É...Agosto dito paterno


Como todos os anos, sempre em agosto, milhares de pessoas jogam-se às ruas, aos shoppings, aos camelôs ou às lojas de departamentos baratas para fingirem uma alegria inexistente em gastar dinheiro e tempo de forma desnecessária com uma data nem tão importante nem tão comercial assim, mas que carrega alguns efeitos irônicos e pejorativos.
É o tal do Dia dos Pais que se repete, na tentativa desesperado dos lojistas em alavancar as vendas através de um artifício barato e mais enganador que vendedora de roupa em lojas populares: o amor paternal.
Claro que a ilusão de que o Pai é igual à mãe e de que o amor é quase semelhante faz com que as crianças e os adultos órfãos, que realmente não conheceram os pais, sejam ludibriados pelas propagandas bregas e oportunistas que as empresas de propagandas fazem para tentar vender aqueles produtos masculinos encalhados o ano inteiro, ou há vários anos encalhados. Fora isso, todos sabem o quão desnecessário é gastar o tempo e o dinheiro com Homem. É EVIDENTE que o que todos querem é não ter trabalho nenhum, seja lá com o que for e que o amor deles pela própria mulher e pela prole, com poucas exceções, são realmente dignos de uma palavra interesseira uma vez ao ano, ou nem isso.
O Dia dos Pais, pior que o das mães, é fastidioso, tedioso, ruim e sem graça só pelo simples fato que as mães têm um quê de convencimento que faz com que a dor do parto, e não o orgasmo tido (como ocorre com os homens), seja realmente transformada em afetuosidade e carinho, portanto em amor; e que o tempo e o dinheiro gastos são efetivamente bem empregados. Assim, seria uma desilusão para o comércio e para o falso brilhante paterno se os filhos caíssem na real e não fossem ludibriados pelas idéias midiáticas.
E como não se tem solução para esse modismo desnecessário, vão às compras, afinal de contas, Dia dos Pais não é carnaval, quando a gente se diverte sem gastar e sem fingir. Nesse caso de agosto, só as compras em si fazem alguém feliz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá