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Mostrando postagens com o rótulo Bahia

Toda água do céu

Não foi repentinamente. Foi aos poucos. Um incômodo aqui, uma palavra deslocada ali, uma falta de expressão na foto, outra ausência na agenda.  Foi nos detalhes e no todo da rotina que se foi mudando e desconstruindo. Um dia sem sal na Semana. Depois uma semana desgostosa no mês. Seguiu-se um mês no ano de destemperos. Foi assim, com anúncios sem alardes, que foi se fazendo a mudança. Dia desses, as nuvens chegaram com o peso do casal do Dendê. Uns correram para desligar os aparelhos elétricos enquanto outros cobriam os espelhos. Uma correria esperando toda a água do céu despencar. Foi isso.  Desse jeito. E a água despencou.  E o que ficou depois de tudo nem foram os escombros. Foi só a preguiça de recomeçar em meio à beira.  Tem gente que é só a beira mesmo - como disse o poeta - só a beira do mar.

Troca de pele

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A minha pele está secando e caindo como certos répteis que rastejam por aí. Essa pele, caindo, são os resquícios de uns dias vividos sem precaução, embora com uma certa preocupação que se espalhava pelo corpo como grãos de areia da praia esquecidos pelo banho de água doce. Agora, vendo o efeito do sol sobre a minha pele, vejo os meus caminhos e as minhas faltas, que se despedaçam ao primeiro toque de hidratação profunda, pelos recantos do quarto e do teclado. A praia, casa de todos, ameniza e acalma o corpo porque nada se pode fazer diante do movimento das ondas. E eu sou jogado para a frente e puxado como uma marionete nessa nossa casa. E decido, acima de qualquer decisão, que o mesmo não acontecerá fora dos líquidos estares.

Inverso estar

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Quando mais queremos a escuridão do quarto, sem barulho externo, sem aperto de mente, sem alma viva por perto, mais nos afastamos desse objetivo em estradas, trânsito rastejante, diálogos, compromissos entediantes. O sol do Território baiano do Sisal se escondeu assim como fez o não-entusiasmo que já existia no cotidiano, os amores outrora proibidos, as paixões em cinzas diuturnas, as esperanças últimas, o paladar da vida. Na estrada, deixando para trás estilos e vidas diversas - cansaço imenso -, com os pés disputando espaço com os insumos da vida e o calor impregnando o ar com a voz de Pablo, avisando que "sempre vai ser eu a meia sena da virada que você perdeu". Entre o brega, a sofrência, o calor, o pouco espaço, o querer estar isolado e a companhia em forçosa alegria, a estrada vai se transformando em pedágio e o horizonte direito em litoral. Quanto mais queremos, menos temos, menos somos, menos estamos.

Onde estará o refrigério?

Domingo. Na prova tinha uma história de mudança climática e o impacto na vida do brasileiro.  O que dizer sobre a vida do brasileiro?  O brasileiro que não come porque não pode e leva à boca tudo o que acha para que não se dobre em dois e faleça por inanição. O brasileiro que não tem o mínimo do refinamento em sua dieta e o que possui de culturalmente culinário ainda lhe é retirado no processo de colonização que chamam de goumertização (mais um dentre as dezenas de termos abrasileirados). A vida do brasileiro é tão controversa que ao meio-dia em ponto, com uma sensação térmica de 33°C e com algumas sombras possíveis, o brasileiro baiano prefere ficar sob o sol.  Não há protetor solar que ajude e não existe água suficiente para suprir uma desidratação nesse nível, em um semiárido que até os Deuses esperam o fim da tarde para sair de seus locais sagrados. É domingo. E no outro extremo, plena caatinga ( semiárido ainda) uma criança que só expurga suas escolhas pré-mortais pr...

A hora da Senhora do Entardecer

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O notebook, há tempos ligado com o Power Point aberto, aguardava minha boa vontade de parar e fazer minha obrigação cujo prazo está acabando. Sacolas espalhadas no chão denunciam minha completa falta de interesse em revolver-lhes até a completa organização. É sábado e fez tempo quente nesse pedaço da caatinga. O inverno acabou  mesmo - foi embora e nem se despediu. Dentre tudo o que podia fazer a melhor opção era observar, do alto, o findar do dia, saudando a Senhora do Entardecer.  Muda-se a paisagem, destroi-se a Lembrança e o tempo passa.  Mutante vida, apenas sua beleza não se desfaz. A Senhora dos Nove Oruns é a Mãe que rege, protege e abençoa e na ponta do seu florim está a direção do meu caminhar. Sob os telhados as pessoas não podem imaginar o tempo do findar do dia e diante da ignorância, não há o que repreender (os ignorantes não sabem o que dizem). O mundo espera. As atividades mundanas esperam. Eu espero. Porque quando ela passa todos os homens a s...

O que se quer

O que eu quero não aceita o peso das mesquinharias de gente cujo mundo é limitado apenas ao redor de si. Não aceita nada o recrudescimento da evolução social que acontece a todo o momento, em todos os lugares. O que eu quero aceita o sol do meio-dia sobre a minha cabeça por quilômetros, em uma caminhada que atravessa bairros, histórias, perguntas, pedidos e divide a rodovia com caminhões carregados de carga viva, automóveis, caixas e gentes. O que eu quero aceita o olhar escarnecedor de quem não faz a mínima ideia do que vê e, por isso mesmo, escarnece.  O que eu quero sente o calor do asfalto no semiárido. O que eu quero vê a paisagem que se monta com eucaliptos. O que eu quero é muito maior que o eu, o você, o nós.

O antibiótico para o defunto

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Tem dias que parece que estamos em uma novela tragicômica que somente a literatura brasileira pode produzir e que sai da criatividade do semiárido baiano. Hoje mesmo a rotina estava naquela tranquilidade das terças-feiras invernais que não sabe o limite da realidade  quando, lá para o fim da manhã, no minuto exato quando o almoço de alguns esfriava no prato e outros passavam a fome do meio-dia devido ao sistema massacrante do capital financiador do bolsonarismo, repentinamente, fotos de coroas de flores chegam no aplicativo de mensagens instantâneas.  Quem morreu?  Ninguém sabia! E nem tão rápido quanto o recebimento das mensagens, descobriu-se. Lá para as bandas de Irecê um defunto esperava, putrefazendo-se, suas coroas de flores e sua roupa fúnebre para que os curiosos pudessem dar a última escarrada verbal em sua face antes que se transforme em adubo orgânico. No meio da madrugada, porém, uma pessoa agoniada e que perdeu a hora, foi lá e pegou a última reverência ao mo...

A força insolente

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Eu poderia dizer, ébrio como os amantes da madrugada, tal qual o poeta, que a casa é sua. E, recordando fantasias que só existem na deturpada lembrança de tempos idos, poderia invocar uma realidade descabida e órfã. Mas a infernação acabou.  Não existe mais delírios amantes ou fantasiosas realidades. O amor, que nunca existiu, deixou o espaço livre.  Os quadros de vulva, da mesma ordinária vulva, deram lugar a falos de todos os tipos.  Agora é a madrugada boêmia, desejos pululantes que tomam conta da rua, palavras que surgem depois dos atos (nunca mais o contrário).  E posso ver seu sangue pulsando de ciúme e ira a quilômetros de distância como se eu fosse um tubarão sempre faminto e você, destituída de toda a humanidade, um animal sangrando em mar aberto. Eu vivo em mim e para mim em meio a xerófilas, negros costados, fortes pernas. Eu tenho em mim a força da semiaridez e o timbre do vento nas folhas secas. Eu sou o desejo encarnado e a própria tormenta ...

Sem perdão ao liberto

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Nem bem o comércio abriu as portas e o horário de trabalho começara e lá estávamos nós, reunidos em solene obrigação de desgraçados que não nasceram abastados - trabalhando ao som das correntes virtuais e do chicote da falta de privacidade de câmeras e microfones em todos os ambientes. Não bastasse isso, ainda tinha a infernação de ter que olhar para a novidade no outro e ter que acha-lo bonito com falsas expressões de admiração. Aprovar cada inutilidade que o outro faz é rebaixar-nos à mediocridade imperdoável. E isso, jamais. Embora a vida seja banal cotidianamente e tenha eventos desagradáveis dia sim e dia também, é demais ter que carregar o peso da nossa existência e a obrigação de aprovar, por convenção social, as banalidades alheias. Livrei-me do peso de amizades escabrosas, falsos amores, ilusões pobretanas, obrigações sociais.  Livrei-me de relações tóxicas (com a exceção da minha própria tóxica companhia) e dos subornos e ameaças cristãs. Livrei-me de tudo e d...

Manhã alegremente cadavérica

Já era o meio da manhã, aquele ventinho frio entrando pela recepção e indo até nós lá dentro, onde outrora foi o quarto de um alguém vaidoso, quando a ambulância estacionou perto do letreiro luminoso, apagado porque era dia. Um alvoroço tomou conta dos ambientes em um quê de insana curiosidade por uma pessoa mal-nascida e impregnada com as malezas da carne. Olhando de longe os transeuntes poderiam pensar que o instinto maternal atacou-lhes as entranhas e o amor, psicodélico e quimérico, emanava pelo ar e através de mãos contaminadas pela ganância. Sim, pensariam todos os caminhantes que cruzasse com a mimetizada cena.  No fundo, sob o manto de falsas bênçãos, está a curiosidade pela morte alheia, pela doença que devassa o corpo de outrem, pelo dinheiro que surge do chão sempre que aquele cadáver andante esterta vida.  Abutres que vivem da desgraça alheia, como os homens e mulheres de bem que controlam o vai-e-vem da rua (sempre pobre, sem asfalto e cheia de lixo), estavam todo...

Largo de Santana

Tenho vontade de sentar no Largo de Santana, observar os trabalhadores que todos os dias movimentam as ruas estreitas do centro da cidade e pensar e observar. Sim, só pensar e observar o vai-e-vem de pessoas que, como eu, carregam problemas, aflições,  desejos e desamparos. De tanto querer estar leve somos pesos que se arrastam pelo Largo esperando o dia acabar. Esperando poder deixar de ser por poucas horas. Em minhas mãos há sacolas cujo peso da inflação aperta minha conta, mas que nem ofende meus dedos. Em minha mente há pódios não alcançados na luta mensal por chegar lá.  Lá!  O lugar que queremos estar para ganhar mais dinheiro e que sabemos, sem dúvidas, que é hostil por natureza. Pensamos que lá será bom. Será?  Eu sei que um dia esses ciclos de hoje que me trouxeram até esse Largo serão encerrados. E nada poderá impedir isso. E é um consolo. Não posso parar para sentar, não posso pensar e nem me demorar. O Largo é lar de movimentos e fazeres. E o que me conso...

Carta a um ausente VI

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Foto: R. R. Marajá.  Carreguei sua foto, impressa, frágil, por estados tão diferentes e com tal zelo que nada mais importava nessas estradas. Carreguei sua foto entre meus pensamentos porque mais junto que isso somente você dentro de mim, ao meu redor, sobre mim, sob mim, entrando e saindo por todos os meus poros.  Eu carreguei porque o sentimento transformou-se em sólido e utópico amor que encanta a mim todos os dias, ainda que em situações tristes ou lascivamente indecentes.  Você é meu desejo que se incendeia sobre a pele e a cama de homens e mulheres, cujas camas resistem à falta de amor e excesso de dominação.  Você ainda é o sentimento que encanta a todos em cada recanto e que se nega ser vulgarizado pelo simples fato de que é mais que o ser alguém ou estar alguém. Você ainda é e sua foto, em minha memória sempre continuará sendo o estandarte de quem eu posso ser. Mas é aqui que você fica. Olhando o sol do fim de tarde e lembrando de tantos versos q...

A última escolha

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Fonte: Rafael Rodrigo Marajá. Diariamente ouvimos as mais diversas barbaridades e que compactuam, com nosso servil silêncio, com as traduções atrozes de palavras em ações. Aceitamos a opressão travestida de democracia ditar nosso comportamento e balizar nossas ações. Deliberamos covardemente sobre como ter uma sociedade mais justa e igualitária, desde que nosso status quo não seja ameaçado pela ascensão do outro, com sua identidade e autonomia. Perdemos nosso tempo em palavras vãs sobre como poderemos crescer socialmente e economicamente sem mostrar saídas realistas, mas apenas atacamos o sistema vigente da mesma forma que velhas ressentidas atacam o clérigo por não dar-lhes toda a atenção cobrada. Somos hipócritas com diplomas, bandidos legalizados, membros de gangues aceitas pela "sociedade". Ao fim de um dia qualquer, quando o manto da noite cai sobre todos em todos os lugares e em qualquer circunstância, o que você escolheu ser te satisfaz ou te escraviza?

Sempre esquecemos o mais importante

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Aquela sensação de esquecimento vai corroendo as bordas da empolgação como um ácido fraco e persistente que foge do encapsulamento pseudo seguro.  Pensamos que esquecemos de fechar a válvula do gás, apagar a luz, trancar a porta, guardar a comida na geladeira, fechar todos os registros.  Que bobagem crer que não vamos esquecer de nada e acabamos esquecendo sempre as coisas mais importantes e, por isso mesmo, as mais bobas.  Esquecemos até do tempo, esse mesmo tempo que fingimos apreendê-lo em relógios, smartphones, números em agendas e, no auge de nossa pretensão, em fotografias e vídeos. Esquecemo-nos dele e ele jamais nos esquece.  Na rodoviária o rapaz passou correndo, um foguete em meio à babel de caixas, cores, pessoas e emoções, para não perder o ônibus que acabara de fechar a porta. O tempo não espera por ninguém. O motorista, imitando esse Deus implacável, também não espera, embora pudesse e devesse, em nome do bom atendimento ao cliente.  O ...

Eu apenas queria que você soubesse

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Eu queria que você soubesse que na minha cabeça, enquanto ando por aí de ônibus lotado e em ruas sem nenhuma infraestrutura, tocam músicas de Gonzaguinha que, por vezes, não me deixam desistir.  E eu já desisti todos os dias durante anos. E Eu apenas queria que você soubesse tocou várias vezes, só para mim, em meus miolos, enquanto a mulher do Acarajé grita a plenos pulmões às minhas costas e o vagabundo incomoda o jovem do lado, no terminal lotado no ocaso dos dias - dias sempre iguais, banais demais. Hoje, porém, diferente de Gonzaguinha e usando sua oração tão linda, eu apenas queria que você soubesse que aquela alegria não está mais comigo há tempos; que meu corpo sangra, de dentro para fora, conotativa e denotativamente; que eu fiquei na estrada, alguma estrada vicinal perdida entre a Bahia e Alagoas, em um dia quente, com fome e sem ter para onde ir, ou fugir; que não acredito mais em amores, nenhum; que a vida é um estar e nada mais que isso.  Eu apenas que...

Blasé

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Lá fora chove lágrimas de famintos que trabalham diariamente em ocupações blasfemas. Lágrimas de quem não pode comer bem para não ofender ao patrão. Chove gotas de sangue de favelados, de pretos, de pobres, de não-héteros, de mão-de-obra barata, de gente. Sangue que lava ruas sem saneamento básico e o chão de supermercados erguidos para a pseudo classe média. Lá fora tem a bebida, o sexo, a droga ilícita.  Lá fora tem a vida.

Amor em oito mãos

É entendível ter três mulheres, em cidades diferentes, com aspectos culturais e físicos ímpares. Uma tem a cor da terra agreste, embora a delicadeza torne-lhe ainda mais bela à luz do sol nascente. Outra tem o frescor da noite, manhosa como uma fera em rara descontração. E a terceira possui o vigor de dez furacões em terras virgens de intempéries tão violentas. Quando sua casa é o mundo, o abraço terno e forte faz-se presente em braços coloridos, de nomes diferentes, com desejos desiguais. Há orações no almoço. Há lascívia na sesta. Há paixão bruta no amanhecer. Pode ser que alguém brade que isso seja só safadeza. Pura maldade com o coração nada romântico delas.  Elas sabem, mesmo que não digam, que é preciso mais de uma mão sobre a carne que lhes pertence em rateio.  Sim, elas bebem o mesmo leite, amassam a mesma carne, batem no mesmo lombo.  E isso é o amor em faces diversas.

A normalidade da rodoviária

Faltam poucos minutos para a hora da Ave Maria. A luz piscante da rodoviária tentar deixar o ambiente sombrio. À minha frente uma mulher, ao telefone, indigna-se com o relacionamento em colapso em controlada indignação. "Já são dois finais de semana...não acredito no que eu tô ouvindo..." Explicações vazias são dadas. Um romance falido encerra a ligação. E somente a falta, apenas a falta (seja lá do que for) mantém a criatura sentada, passiva e alheia ao que poderia acontecer se tivesse o ânimo para ser o auto-preenchimento emocional que tanto busca e precisa. Os mosquitos começam a aparecer e o frio está insidioso na rodagem, querendo entrar portão a dentro. É sábado. É o fim.

Na altura de Paiaiá

Nesse pedaço de chão, observando passivamente as casinhas perdidas e os caminhos de terra, sinto-me um retirante em busca da fé, como aconteceu não muito longe daqui e que hoje é só água. A noite começa a cair e o mundo tem aquele tom colorido que não sabemos descrever e que, por falta de expressão melhor, chamamos de melancólico. Dependendo de quem olha, o pasto se cobrindo de noite que vejo pode ser uma seara mística e ritualística como também pode ser lacrimoso cenário. A vida não é fácil - para mim que não tenho paradeiro; para esse povo que só conhece o sol e as duras mãos do poder; para você que vive tão longe de si. Para onde vou ninguém me espera. Por isso a pressa não está em minha bagagem e por mais que eu me atormente com a minha histórica pobreza material, há uma dormência onde nada tem importância e eu, sendo também o próprio nada, entendo a minha importância em cada instante e em cada lugar. Linhas de transmissão de energia elétrica alimentam seus fios e botões e servem, ...

Sempre agrestes

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Foto: Rafael Rodrigo Marajá.  Meu bem, paisagens agrestes sempre lembrarão os dias de agosto quando um sol quente era abrandando pelo sopro frio das serras em terras tão distantes, embora igualmente agrestinas. Vi cactos espalhados e rebanhos pastando sem pressa.  Vi casas lindamente danificadas pelo tempo e que se mantém de pé por obra e graça da resistência que habita em seus moradores. Vi cidades de nomes estranhos e povos de olhares questionadores - somente o literalismo que em mim defeitua pode explicar a beleza irracional disso. Vi tudo isso. E sei que você viu também, nos dias em que fugia buscando o novo por essas bandas. E nem mesmo o tempo e a distância entre esse nordeste do nordeste e a Baía de Todos os Santos podem tirar palavras gravadas a ferro e fogo do intangível livro dessa existência - por isso estamos também aqui, e aí. Ora veja, fiz contas erradas e me senti em casa e confortável tão logo cheguei, como você disse uma vez sobre mim e todos os lu...