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Compromisso comprometido

As linhas de transporte urbano em Aracaju andam de mal a pior e até aí não nenhuma novidade – nem mesmo com os protestos de 2013 o sistema melhorou e as tarifas cobradas seguiram o rumo do crescimento desenfreado sob qualquer justificativa. Os automóveis empregados continuam péssimos, principalmente aqueles que são destinados ao bairros mais pobres. O Rita Cacete/Rodoviária Nova, Pedreira/Zona Oeste, São Cristóvão/Zona Oeste são exemplos de veículos em péssimas condições de funcionamento. E não bastasse janelas com vidros folgados, bancos sujos e quebrados, portas que não fecham direito e um motor ensurdecedor, o serviço também não fica por baixo. E nem sempre o cobrador e o motorista são os responsáveis. No domingo, qualquer dia de domingo, o usuário poderá ficar sem o serviço ou deixar de fazer algo importante apenas por que o fluxo de ônibus chega a ser menos que o mínimo necessário para um serviço eficiente e de qualidade. Hoje mesmo, no início da manhã, diversos usuários tiv...

Epopeia alagoana

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O percurso Palmeira dos Índios - Maceió, que dura umas duas horas, não é tão traumático quanto o Palmeira dos Índios - Arapiraca, que demora uma hora e vinte minutos em um percurso que deveria ser de, no máximo, quarenta minutos. Porém, os dois estão  em pé de igualdade quando se refere ao gosto musical. As músicas imputadas aos usuários passam do legal e aceitável, como o caso excepcional de Kid Abelha, ao vulgar e incômodo que permeiam a maioria das bandas musicais do momento. E viajar até a capital alagoana requer um autocontrole imenso, para quem gosta de algo além do 'arrocha atual', sertanejo e da 'sofrência', Requer abstração e fuga para Nárnia, onde só Aslam salva. Imitando os milhares de alagoanos que precisam ir até a capital e cujo único meio, se se falar de Palmeira dos Índios, rápido é o transporte alternativo intermunicipal, fui não tão inocentemente usufruir do serviço oferecido na rodoviária palmeirense.  O embarque e a saída foram rápidos. O sof...

O universo caloroso do pensamento no ônibus (ou a falta deste)

Não há a menor possibilidade de alguém sentir-se só, ainda que mentalmente, nos ônibus coletivos que circulam na Grande Aracaju. Não há, também, como sentir-se limpo. Nem como sentir-se minimamente bem. Na verdade, não há nem como sentir alguma coisa depois de algum tempo quando o trânsito está horrível e o ônibus cheio. Não há muito como se mover, nem como respirar, nem como pensar sem que um cotovelo passe do hiperespaço que habita entre a cabeça de alguém e as costelas de outro alguém e acerte você na testa. É engraçado como os seres que pegam os poucos coletivos não tomam consciência das leis físicas ou do quanto o corpo não pode aguentar em determinadas situações – muito críticas, diga-se. De repente, se alguém lembrasse que se sair um pouco mais cedo de casa (umas 2h antes do previsto) e outras no horário certo, não teríamos que o problema de alguém querendo ocupar seu (meu) baço. É nesse tipo de coisas que tenho a impressão, ou não tenho já que existe alguém que semp...

Ex-mangue

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Mais uma área de aterro em Aracaju, sem necessidade. A cidade da qualidade de vida está com sérios problemas, e não é só nos transportes. Mas bem menos problemas que suas coirmãs de outros estados. O problema é que Aracaju tem muita área ou alagada, ou de mangue, ou ligada de alguma forma à água. E para promover o desenvolvimento acaba destruindo, vejam só, os manguezais.   Alguns bairros da capital sergipana é nitidamente resultado do aterro de áreas alagadas, com alguma serventia para a natureza, óbvio. Outros faziam parte de mangue. Em uma volta rápida, não pelas áreas visualmente belas, é notório o desgaste que o meio ambiente aracajuano vem sofrendo, principalmente no que se refere ao berçário da vida marinha. Aracaju pode ser a capital da qualidade de vida, mas é também a capital da destruição da vida marinha. É evidente que os problemas que os cidadãos enfrentam no seu dia a dia são pertinentes e de grande valor para o desenvolvimento social e econômico...

A retirada dos brasileiros: o País como sempre

O Papa Francisco visitou a terra tropical do Brasil, saudou os manifestantes, foi diplomata e solidário como só um Chefe de Estado e um Representante de massas pode ser. Evidentemente que o apoio às manifestações ocorridas antes de sua chegada deve ter deixado o Governo Brasileiro, e a Politicada geral, muito contrariada. Agora sim podem dizer que a Igreja católica apóia as mudanças exigidas pelo povo. Mas, espere um minuto...  O Parlamento brasileiro aprovou alguns projetos polêmicos e que era pauta dos manifestantes. E na última hora, alterou as porcentagens, os valores em reais. Ninguém mais vai reclamar? Algumas cidades, principalmente aquelas que são capitais, reajustaram suas contas e reduziu a tarifa no transporte coletivo, quando não tornaram gratuita para os estudantes, em definitivo. No entanto, o sistema de transporte coletivo ainda está em crise. É só observar Maceió-AL e Aracaju-SE. Nesta última, a cidade está quase parada por que apenas duas empresas estão atu...

O Passeio do Caos

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O caos, instalado de repente, começa a passear entre as Capitais Brasileiras. Nessa semana, e há uma já, Aracaju tem sua frota do transporte coletivo reduzida, e em pelo menos um dia completamente sem a prestação desse serviço – na quarta-feira. Tudo indica que na próxima semana a vez será de Maceió, por três dias segundo os portais de notícias estaduais. O Caos irá apreciar as praias alagoanas depois de ter passado uma temporada em Sergipe, deixando seus frutos espalhados nos mais diversos setores da sociedade local. Nesses dias em que os rodoviários fazem suas justas manifestações, em boa parte não apoiada pelos manifestantes de outrora – ao que tudo indica -, faz-nos refletir, aqueles que têm o hábito, sobre como o lucro das empresas são empregados em benefício do cidadão. Grandes empresas são obrigadas a retornar parte de seus lucros para a sociedade. Por que com as empresas de ônibus é diferente? A Vale, uma mineradora nacional (apesar da privatização), investe em seus f...

A graça da desgraça coletiva

Os desconfortos do transporte coletivo nas capitais brasileiras também apresentam seu lado mais divertido, apesar do humor ser manchado pela mancha do desrespeito.  Geralmente os ônibus estão abarrotados de gente, que carrega mala, bolsas, compras, cadernos, tranqueiras de todo tipo, principalmente nos horários de pico, e que trafegam nos terminais de integração – onde eles existem – com milhares de histórias engraçadas, tristes, estranhas, coloridas, salgadas, sujas, puras. Entre um assento vazio e as pessoas, barradas pelas portas do ônibus, há a correria desnecessária que faz com que pessoas caiam no espaço entre o batente do automóvel e o chão sujo da rua, ou do terminal. Entre a partida e a chegada existem milhares de curvas que fazem com que o veículo quase vire quando o motorista, por costume, estresse, pressa ou fome, brinca com a física e as leis matemáticas que direcionam os conduzidos e o conduzente. Um dia um ônibus há de virar e, nesse dia, alguém vai ter que concor...

Vem São João, vão-se os turistas

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Obra de Antônio Fernandes A maior festa do nordeste, a festa junina, aproxima-se a passos largos e com a vontade de sempre e de todos os nordestinos de fazer o corpo suar, ainda que a temperatura esteja baixa. E vem com todo o forró, alegria e animação de sempre, embora cada festa seja única e inalienável – nem mesmo a televisão é capaz de deter os nordestinos durantes essas comemorações. No entanto, é preciso notar que o sucesso popular dos festejos juninos tem sido comprometido pela falta de atenção e descaso de algumas prefeituras que tornam as festas meras elementos cotidianos em que a banalidade destrói todo o charme do forró e da tipicidade desses festejos. Sem muito esforço, é possível perceber que a falta de infraestrutura de transportes, hospedagem e a duvidável qualidade das atrações não só espantam turistas do município como também faz com que os próprios munícipes procurem alternativas em outras cidades. O resultado imediato é o pouco aproveitamento turístic...