Místico Câmpus/Hospital Universitário
Era 22h10min no terminal Câmpus,
vizinho à Universidade Federal de Sergipe, e uma verdadeira quase multidão
esperava o ônibus para irem para suas casas e realizarem seus mais desejados e
secretos afazeres.
Também era noite de comemorar o
fim de semana nos bares do outro lado da rua, de onde se podia ver
perfeitamente o terminal. Lá, nos bares, a música rolava alta, as mesas
relativamente cheias e as pessoas bebiam e conversam alto, típico de uma
saideira de semana agitada de aulas e provas, professores irritantes e muito
estresse. Cá, no terminal, os usuários esperavam eternamente para que um ônibus
chegasse e realizasse o primeiro anseio do quase fim de noite: levá-los para
casa.
Tudo seria dramático e romântico
se não fosse um detalhe imprevisível, notado apenas por quem espera o
transporte todos os dias: o misticismo do Câmpus/Hospital Universitário. Sim,
esse ônibus possui um quê de preferência e obsessão por parte de quem espera
para ir para casa. E é algo impressionante já que outros ônibus param no mesmo
instante e partem quase vazios enquanto o Câmpus/Hospital Universitário parte
lotado, com pessoas quase se estapeando para entrar. É um tanto cômico,
estranho e certamente místico já que a maioria dos usuários desce no terminal
Leonel Brizola (conhecido Zona Oeste) muito antes do Hospital Universitário.
É de se imaginar que o pensamento
seja o seguinte: se alguém passar mal, certamente haverá um outro alguém para
socorrer, pois deverá ter algum futuro médico ou enfermeiro a bordo. O que é um
ledo engano.
De alguma forma essa linha possui
algo de especial e de muito atraente, desconsiderando as belezas raras de
lindas pernas que pegam esse coletivo, nesse horário.
Os bares continuaram sua
festividade habitual. As pessoas desceram no terminal Zona Oeste uns poucos
prosseguiram nesse místico transporte. E o que haverá de especial nele, que só
possui uma porta para desembarque?
Isso nem os assíduos usuários
conseguem responder ainda.
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