O silêncio das montanhas
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Perder alguém, que se ama, é
nitidamente doloroso, mesmo que a dor não seja expressada por choros
descontrolados e desespero, ela estará lá. Mesmo que os anos destruam o corpo,
a alma conserva suas dores e suas lembranças mais queridas; os nomes dos
algozes e as vezes em que o silêncio revelou o passado tão feliz e distante.
Em O silêncio das montanhas, Khaled Hosseini conta-nos como as
decisões egoístas, e muitas vezes precipitadas apenas, torna a vida de muitas
pessoas diferente, estranha e infeliz. Hosseini toca nas feridas que se pode
ter deixado guardadas com o medo de sofrer; expõe como é difícil deixar a quem
se ama, a quem realmente ama, e partir com a dor que não será curada nem mesmo
cinquenta e oito anos depois.
É com muita delicadeza que o
autor coloca diante do leitor o drama da perda, ainda em vida, de alguém a quem
se ama mais que a própria vida e questiona-nos sobre o quanto é importante
cuidar daqueles a quem se quer bem enquanto é possível. E, quando não mais for
possível, manter-se ligado através das promessas e de um amor infinito que por
vezes é traduzido em gestos habituais que evidencia a constante lembrança.
O silêncio das montanhas mexe com preconceitos, valores, família,
perda e estipula novos parâmetros nos quais se pode alicerçar as relações
familiares. Onde a deformação é um detalhe físico e a solidão do deserto é mais
opressiva que as ruas em guerra de Cabul, é o amor incondicional que torna a
vida, ainda que dura e amarga, mais leve e esperançosa.
Em um clima de guerra, ganhos
(alguns ilícitos vindos dessa guerra), perdas, conflitos internos e relações
interpessoais conturbadas, o que resta é a pergunta fundamental: Até onde você está
disposto a ir por alguém realmente importante?
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