A beleza utópica do dia das mães

Arte: Vase of Flowers. Franz Kline. Met.

Seria lindo acordar no domingo do "dia das mães" com a disposição de um maratonista e preparar um belo e refinado café da manhã e acrescentar um presente pacientemente escolhido durante dias para agraciar a mulher que "nos deu a vida".
Seria lindo se existissem mulheres que verdadeiramente amam seus filhos e não apenas fingem amar apenas para agradar o pai da criança/adolescente/indivíduo.
Seria lindo se existissem mulheres que não usam crianças como moeda de troca pelo amor do homem.
Seria lindo se existissem mulheres que realmente quisessem ser mães e não apenas parideiras por conveniência ou convenção social.
O dia das mães é, dentre as datas comemorativas, a mais ridícula porque força um sentimento que não existe entre madre e prole. Um amor de conto de fadas que não resiste às horas de sol e que faz com que perpetuemos a hipocrisia.
Não devemos amar outras pessoas por força das convenções sociais, mesmo que sejam mulheres que pariram.
Não devemos respeitar quem faz mal à própria prole; quem prostitui e faz dos filhos a força econômica de modo que estes sustentam vícios e relacionamentos abusivos.
Tudo seria lindo se não fosse a vida real e as condições degradantes em que mães subjugam filhos e filhas como se fossem objetos.

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