Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Homossexualidade

O homem domesticado

Passada a novidade de um isolamento social e de uma doença potencialmente exterminadora, embora não a única, a sociedade segue seu curso egoísta rumo a mudanças dramáticas. E se a saúde tem sido o assunto dos governos, nacionais e internacionais, o sexo e as lacrações entre pessoas inexpressivas, por mais fama que possam angariar, têm sido a pauta do diário das redes sociais, as vitrines do século XXI. E enquanto o mundo virtual convulsiona com as exposições de anônimos, famosos e mentiras, o cotidiano segue sendo alterado em diversos aspectos e nem sempre de forma reversível. E é nessas mudanças que muitas mulheres acabam tendo que ir trabalhar, todos os dias, em meio a pequenas e médias aglomerações, enquanto seus homens ficam em casa, dispensados do trabalho ou em Home Office ou simplesmente parasitando a vida social e econômica dessas mulheres, das mais diversas idades. O papel do homem, como provedor de sua casa ou de sua fêmea não é mais a questão, mas sua utilidade social em te...

Bicha feia, pobre, burra e do interior

Imagem
Arte: Reclining Male Nude. 1907. Henri Matisse. MET. Quando se é bicha de interior há um mundo estabilizado em que existem aqueles que não toleram e nem suporta os atos homossexuais e escandalosos, que a maioria dos gays do interior costumam cometer, e aqueles que fingem que não estão vendo a não-tão-bela-flor desabrochando entre pelos e pernas masculinas. Fugindo do preconceito controlado, esses gays buscam refúgio na capital, especificamente na universidade, pública ou particular, onde podem fingir que estudam cursos como teatro, música, pedagogia... Com ilusões debaixo do braço, um rosto bexiguento provocado pela acne e uma sede por sexo e álcool, esses pobres, magros e indecentes seres creem terem o mundo a seus pés e todos os outros indivíduos como seus serviçais quando na realidade bicha pobre, feia e burra do interior não consegue nada além de sexo pago ou do estigma proveniente do coitadismo de gênero. A universidade está lotada de gays desse tipo, que são repudiado...

Não fale mal dos meus amigos Gays, certo parça!?

Imagem
Não é surpresa para ninguém que milhares de indivíduos procuram as mais diversas denominações religiosas para suprir a necessidade de atenção e para justificar a ignorância, os erros, o preconceito e a discriminação latente. A religião supre muito bem as necessidades dessas pessoas e, sob os artigos da Constituição Federal, as denominações religiosas proliferam-se mais que coelhos. E junto com esse boom de igrejas/pastores que falam com Deus/denominações religiosas com poderes divinos, surgem atrocidades sociais, mais preconceito, mais intolerância e mais ignorância (afinal, pastor e padre (com exceção do atual Papa) é igual a político - Deus os livre de fiéis pensantes e críticos. E nessa nuvem de poluição do pensamento que meu Facebook e Twitter começaram a explodir de publicações decorrentes da Parada Gay, ocorrida há pouco. Gays defendendo as denominações religiosas; evangélicos defendendo o 'modelo tradicional da família' e evangélicos, acompanhados pelo coro católico,...

Madame Satã

Imagem
José Francisco. Foto: Campo de Mandinga Hoje eu quero falar sobre a adaptação cinematográfica da vida de alguém que mudou os paradigmas da sociedade brasileira em um período em que o preconceito e a discriminação eram as vias que justificavam os "bons costumes" e a "dignidade" da família brasileira. O ícone da malandragem e da boemia nacional, principalmente carioca, embora tenha origem nordestina, é o famigerado José Francisco dos Santos, também conhecido como Madame Satã. Foto: Campo de Mandinga À época, representou tudo o que não se deve ser ou seguir. Hoje, se olharmos com calma para a trajetória de Madame Satã veremos o início da revolução de esterótipos, que ainda não muito bem aceitos, permeiam nossas comunidades. Santos era pernambucano, capoeirista exímio, homossexual, negro, boêmio. E, no entanto, ainda hoje relutamos em aceitar que um homossexual seja protetor de mulheres, ainda que recebendo por isso, lutador e folclórico. O filme q...

O silêncio das montanhas

Imagem
Capa da obra Perder alguém, que se ama, é nitidamente doloroso, mesmo que a dor não seja expressada por choros descontrolados e desespero, ela estará lá. Mesmo que os anos destruam o corpo, a alma conserva suas dores e suas lembranças mais queridas; os nomes dos algozes e as vezes em que o silêncio revelou o passado tão feliz e distante. Em O silêncio das montanhas , Khaled Hosseini conta-nos como as decisões egoístas, e muitas vezes precipitadas apenas, torna a vida de muitas pessoas diferente, estranha e infeliz. Hosseini toca nas feridas que se pode ter deixado guardadas com o medo de sofrer; expõe como é difícil deixar a quem se ama, a quem realmente ama, e partir com a dor que não será curada nem mesmo cinquenta e oito anos depois. É com muita delicadeza que o autor coloca diante do leitor o drama da perda, ainda em vida, de alguém a quem se ama mais que a própria vida e questiona-nos sobre o quanto é importante cuidar daqueles a quem se quer bem enquanto é possíve...

Eu te amo!

Homem, você ama outro homem e não é gay? Mulher, você ama outra mulher e não é gay? Não é difícil encontrar inúmeros pedidos implícitos de relacionamento em que os seres carentes procuram qualquer alma vivente para satisfazer sua inevitável sede de amor. E são apelações de todos os tipos: das mais deprimentes às mais divertidas! O que chama a atenção não são as mulheres desesperadas e os homens metidos a conquistadores baratos, mas a capacidade preconceituosa de acreditar que todo amor restringe-se naquele que acaba na cama, esgotado entre a energia dispendida e a ansiedade de um prazer mesquinho. Para a maioria, amar outro homem, de modo fraternal e externalizar isso, é completamente inaceitável, sendo rotulado inclusive como homossexual. O mesmo pode ser dito na seara das mulheres. Se as pessoas dissessem mais o tão famigerado e mentiroso “eu te amo” para os amigos, de modo sincero e despretensioso, sem o cunho sexual, portanto de modo fraternal, teríamos pessoas mais amada...