Onde estará o refrigério?

Domingo.
Na prova tinha uma história de mudança climática e o impacto na vida do brasileiro. 
O que dizer sobre a vida do brasileiro? 
O brasileiro que não come porque não pode e leva à boca tudo o que acha para que não se dobre em dois e faleça por inanição. O brasileiro que não tem o mínimo do refinamento em sua dieta e o que possui de culturalmente culinário ainda lhe é retirado no processo de colonização que chamam de goumertização (mais um dentre as dezenas de termos abrasileirados).
A vida do brasileiro é tão controversa que ao meio-dia em ponto, com uma sensação térmica de 33°C e com algumas sombras possíveis, o brasileiro baiano prefere ficar sob o sol. 
Não há protetor solar que ajude e não existe água suficiente para suprir uma desidratação nesse nível, em um semiárido que até os Deuses esperam o fim da tarde para sair de seus locais sagrados.
É domingo.
E no outro extremo, plena caatinga ( semiárido ainda) uma criança que só expurga suas escolhas pré-mortais precisa da assistência médica de uma equipe exausta, conflituosa, atormentada. A criança, cuidada pela mão do chicote, crê-assistida quando, no máximo, é suportar até pelos seus. 
É domingo, está quente e algumas pessoas ao redor, nesse meio-dia, começam a questionar onde estará o doce refrigério.

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