando se refere a imóveis alugáveis e em bom estado em Aracaju. É, na melhor das hipóteses para o problema de moradia nessa capital, razoável dizer que se pode encontrar cortiços – muito parecidos com o de Aluísio Azevedo, em uma forma sensivelmente mais moderna e mais pobre – em que reina uma certa promiscuidade no que se refere à propriedade e aos habitantes. Retirando qualquer traço de preconceito ou estereótipo que pode haver na descrição desses lugares, não é possível – ou razoavelmente aceitável – que se tenham pessoas, de diferentes hábitos, higiene, particularidades e manias coexistindo no mesmo lugar, dividindo o mesmo banheiro, a mesma área de serviço (se é que se pode dizer que é uma área de serviço). E o principal motivo reside justamente no fato de que essas pessoas não poderiam estar vivendo em um ambiente tão coletivizado como os cortiços que existem na Capital de todos os...