Amor em oito mãos

É entendível ter três mulheres, em cidades diferentes, com aspectos culturais e físicos ímpares.
Uma tem a cor da terra agreste, embora a delicadeza torne-lhe ainda mais bela à luz do sol nascente.
Outra tem o frescor da noite, manhosa como uma fera em rara descontração.
E a terceira possui o vigor de dez furacões em terras virgens de intempéries tão violentas.
Quando sua casa é o mundo, o abraço terno e forte faz-se presente em braços coloridos, de nomes diferentes, com desejos desiguais.
Há orações no almoço.
Há lascívia na sesta.
Há paixão bruta no amanhecer.
Pode ser que alguém brade que isso seja só safadeza. Pura maldade com o coração nada romântico delas. 
Elas sabem, mesmo que não digam, que é preciso mais de uma mão sobre a carne que lhes pertence em rateio. 
Sim, elas bebem o mesmo leite, amassam a mesma carne, batem no mesmo lombo. 
E isso é o amor em faces diversas.

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