Agora, enquanto dorme o sono

Por que você dorme durante a madrugada?

Se é de insônia que se compõe meus pensamentos e de multiplicações que não se fazem, dos nossos dizeres tão sem sentido!

Por que tem que ir embora?

Se é de chegada que é feita a nossa estadia!

Por que complica tanto o incomplicável?

Se é de simplicidade que é feito o nosso estável querer, nossa sólida mentira, nosso quadro em preto e branco!

Por quê?

Certamente existe afirmação que guie a madrugada e discorde o português, que destoe entre duas notas musicais de partituras diferentes e que, entre o sal do mar e a praia, exista um disco voador esperando por uma nova abordagem afirmativa.  Afirmação que muda a cada madrugada e a cada estação, cuja constelação sempre mostra uma nova estrela de superstição.

E, então, por quê?

Por que é tão distante o outro lado da cama?

Por que é tão perto o outro lado do planeta?

Por que é tão interessante a janela aberta e o coração fechado?

Por que é tão mau olhar para cima e tão bom não olhar para lugar algum?

Por que é indispensável perguntar e não responder às perguntas mais elementares?

Por que é que quando a noite chega e todos preferem dormir a apreciar o nascer do sol é que surgem as melhores ideias?


Talvez a desimportância do hoje seja muito grande para se preocupar em ficarmos acordados e virmos quão interessante é o mundo sob o silêncio, sem as aberrações dos apressados e as cobranças dos amores infundados. Talvez seja de rancor que se veste o céu durante aquilo que conhecemos de noite e seja por isso que ninguém goste de olhar a lua, quando ela aparece. Talvez enquanto durmamos a morte chegue e leve-nos para a verdadeira distância que buscamos enquanto estamos vivos e juntos. Talvez seja de decepções que a esperança seja feita. Então seja feita a sua vontade. 



Piano Bar - Engenheiros do Hawaii

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