O mar do Farol
Quando sentei à beira mar, sob a sombra do Farol da Barra, eu não estava só. Eu nunca estive sozinho.
As ondas do mar vindo em minha direção refletiam o sol do fim de tarde e minha vida misturava-se às dos desconhecidas à minha volta. Amigos, amantes, indecisos - todos parados olhando o mal que escondia o sol e descarregava angústias, sofrimentos, intrigas, maledicências, traições, desonestidade.
O mar, casa de grande mãe, limpava nossas mentes e acalmava nosso coração enquanto a vida, longe de sua influência, seguia recortada por mal-quereres diversos. E tudo estava bem.
Fixo no chão, como se tivesse criado raízes, meus pés seguiam firmes ao chão, ao mar, à grande mãe.
Meus olhos contemplavam o além e o mais longe - avistando a terra de Ayocá.
E minha mente, essa mente resistente e preciosa, acalmada e silenciada, entendia o que o Pequeno Príncipe entendeu. E quis conversar com ele, ali mesmo, entre estranhos.
E conversei.
E sorri com os olhos, a mente e o coração.
E tudo valeu a pena.
Cada gota de suor.
Cada fio branco nascente.
Cada palavra cadente.
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