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Mostrando postagens com o rótulo Artes Plásticas

Entre camadas

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Foto: Queen Mother Pendant Mask: Iyoba. Met Museum Sob as várias camadas de padrões comportamentais exigidos no trabalho, na organização religiosa, nos círculos sociais físico e nos virtuais, quem é você? Quantas enfermidades, físicas e mentais, você desenvolve apenas por fingir, continuamente, ser quem não é? Seus preconceitos, suas vaidades, seus defeitos, suas idiossincrasias negativas, seu lado negativo, seus arremedos intelectuais, seu fascismo interior, seu nazismo cultural, sua cruzada pessoal em direção ao lugar seguro em que os horrores pensados podem ser verbalizados, sua projeção real distorcida e deformada é o que você é. Tudo isso é o que você é. Empurrar uma criança na rua que se joga ao chão fazendo birra, odiar os parentes velhos por toda uma vida de injúrias e opressões, orfanar-se de pais cruéis, detestar filho, desprezar animais, consumir como se não houvesse amanhã todos os bens úteis e inúteis possíveis, deixar-se viciar e ser viciado nos sexos, aduzir-se em pr...

Diário de um abanadonado II

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Arte: Vale da montanha com planalto. Hercules Segers. Metmuseum.    Sim, a hora chega! A fatídica hora em que o fastio das coisas cotidianas nos toma de assalto, jogando-nos em um estado depressivo; um estado de tristeza; um estado em que nada é capaz de satisfazer a necessidade de vida  que, recorrentemente, temos. Nesse momento a luxúria, a gula, a ira e as mais diminutas observações não nos demove da letargia impeditiva de viver. Ou somos experts ou completamente inaptos nesses doces pecados católicos, o que resta é somente uma ausência pura e simples. É nesse assalto que compreendemos os bêbados, os drogados nunca satisfeitos, os suicidas, os antissociais, os doentes mentais. É um assalto que não deixa restos e nem vítimas e nunca termina.  O hoje está sendo assim. O ontem foi assim. O amanhã foi roubado.  

As últimas horas

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Imagem: The Visit, Lamp Effect. Félix Vallotton. Met.  É isso. Nas últimas horas do "ano velho" os seus inimigos ainda estão aí, amargando o fato de não terem conseguido todos os seus maus intentos. Os seus parentes de caráter questionável ainda estão fuçando na lama familiar como porcos caipiras buscando a última pútrida guloseima para se deliciar na festa de fim de ano. Os seus "amigos" estão incomunicáveis, muito embora ativíssimos nos stories das redes sociais. Os seus conhecidos já mandam mensagens de felicidades no ano que se iniciará. Os antigos amores estão esperando  novidades, no meio real e no meio virtual. E seu líder religioso já deseja mais juízo e mais obediência para que sua alma possa se salvar no ano vindouro porque no atual já está perdida. As últimas horas do "ano velho" são horas de uma vida contínua, embora a mídia e a massa do populacho creiam-na mais que especial.  O que nos resta é olhar para trás, não com nostalgia, ma...

Certos dias bestiais

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Foto: Statuette of standing nude goddess. MET. A cada minuto, de certos dias, a gente vai acumulando, sem perceber, quantidades desenfreadas de raivas e ódios diversos - da lama que suja a roupa ao atendente incompetente da lanchonete de fast food , passando pelo professor procrastinador e terminando em casa, com o vizinho ou com o colega de quarto.  O somatório dos minutos culminam, no fim do dia, num sentimento de exaustão em que a burrice alheia, os absurdos ouvidos e as palavras não ditam simplesmente tiram a paciência, muito embora a aparência seja de mar navegável. Certos dias como esses saltam aos olhos a pequenez dos invejosos, a inconveniência dos falatrões e a aberração de uma sociedade composta de gente que tem medo de água e de banhos, da verdade e de deuses distantes. Há que premiar quem suporta, sem reclamar, a bestialidade desses dias - sempre seguidos pela incerteza do que virá no próximo. E há que se dizer, a todos os que cruzam palavras com at...

As nossas pequenezes

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Foto: Egyptian Sculpture. Charles Sheeler. Met. A gente sempre quer alcançar uma coisa grande. A gente sempre quer ser grande;  quer ser mais. O contrário disso é disritmia com a nossa natureza humana. No entanto, olhar para o todo requer coragem e uma dose cavalar de desânimo. É por isso que temos que olhar para as pequenas partes e buscar as pequenas, porém trabalhosas, vitórias. É por meio das pequenas partes, quase insignificantes, que somos feitos e do que são feitas as nossas alegrias mais efêmeras. Somos sol, ar (e estresse), chuva (às vezes de lágrimas e desespero), pequenas vitórias e grandes desassossegos. Assim é que a gente vive nesse mundo de obrigações inventadas, querendo ou não.

Não-tão-pequenos demônios

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Arte: Gabriela Santos.  Quando vemos aqueles casais muito bem apresentáveis em fotografias nas redes sociais pensamos nas mais variadas situações em que nos colocaríamos em situações semelhantes. Vemos sorrisos comprados e romances em declínio. Algumas vezes é possível encontrar pessoas felizes de verdade. Passado o instante de inveja, encontramo-nos na presença de nossos próprios pensamentos e nem sempre isso é algo danoso - até mesmo para os depressivos e ansiosos. Deveríamos, então, entra em contato com os nossos não-tão-pequenos demônios interiores para poder encontrar os momentos realizáveis de felicidade, tal qual vemos, muitas vezes, nas redes sociais.

A hora nona

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Escultura: Perseus with the Head of Medusa. Antonio Canova. Met. Chega uma hora que é só cansaço mesmo. Cansaço de tudo e de todos. Cansaço das imbecilidades. Cansaço das idiotices. Cansaços das máscaras. Cansaço dos discursos. Cansaço das redomas. Então a hora chega e o que resta é escolher sair do tédio de ter que conviver com tudo isso e partir para outra coisa - e o que importa apenas é que essa outra coisa seja apenas diferente. Quem nunca se deparou com essa situação pode estar vivendo errado ou está fazendo parte do grupo de coisas e pessoas cansativas e nem se dá conta. A hora chega e a questão precisa ser resolvida por cada indivíduo à própria maneira.

Status quo

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Foto: Egyptian Sculpture. Charles Sheeler. Met. Embora saibamos que a vida, essa sucessão de acontecimentos aleatórios e descontrolados, seja para uns uma corrida contra o tempo para ver quem chegará primeiro a marte com uma melancia no pescoço montado em um unicórnio enquanto que para outros  ela é só uma maresia de má sorte. Independente de como se queira levar a vida, não se pode admitir a mediocridade ou a humilhação como algo normal e esperado oriundo da estrutura social e necessárias para o próprio desenvolvimento social/espiritual/econômico/intelectual. Não se pode aceitar que o homem, com qualquer  status quo, aceite trocar suas possibilidades por um medo irracional de parecer arrogante ou orgulhoso perante uma sociedade escravagista e injusta. Há uma hora que é preciso olhar para a vida, para os que condenam a arrogância, o orgulho e todos esses "sentimentos" e enviar-lhes os cumprimentos do FODA-SE. FODA-SE a vida. FODA-SE  dualidade entre o div...

Raios indiferentes

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Foto: New York - Washington Square. Charles Sheeler. Met. Faz sol no mundo dos injustos e aqueles que não suportam um feedback estão assustados com a possibilidade de uma chuva de críticas. E tudo o que se pode acrescentar é que títulos acadêmicos não foram inventados para servir de anteparos diante de verdades trovejadas e a estabilidade financeira não serve como lastro diante da incompetência evidente e comprovada. Há aqueles sobre os quais o sol faz bem, mesmo quando o calor e a luminosidade são inclementes - são esses os justos? São esses os que dormem com tranquilidade quando a noite chega? São esses socioeconomicamente instáveis? O que se pode saber com certeza é que a luta não pode parar, assim como o sol, mesmo sobre os injustos, não para de brilhar.

Cultura lacrimosa

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Foto: Statue of Diadoumenos. Charles Sheeler. Met. Domingo. Como de hábito, o dia de arrumar-se, ir à uma igreja qualquer e chorar porque não se tem um "pai" ou um "filho", mas apenas a promessa escrita e incomprovada de uma vida tranquila após a morte. Histerismos. Cada um que vai a essas liturgias creem-se em domínio da verdade e de uma fé inabalável; crê-se tomados de uma religiosidade danosa, tal qual os fanáticos puritanos de Silent Hill (2006), que arrasta à lama o bom senso e a imagem da verdadeira fé. E agora que aderem ao culto da tristeza, do abandono, da perda e da morte paterna há muito pouco o que se fazer para mudar tal cultura. O remédio é viver. Os abandonados filias que superem. A morte que cuide dos seus mortos. Os vivos que aprendam a viver.

O vizinho e a doutora

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Foto: Cast of Giuliano of Médici by Michelangelo. Charles Sheeler. MET.  O vizinho da esquina que só ouve músicas de baixa qualidade não é muito diferente da doutora que leciona em universidade pública - é a falta de refinamento que os aproxima. Um ouve o que lhe parece cult; a outra não possui firmeza de caráter para defender suas próprias ideias. A humanidade é assim  - covarde em sua maioria e ridícula em pequenas ilhas de isolamento que cria sob a forma de humanoides deprimentes e serventuários do dinheiro. Não há muito o que discorrer sobre quem não quer melhorar-se e seguir sendo parte de uma massa que alimenta mercados populares. Não há muito a ser feito contra essa cultura danosa que faz das periferias reduto de dinheiro e mau gosto.  Não há muito o que fazer para melhorar doutores que pensam ser a cereja do bolo do conhecimento. Apenas lamentar que gente com tal status quo não tenha compreendido o próprio papel em nossa sociedade e na atual era do ...

Na medida certa

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Arte: Eugène Delacroix. Met. Somos nós maiores que as circunstâncias ou são estas majestades de um cotidiano escrito por mãos sagradas e ausentes? Há quem sempre diga que somos resilientes, resistentes e pacientes e que, graças a essas e tantas outras características, somos maiores que as circunstâncias, problemas e estados degradantes. O que não dizem que é somos realmente maiores que isso, porém sobreviveremos a elas com farrapos sobre o corpo, cicatrizes marcando cada membro e uma infinidade de outras avarias que nos permite sobreviver, apenas. E recomeçar tão-logo superemos nossas próprias, internas e psicológicas, feridas. No curto prazo, as circunstâncias são maiores que nós. No longo prazo, se respirarmos ainda, nós somos os vencedores de uma batalha que já nasce com a chancela de sangrenta, violenta e mortalmente destrutiva. No fundo, somos do tamanho certo. Nem mais heróis, nem menos facínoras. Invenções que melhoram nossas vidas e que nós melhoramos a partir d...

Tesouro e coração

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Arte: Nereid, after Rubens. Eugène Delacroix. Met. A bíblia diz, como os muito evangélicos citam esse livro, que onde estiver o nosso tesouro, aí estará o nosso coração. Tesouro e coração são palavras lindas de serem usadas em livros de ficção ou mitológicos, como a bíblia, nos dois casos. Tesouro sempre é ligado, no imaginário popular, à dinheiro. E se o seu tesouro não for monetário nem metálico? Se o seu tesouro não for inanimado? Se o seu tesouro não for religioso ou mitológico? Se o seu tesouro for você mesmo? Então seu coração será o seu tesouro. O meio e o fim juntos em uma única localização passível de destruição física e de inexistência no pós-vida.  O coração, que não é em formato de bunda e muito menos romântico que o habitual, bate em tórax de músculos, ossos e nervos e o tesouro nem é o ferro diluído no sangue. Caindo ainda mais na realidade e distanciando do ilusório mundo bíblico dos hebreus caímos na realidade atual em que o dinheiro é nosso Deus e n...

As vítimas acadêmicas

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Imagem: Mademoiselle Rose. Eugène Delacroix. MET. Quando não é a "ansiedade" é o vitimismo que torna ridícula a vida dos próximos "profissionais" que ora infestam os corredores universitários.  É de uma dramaticidade que até parece que se tem, em cada curso de graduação, uma disciplina de teatro.  Uns jogam-se ao chão depois de duas doses de licor. Outros declaram amor eterno em um relacionamento de duas semanas e ainda há aqueles que se tornam o esgoto do campus, por livre e boa vontade. Sem excluir aqueles que creem na cultura do sofrimento acima de tudo como se o grau de sofrimento determinasse o quão merecedor é daquele grau. A universidade está cheia de loucos, como se não bastasse os de índole questionável que se dizem íntegros, sem nem ao menos praticar o decreto 1171. Fico observando esse indivíduos, que fugiram da casa dos pais com a justificativa da graduação e que não passam de flagelos intelectuais imitando os que pensam e objetivam suas ...

"Benfeitores" divinos

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Arte: Christ in the Garden Olives. Eugène Delacroix. MET. Não é raro que benfeitores apareçam de todos os lados, cada um querendo o bem e cheios de interesses não-tão ocultos assim. Uns usam a Bíblia e seus versículos inaplicáveis do Velho Testamento, outros usam O Livro de Mórmon e ainda há aqueles que lançam mão apenas de "bons sentimentos" para manipular o outro na direção que desejam. Quando isso não funciona, restam ameaças veladas e um punhado de argumentos incisivos e intimidadores. O que esses benfeitores não aceitam, além de uma recusa simples e indiscutível, é que o ser em manipulação não ceda a argumentos, ameaças religiosas ou físicas e continue na paz e na tranquilidade que tanto são atacadas. Os candidatos a manipulação não só precisam ficar atentos como também firmes em seus princípios. Não ceder, nem por piedade, foge aos conceitos de "orgulho" e "amor próprio" porque a questão concentra-se em que se é e em quem quer se tornar. ...

Nuvens de milagres

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Arte: Male Academy Figure: Half-Lenght, Side View. Eugène Delacroix. MET. Uma hora as coisas estão indo bem e em outra elas vão mal. O que fazer, então, quando uma nuvem obscurece a luz da esperança (e quiça da bonança)? Temos, como seres humanos preguiçosos, a necessidade do elogio e da constatação de que tudo sempre vai bem. Não suportamos uma nuvem de contrariedade, de qualquer tipo, nem de qualquer grau. Quando as coisas vão bem nós adoramos divindades, sorrimos, ficamos preguiçosos e relevamos grandes e degradantes ofensas. Quando tudo vai bem não nos importamos com detalhes e somos chatos, irascíveis e terríveis. E talvez seja por isso que as coisas boas durem tão pouco. Quando as coisas vão mal nós xingamos, nos revoltamos e sofremos como condenados sem a menor possibilidade de absolvição. No entanto, é nessa hora, quando tudo parece ir de mal a pior e a luz no fim do túnel é apenas uma miragem que se inventa para fábulas sem moral que promovemos o progresso e o ...

Reunião de faces

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Arte: Eugène Delacroix. MET Exu Tranca-Ruas Poema a Oxum Poema sem título Poema final Um poema despretensioso Buscando a alma #1 Buscando a alma #2 Buscando a alma #3 Buscando a alma #4 Buscando a alma #5 Buscando a alma #6 Poemas que fazem parte da obra Anjo da Guarda Fome* Morte Solitária* Passante Vida* Incerteza* Morte* Abandono* Poema 1* Prece* Agressões*  Teu sossego* Felicidade* Futuro amor* Disimpotente* Quando chega a noite* Visão* Efeitos* Intocado* Partido* Lembrança* Tudo está bem* Sub* Pulsante* Promessas* Notícia* Luta* Inocência vivida* Galinha* Dia noturno* Vingança* Desastre* Depois da Festa* Crescida* Caminhada*

O que vejo na rua

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Arte: Cleopatra and the Peasant. Eugène Delacroix. MET. Às vezes, quando vou sair ou quando estou em minha mesa, paro por alguns instantes e olho a rua e os transeuntes. Vejo a mulher que empurra um carrinho de mão cheio de material reciclável com o rosto pingando de suor ao sol da tarde; vejo o drogado do fim da rua que busca uma porta esquecida entreaberta; vejo o morador da casa em frente que sai à rua com sua cadeira branca, sempre no mesmo horário; vejo os carroceiros esperando um serviço fortuito; vejo crianças brincando nas calçadas; vejo os fiéis indo aos seus templos cumprir com suas obrigações espirituais e seculares; vejo a mercearia da esquina que nunca tem gente. Parado, observando, vejo todas essas pessoas que dão vida a uma rua, a um bairro, sempre buscando, para lá e para cá, um sentido para as suas vidas e o dinheiro necessário para suprir as suas necessidades. Vejo em alguns uma tristeza transbordante que queima a pele e endurece o rosto. Vejo em outros um...

Absurdos cotidianos

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Arte: Women of Algiers in Their Apartment. Eugène Delacroix. MET.   Pode parecer absurdo: Ter estudantes de graduação exaustos pela falta de alimentos; Ter estudantes do ensino fundamental que só vão à escola pela merenda; Ter estudantes do ensino médio que estão se escondendo da própria família, que os oprime e são homofóbicos; Ter mulheres que se prostituem para ter o que comer; Ter mães que prostituem crianças, meninos e meninas, para ter o que comer e para sustentar-se com a exploração destes; Ter homens que não possuem o brio necessário para arcar com as consequências das próprias palavras; Ter representantes do povo que humilha e agride, verbal e fisicamente, este mesmo povo; Ter líderes religiosos que usam o medo do desconhecido para escravizar seus iguais; Ter quem adore e propague a ignorância; Ter quem invente tristezas para si; Ter quem não sabe que vive em imensa tristeza; Ter quem nunca gozou; Ter quem jamais soube viver um instante de paz; Te...

Janela vívida

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Arte: Street in Meknes. Eugène Delacroix. 1832. MET. Da minha janela, no nível do primeiro pavimento, componente elementar da calçada, eu vejo o mundo que se desenrola à margem da sociedade e que me criminaliza e vitimiza utilizando as vítimas que estão encarceradas em outras janelas gradeadas. Por ela eu vejo aquele que estaciona o carro na calçada com preguiça de alocar o bem na garagem; vejo o casal que se diz enamorada e o rapaz que paquera os transeuntes.  Da minha janela fechada eu ouço o homem que pede a carteira alheia, mas que não é assaltante (embora pareça). Ouço o carro do lixo. Ouço conversas entrecortadas que denotam uma vida limitada aos recursos que se pode obter, nem sempre de maneira honesta. Pela minha janela a vida escorre de dentro para fora e de fora para dentro como se o mundo físico fosse o último bastião entre a prisão e a liberdade pregada nas igrejas à direita e à esquerda desse buraco gradeado. Da minha janela eu vejo  lua, viajo, ouço,...