Pequeno adendo da madrugada



É normal deixar de ser e reinventar tudo o que se construiu até agora. Sua vida é apenas um detalhe no qual o mundo faz parte, com atuação alheia muito pequena.
Mas a sacanagem da vida não é ser normal, igual a de todo mundo. Não mesmo. A grande sacada é a reinvenção do proibido e do permitido sob a óptica do que é velho e não mais usado. O saque que é feito só dirá respeito, no máximo, a uma só criatura: você.
Nessas sacanagens do bem, se é que existe, é válido tudo e qualquer coisa, até mesmo o uso de maconha e a prática do sexo no ambiente universitário, uma vez que tudo é “tão normal”. Tudo é tão permitido. Tudo é tão mais tão que seria impossível apontar o dedo para alguém certo ou errado.
Não é normal ser analfabeticamente vulgar ao ponto de confundir realidade com ficção, realidade com infecção e útero com ponto inicial.
Pois, ora!, ainda que a realidade e a ficção dependam mutuamente para tornar problemas mais leves e produzir verdadeiras obras de arte, é inadmissível que a linha que divida esses dois mundos seja quebrada criando um colapso racional e artístico. Nem os loucos fazem isso. Também não é aceitável que a realidade seja tratada como infecção, sempre passível de tratamento. Não há nada para ser tratado nela, exceto a insanidade de quem vive dentro dela. E tudo começa antes do útero. Bem antes. Bem antes do antes.
Quer saber?
Saiba. Invente a pergunta e a resposta.
Todos estão muito mal acostumados a ter tudo de “mão beijada”.
Sua vida nada mais é que um número várias vezes convertido em emoções. Quando aceitar isso saberá o que significa sua idade.

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