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Mostrando postagens com o rótulo Love

Carta a um ausente XIX

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Arte: Portia, Sir John Everett Millais. Met.   Agora você não acredita, mas me parece que os seus esforços são insuficientes para ser o que pensou há alguns anos. É bem verdade que seu caminho acaba em mim quando se trata de pedir caminhos viáveis. E só.  Um dia, talvez quando estiver olhando o mar verde dessa cidade inquieta e malcheirosa, caia-lhe o pensamento na calçada e perceba que, até agora, muito pouca coisa tem importância e que, aquela você de outrora chora ainda em um quarto escuro com medo de ser reprovada por um círculo social ingrato e injusto. Olhando assim, de longe, parece que eu me perdi e não saiba muito bem o que estou fazendo de uma vida que caminha em direção ao Portão do Inferno, sempre olhando para o abismo real que suga almas sem esperanças. Talvez, de fora, tenha alguma razão. Afinal, a vida é para ser gasta.  É por isso que olho para você e percebo que a beleza que já vi sob o sol de agosto parece estar murchando com o peso de tantos p...

Além da fronteira do amor romântico

 Há eventualidades que o amor romântico ocidentalizado jamais alcançará. Questões básicas de não colonização do outro que foge completamente aos axiomas de uma sociedade pautada na posse, na propriedade e na dominação do outro e de suas preferências.  Dono de si, o outro dispõe de vontade que, às vezes, é soterrada em escombros de deveres, afazeres, aparências e quereres alheios. Extirpado de sua verdadeira natureza, esse outro, não raro e por períodos consideráveis de tempo, acaba esquecendo quem é e qual seu papel no contexto social no qual está inserido. O amor romântico ocidentalizado, onde o sexo tem regras rígidas e paulatinamente ensinado indiretamente em escolas e hipocritamente renegado em espaços pseudo religiosos, é uma flâmula hasteada em pleno mar seco, onde a vida é incapaz de prosperar.  Em certas madrugadas, onde nem mesmo o homem consegue inventar um deus onipresente e mítico e as fronteiras desse amor romântico acabam, somente as eventualidades de uma vi...

Da inanição de afeto

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Arte: Stole. first quarter 19th century. Met.   Não é que perdemos o jeito de dar, receber e cultivar afeto. Simplesmente não sabemos mais - se é que algum dia, de fato, tivemos a chance de estar em estado de afeto. Antes teve aquela época em que pessoas muito violentadas, física e/ou psicologicamente, criam em um pseudo afeto por meio das redes sociais. Depois, ou conjuntamente, passamos a publicar certas demonstrações de afeto. Agora, contaminados pela falsa ilusão promovida pelas redes sociais, estamos armados contra o que chamamos de afeto.  Ao menor sinal, sumimos. À menor gentileza ou cortesia, desafiamos a um sanguinário duelo quem ousa ser gentil ou cortês na vida real - não dá tempo para fotografar e postar.  O afeto tornou-se um dos demônios católicos que assedia sem provocação. E seguimos um caminho pedregoso e espinhento que a nada e a ninguém protege.  Estamos áridos, morrendo por dentro, sem sangramentos, sem feridas expostas, sem marcas visív...

Carta a um ausente VI

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Foto: R. R. Marajá.  Carreguei sua foto, impressa, frágil, por estados tão diferentes e com tal zelo que nada mais importava nessas estradas. Carreguei sua foto entre meus pensamentos porque mais junto que isso somente você dentro de mim, ao meu redor, sobre mim, sob mim, entrando e saindo por todos os meus poros.  Eu carreguei porque o sentimento transformou-se em sólido e utópico amor que encanta a mim todos os dias, ainda que em situações tristes ou lascivamente indecentes.  Você é meu desejo que se incendeia sobre a pele e a cama de homens e mulheres, cujas camas resistem à falta de amor e excesso de dominação.  Você ainda é o sentimento que encanta a todos em cada recanto e que se nega ser vulgarizado pelo simples fato de que é mais que o ser alguém ou estar alguém. Você ainda é e sua foto, em minha memória sempre continuará sendo o estandarte de quem eu posso ser. Mas é aqui que você fica. Olhando o sol do fim de tarde e lembrando de tantos versos q...

Amor em oito mãos

É entendível ter três mulheres, em cidades diferentes, com aspectos culturais e físicos ímpares. Uma tem a cor da terra agreste, embora a delicadeza torne-lhe ainda mais bela à luz do sol nascente. Outra tem o frescor da noite, manhosa como uma fera em rara descontração. E a terceira possui o vigor de dez furacões em terras virgens de intempéries tão violentas. Quando sua casa é o mundo, o abraço terno e forte faz-se presente em braços coloridos, de nomes diferentes, com desejos desiguais. Há orações no almoço. Há lascívia na sesta. Há paixão bruta no amanhecer. Pode ser que alguém brade que isso seja só safadeza. Pura maldade com o coração nada romântico delas.  Elas sabem, mesmo que não digam, que é preciso mais de uma mão sobre a carne que lhes pertence em rateio.  Sim, elas bebem o mesmo leite, amassam a mesma carne, batem no mesmo lombo.  E isso é o amor em faces diversas.

Na altura de Paiaiá

Nesse pedaço de chão, observando passivamente as casinhas perdidas e os caminhos de terra, sinto-me um retirante em busca da fé, como aconteceu não muito longe daqui e que hoje é só água. A noite começa a cair e o mundo tem aquele tom colorido que não sabemos descrever e que, por falta de expressão melhor, chamamos de melancólico. Dependendo de quem olha, o pasto se cobrindo de noite que vejo pode ser uma seara mística e ritualística como também pode ser lacrimoso cenário. A vida não é fácil - para mim que não tenho paradeiro; para esse povo que só conhece o sol e as duras mãos do poder; para você que vive tão longe de si. Para onde vou ninguém me espera. Por isso a pressa não está em minha bagagem e por mais que eu me atormente com a minha histórica pobreza material, há uma dormência onde nada tem importância e eu, sendo também o próprio nada, entendo a minha importância em cada instante e em cada lugar. Linhas de transmissão de energia elétrica alimentam seus fios e botões e servem, ...

Dois homens e um amor

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Quadro: Um Desfiladeiro nas Montanhas (Kauterskill Clove). Sanford Robinson Gifford. The Met.    Aquela linda canção do Cazuza cai como uma luva em um domingo de temperatura amena e muita preguiça. Afinal, quem nunca quis "(...) ter uma bomba Um flit paralisante qualquer" E aí você para para pensar que o amor vem dentro e fica preso sob a pele. Não sai por mais que se faça esforço, um imenso esforço, para mostrar que ele existe e está lá, pulsando, existindo.  "Mas no fundo eu nem ligo" E quem liga para o tic tac do tempo que se passou.  Há velhos temas em aberto. Há palavras que pairam como nuvens acima dos cabelos e em olhos brilhantes de fotografias de decênio.  Há amor lapidado entre outros braços, outras bocas, outras experiências. Há você. E você "(...)diz "já foi" e eu concordo contigo Você de perto eu penso em homicídio  Mas no fundo eu nem ligo Você sempre volta com as mesmas notícias.  A noite, enfim, chega.  E o Caju e eu parecemos velh...

Rascunho de uma missiva

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Obra: Road in Etten. Vincent van Gogh. The Met. Uma foto que você nem sabe que ainda tenho está sempre ao alcance dos meus olhos e protegida da curiosidade alheia.  Seus escritos, tão cheios de amor e carinho, resistiram aos anos e às mudanças. E estão perto, sempre perto, como o único tesouro que vale a pena todo e qualquer sacrifício.  Agora, enquanto a sensação térmica de 36°C me revira de um lado para o outro e a minha falta do que fazer me leva a inventar diversas formas de ser um Eu mais centrado, eu tenho você diante dos meus olhos, entre poesias, músicas, lembranças e momentos.  No entanto, nem tudo é bom. Há velhas culpas que só você pode varrer para a rua; há poeira sobre mim e que só você pode limpar.  O problema  é justamente esse: onde anda você.  O Estado dos Marechais, com todas as suas desgraças, te abriga. E parece tão longe, apesar de ser tão perto.  Nada mais importa e o meu tempo aqui finalmente está acabando. 

Minha Luz da Manhã

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Foto: Cabo Horn perto de Celilo. Carleton E. Watkins. The Met.   O caminho, até aqui, teve pedras, pedregulhos, rochas intransponíveis. Teve rosas evisceradas e lágrimas. Pessoas passaram e outras ficaram por um tempo. E sai experimentando, buscando colocar em seu espaço, de direito e de conquista, plásticos romances, vícios, solidões. Mesmo assim, nada foi suficiente para ocupar o seu lugar, mais de uma década depois; embora o meu lugar, efêmero desde sempre, foi ocupado, e espero que bem.  Suas palavras ainda são o farol em meio à neblina da minha vida.  Você ainda é o brilho dos meus olhos; a minha insegurança; o meu amor primeiro e mais puro. Minha luz da manhã!

Ser ou estar

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Enquanto sou brinquedo está tudo bem. Enquanto sou o pano que seca e limpa a sujeira está tudo bem. Enquanto sou a desculpa e a justificativa para tudo e qualquer ato vil está tudo bem. Porque há pessoas que só nos querem para humilhar e maltratar e quando não o podem ficam tristes, às vezes até desesperadas. E entender essa dinâmica é uma faceta que precisa ser desenvolvida. E uma relação assim não muda, não há como mudar - você sempre vai precisar estar mal para que outro esteja bem. E isso é parte da vida. Eu já escrevi sobre amores de etiqueta, ilusões e desilusões. Escrevi sobre amores passageiros e pessoas que nada merecem. Escrevi sobre tudo isso e tudo tem sentido.  Escrevi sobre traições e como a pessoa traída é, na verdade, a menos enganada. Escrevi sobre mentiras e como eles destroem tudo. Escrevi sobre cada faceta dos relacionamentos de conveniência. Entretanto, nesta manhã, eu não queria escrever sobre isso. Ler isso. Ser ou estar, como o verbo inglês que pouco muda. N...

O todo ou nada

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A vida, uma desordem que encontra repouso no caos, eu vou colocando em pontos, vírgulas e reticências esperando que mais tarde tudo se resolva. Que o tempo, que a tudo cura, lamba meu corpo e me resfrie do calor da fornalha. E eu estava colocando todas as pontuações necessárias quando nostalgias e saudades me assaltaram, levando minha frágil paz. De momento, assustado, quase me desesperei. Refleti. Armei estratagemas. Fui buscar o que era meu. No meio do caminho, Simone começou a cantar Migalhas e então eu parei. Tão linda, tão profunda e tão real que parecia que o compositor tinha escrito cada verso em minha homenagem e que Simone cantava para mim. A cada segundo eu retrocedia à minha frágil paz e ao momento em que de mim roubaram. E pude dizer, junto com a canção, que eu não quero e nem preciso de migalhas de um amor egoísta. Que a pessoa, incapaz de mudar e de compreender o que realmente significa viver um amor, seja feliz e guarde as migalhas desse amor tóxico, embora promotor de b...

Dois céus

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O frio trouxe a chuva. Ou foi o contrário, não lembro. Ao meu redor há espaços, não vazios.  E sobre mim há uma fina capa que costumamos chamar de vida. E com ela sou capaz de ouvir vozes no andar de baixo. A água para o café está sendo aquecida e uma boa noite de sono passou.  Por aí, nesse mundão, há palavras venenosas que tentam me encontrar, expressões injustas que tentam me alcançar. E eu me recuso a aceitá-las, encontrá-las. Eu gosto dessa chuva toda que inunda o ar de expectativas e alaga tantas ruas. Eu gosto de ser pego pelas gotas na volta da praia. E de molhar-me depois de um banho intenso de chuva. Há quem diga que não me entende e que me compreender é difícil, mesmo quando tudo é tão claro quanto um dia de sol, porque por dentro o céu é quase sempre limpo e de sol a pino e deve ser por isso que gosto tanto das nuvens de chumbo do céu aqui fora. O cotidiano no andar de baixo começou e é bom que eu comece o meu logo. Foto: Rafael Rodrigo Marajá/Arquivo Pessoal. ...

Inominável expressão

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Poucas expressões eu considero realmente graves a se dizer a outra pessoa, principalmente quando esta foi, em algum momento e por breves instantes, querida. E são graves por que carregam em si o peso do coração e dos sentimentos mais profundos.  No entanto, são necessárias. Para que o outro passou do limite, ultrapassando qualquer consideração e afeto, pavimentando uma estrada de mão única e só de ida. Porque, às vezes, deixamos que as pessoas nos tratem com desdém enquanto esperamos que elas melhorem um caráter defeituoso. E elas, frequentemente, não querem ser melhores; elas querem parecer melhores e aceitáveis para suprir uma superficialidade abjeta. E somente depois de muita dor e sofrimento essas expressões veem à tona como último recurso de amor próprio e desprendimento, vindo de um lugar onde não mais existe amor e afeto, apenas espinhos e cicatrizes. Um solo infértil. Uma delas, cunhada pelo tempo, pela falta de amor e por sentimentos elevados rebaixados à ridic...

Um caminho, um caminhante

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Foto: Rafael Rodrigo Marajá. Arquivo Pessoal. Andar por lugares conhecidos com o coração leve e a alma tranquila requer coragem - uma coragem audaz e forte. Nesses caminhos de lembranças, risos e superações estão as marcas que ferem e sangram a cada passo. Estão, nas cores, nas casas, nos transeuntes, as formas de uma vida anterior propositadamente desprezada e destruída pela mesquinhez da deslealdade e da falta de verdade. As dores do caminho são resistentes e frequentemente inatacáveis. Dores que mancham a beleza das fotografias, das lembranças intangíveis, dos estados de espírito. O caminho é o mesmo. As aparências são as mesmas. Os sentimentos, ofendidos, são os mesmos. O caminhante não é o mesmo. E nunca mais será.

Crônica de uma vida insuficiente XXII

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 Não foi de repente que fomos nos afastando. Foi violento. Palavras ásperas e gestos bruscos marcaram a nossa diáspora. Você está em longínquo isolamento, nem mesmo sei se ainda vive. Não há mais vestígios da sua existência. Apenas lembranças. Raros momentos que passam pela mente de vez em quando.  Nos dias de sol de 32º o cheiro da água molhando uma grama em constante declínio lembra seus medos, suas alegrias, suas lágrimas. Suas lágrimas ganharam prêmios, nem sei se você sabe. Se sabe, talvez não se importe. A essa altura, com a morte plantada em nossas portas, não tem mais importância. 

Missiva

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Quadro: Young Lady in 1866. Edouard Manet. MET. O inverno está aí, de novo, para os que sobreviveram ao último outono. O mar está com uma ressaca daquelas e não aceita nem um agradinho sequer. Os ventos, ora uma força descomunal ora uma leve brisa, entra casa adentro e afugenta o gatinho do seu ninho de preguiça.  Não sei onde andam os desprezíveis de outrora - certamente corrompendo inocentes almas. Sei apenas que ainda me recupero apenas do leve contato que tive com eles - a malignidade de certos indivíduos é brutalmente peçonhenta.  Tudo continua igual, na medida da igualdade provocada por pequenas e quase insignificantes mudanças. Se eu não sucumbir ao veneno já adquirido tentarei sobreviver à doença da moda. Até lá, apenas viva - quem sabe um dia eu chegue sem mala, embora inteiro. 

Viés

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Arte de Gabriela Santos. À G.S. Tenho em mim a poesia do teu corpo em cheiros que não se desfazem com banhos ordinários. Tenho em meus olhos as luzes que resplandecem a cada manhã, nunca ordinárias ao teu lado. Eis que tenho verdades que não se desfazem em tuas mãos, mas que se constrangem diante do teu olhar. Tens, em tuas curvas, o fogo que consome as minhas horas E os efêmeros romances jamais poderão limitar o amor desmedido que emana dos poros, meus, e das lágrimas, tuas. Porque as tuas lágrimas regam o meu bosque E levam para o mar os sentimentos E trazem do mar os sentimentos das nossas vidas Porque na cachoeira do teu ser que me banho a cada manhã E seja dia ensolarado Seja dia nublado Tenho o que tu tens E tu tens o que eu sou.

O EU e o OUTRO

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Arte: The Disillusioned Medea. Paulus Bor. Met. Integrar dois mundos de modo que manias, medos, aspirações e paixões sejam suficientemente próximos nas mais diversas situações é o grande desafio dos relacionamentos. Integrar dois mundos é integrar duas pessoas em um mesmo universo paralelo que se estende do EU para o OUTRO sem os intermediários que, comumente, podem ser encontrados nas relações de boa vizinhança e de trabalho. Essa integração, por vezes conturbada, confunde-se com o sexo e o desejo causando problemas gigantescos aos envolvidos. Filhos, abortos, animais e plantas de estimação, familiares, religiões, costumes e hábitos passam pela metamorfose provocada pela ação do relacionamento e terminam com suas definições e seus paradigmas profundamente alterados. É por isso que superar um relacionamento não é fácil e sempre muito traumático. Por isso, quando observamos um casal em franca discussão em dias de chuva ou no começo de um dia, com a madrugada sendo raiada p...

Passado o tempo

"(...) entre todos os seus amantes ela não tem quem a console; todos os seus amigos se houveram traiçoeiramente com ela, se lhe tornaram inimigos."                       - Lamentações 1:2 No drama do início da adolescência,  quando ainda crê dominar a arte da aplicação do conhecimento e que possui a reflexão profunda dos budistas, troca um amor, incipiente, frágil,  efêmero até,  pela certeza do amor amistoso de amigos que se dizem para a vida toda. E mesmo sentindo o que a opinião alheia ignora, segue em frente, seguindo os passos de indivíduos mais problemáticos para, quem sabe um dia, merecer mais que um olhar de pena ou indulgência. Crer não merecer o amor que outros desconhecem a existência. Crer que a maturidade existente,  se há maturidade antes dos 30 ano...

Não é tudo isso

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Arte: Pygmalion and Galatea. Auguste Rodin. Metmuseum. Não demora e a gente sempre volta ao mesmo tema e, com uma leve variação de personagens e psiquês, à mesma medida de enredo: A ama B, C ama B, D ama B, e B não ama ninguém porque B não está procurando amar ninguém, apenas viver o hoje como se não houvesse amanhã. Mas ninguém entende a equação simples que é o desinteresse por essa história de amar. Também ninguém acerta a medida de não-amor - ou partem para direto para a homossexualidade ou para o sexo escrachado.  E aí, quando uns choram, outros experimentam uma dose a mais de álcool e o ridículo torna-se pedra angular de uma vida tacanha, o acanhamento faz-se presente como peça de um quebra-cabeça que nem deveria existir. Descomplica! O amor não é essa coisa toda que falam. Aposto até que você só o alcança quando não pensa, não o procura e não o define.