Na Companhia das estrelas




O que aconteceria se uma dessas gripes (como a H1N1) exterminasse com a raça humana, ou com quase toda a raça? E se você estivesse contido nessa parcela da população que quase foi exterminada e que, diante da tragédia de viver praticamente sozinho e isolado do mundo, tivesse que aprender a se defender como pode, com os meios escassos em um retrato bizarro do que um dia foi a humanidade e todo o seu esplendoroso desenvolvimento científico e tecnológico?
Capa da obra
É sob essa perspectiva que Peter Heller desenvolve Na Companhia das estrelas uma narrativa fascinante em que a solidão é capaz de revelar muito mais que os olhos podem ver e revela como um homem comum escapa das armadilhas emocionais oriundas da saudade e do amor por seus entes queridos e por seu fiel companheiro.
Heller descreve com muita mestria a coragem que é preciso ter para superar os desafios do dia a dia e promover o bem daqueles a quem se ama, mesmo que isso custe a própria felicidade; mesmo que isso signifique assassinar ao ser amado em nome do bem maior. Além disso, traduz em palavras como o amor por um bicho de estimação ultrapassa qualquer limite imposto pelas convenções e quebra os preconceitos que existe na admissão de um amor tão grande e sólido quanto uma montanha rochosa.
Na Companhia das estrelas é a obra que todos devem ler para obter a coragem de tomar as decisões necessárias à própria sobrevivência, mesmo que nenhum vírus tenha sido jogado na atmosfera, matando quase toda a espécie humana.
Onde a barbárie se instala, o amor tem seu lugar reservado.

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