A normalidade da rodoviária

Faltam poucos minutos para a hora da Ave Maria.
A luz piscante da rodoviária tentar deixar o ambiente sombrio.
À minha frente uma mulher, ao telefone, indigna-se com o relacionamento em colapso em controlada indignação.

"Já são dois finais de semana...não acredito no que eu tô ouvindo..."

Explicações vazias são dadas.
Um romance falido encerra a ligação.
E somente a falta, apenas a falta (seja lá do que for) mantém a criatura sentada, passiva e alheia ao que poderia acontecer se tivesse o ânimo para ser o auto-preenchimento emocional que tanto busca e precisa.
Os mosquitos começam a aparecer e o frio está insidioso na rodagem, querendo entrar portão a dentro.
É sábado.
É o fim.

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