O Passeio do Caos

O caos, instalado de repente, começa a passear entre as Capitais Brasileiras. Nessa semana, e há uma já, Aracaju tem sua frota do transporte coletivo reduzida, e em pelo menos um dia completamente sem a prestação desse serviço – na quarta-feira. Tudo indica que na próxima semana a vez será de Maceió, por três dias segundo os portais de notícias estaduais.
O Caos irá apreciar as praias alagoanas depois de ter passado uma temporada em Sergipe, deixando seus frutos espalhados nos mais diversos setores da sociedade local.
Nesses dias em que os rodoviários fazem suas justas manifestações, em boa parte não apoiada pelos manifestantes de outrora – ao que tudo indica -, faz-nos refletir, aqueles que têm o hábito, sobre como o lucro das empresas são empregados em benefício do cidadão.
Grandes empresas são obrigadas a retornar parte de seus lucros para a sociedade. Por que com as empresas de ônibus é diferente?
A Vale, uma mineradora nacional (apesar da privatização), investe em seus funcionários e na região onde realiza suas atividades. Possui centros de Pesquisa, de Formação básica e Profissional e investe em meios de transporte próprios, como a linha férrea, que ajuda indiretamente na não destruição das rodovias brasileiras.
A Petrobras S/A também realiza sua cota de investimento, aparentemente não tanto quanto a Vale. Mas realiza.
Além dessas, muitas outras, de médio e pequeno porte, também contribuem com a sociedade e com os meios em que estão inseridas.
Entretanto, as empresas de ônibus, em Aracaju e Maceió, Palmeira dos Índios e Arapiraca, interior de Alagoas, são incapazes desse feito simples e que gera boa imagem e desenvolvimento para a própria empresa. Deve-se considerar que essas são proprietárias de concessão e não do segmento de transporte que exploram, portanto, deveriam optar pelo bom humor dos usuários e ter sua escolha submetida a rigorosos parâmetros para que, durante a concessão, não sejam cometidos crimes contra os próprios funcionários e contra os usuários.
Torna-se crime o serviço prestado por essas empresas quando não realizam o pagamento dos seus funcionários, quando não realizam a manutenção da frota, quando não treinam seus “colaboradores”, quando realizam aumentos abusivos na tarifa, quando tudo isso configura corrupção.
O povo, usuário, deveria ter voz ativa na escolha dessas empresas e poder de intervenção quando a qualidade do serviço baixasse ou tendesse à mediocridade especulativa.
O Caos domina aquilo que os Governantes, eleitos pelo povo, não utiliza.  
O transporte coletivo vive seus dias de emergência à reforma. Será que ocorrerá?


Protestos dos rodoviários na Av. Marechal Rondon




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