A Realidade nua na ladeira



Serra do Goití - Palmeira dos Índios - AL


A vida é uma ladeira!
Ladeira que nem sempre é tão íngreme como muitos gostariam, nem tão leve como deveria ser para acomodar-nos entre cobertas e vícios – muito embora cultivemos alguns – e deixar os sonhos levar-nos entre desafios e dores.
E dessa ladeira tão estranha e intrincada, trincada pelas manias de reclamações, todos vão subindo a tal da ladeira. É preciso esforço para subir e aproveitar a vista, a brisa – ou as rajadas de vento -, os casos de amor e as reviravoltas do meio do caminho.
E nesse caminho sempre tão intenso, há quem se torne cansativo pelos hábitos de falar do trabalho e nele esconder-se da realidade, sempre nua a buscar um parceiro para as saídas noturnas. Há quem não veja mais que a feiura do lixo que o serviço público não recolhe. Há quem não exista sem uma companhia. Há quem não esteja se importando com nada além de estar bem. Há quem procure entre brigas onde não existe nada além do nada. E todos são, em maior ou menor grau, cansativos em seus hábitos tão seus.
A vida tem lá seus altos e baixos, que seriam melhor traduzidos em paradas de descanso e arranques de vitória ou entusiasmo que acaba levando o ser a um estado de orgulho próprio ou diversão inalienável.
Serra do Goití - Palmeira dos Índios - AL
E, apesar de tudo, um dia a ladeira acaba. Do alto da ladeira, que pode ser uma serra, um morro ou um pequeno amontoado de terra, poderá perceber que houve muito tempo gasto com coisas realmente importantes, reclamações demasiadas para um percurso tão pequeno. E, então, jogaremo-nos do ponto mais alto no vão existente entre o ser e o chão e sumiremos, tal qual aparecemos.

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