Fotografia, um poder imenso
Quem não tem fotografias
guardadas? Retratos que registraram tantos momentos implícitos, tantas formas ímpares
de dizer palavras sem ao menos abrir a boca, ou sorrir sem desgrudar os lábios.
Nas imagens que estão guardadas, onde está aquele desejo de imensidão que
tomava conta das ruas e diminuía o esforço de viver na corda bamba das decisões
difíceis?
Talvez não sejam milhares de
fotos, nem tenham pessoas bem vestidas em poses poderosas. Talvez os papéis
coloridos recortem sua alegria silenciosa em um dia à beira-mar, em que a
saudade aflorou a paixão e todas as palavras do mundo poderiam ser ditas em um
único gesto, quem sabe um grito?
O poder do registro é imenso. O
da fotografia extrapola esse poder e estabelece fundamentos únicos que são seguidos
à revelia dos indivíduos, pois ela guarda histórias inteiras, breves lapsos de
vida, uma gigantesca expressão intraduzível.
Lá, entre folhas rabiscadas,
livros lidos, planos, pessoas, passado, poeira, está o que realmente importa,
ou importou. E tudo o que é preciso para uma vida feliz pode estar preso em uma
fotografia, esperando o resgate atrasado para causar seus efeitos mais
benéficos e duradouros.
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