O todo ou nada
A vida, uma desordem que encontra repouso no caos, eu vou colocando em pontos, vírgulas e reticências esperando que mais tarde tudo se resolva. Que o tempo, que a tudo cura, lamba meu corpo e me resfrie do calor da fornalha.
E eu estava colocando todas as pontuações necessárias quando nostalgias e saudades me assaltaram, levando minha frágil paz. De momento, assustado, quase me desesperei. Refleti. Armei estratagemas. Fui buscar o que era meu. No meio do caminho, Simone começou a cantar Migalhas e então eu parei.
Tão linda, tão profunda e tão real que parecia que o compositor tinha escrito cada verso em minha homenagem e que Simone cantava para mim. A cada segundo eu retrocedia à minha frágil paz e ao momento em que de mim roubaram. E pude dizer, junto com a canção, que eu não quero e nem preciso de migalhas de um amor egoísta.
Que a pessoa, incapaz de mudar e de compreender o que realmente significa viver um amor, seja feliz e guarde as migalhas desse amor tóxico, embora promotor de bons e questionáveis momentos.
As migalhas eu deixo para quem vier em seguida.
Eu quero o todo.
Ou nada.
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