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Mostrando postagens com o rótulo Amor

Amor de neon

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Das mais diferentes formas que um relacionamento pode surgir a pior é aquela que tem o sexo como parâmetro. E se somar ao sexo o desejo por uma vida cujo padrão em que obrigatoriamente é preciso ter filhos e a necessidade de não se sentir solitário, isto é, a possessão de uma vida "vazia", há, então, o surgimento de uma fórmula fadada ao fracasso.  Não raro ainda vejo homens que, após uma trepada ou duas, declara amor eterno (por incrível que pareça) e recorra ao bom  e velho vinho  com chocolate, em casa (quando já mora sozinho) ou em um motel barato, para oficializar um relacionamento que surgiu quando a mulher estava com o falo na boca  e depois quicando palavras de incentivo no pré-gozo. O vinho retira fácil a lingerie de certas mulheres e encoraja rápido certos homens frouxos. Tudo o que ele não faz é tornar a fantasia de momentos noturnos em cotidianos diurnos..  O amor diz que chega e o tal sim (a quê exatamente nunca e bem definido) acaba sen...

Viés

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Arte de Gabriela Santos. À G.S. Tenho em mim a poesia do teu corpo em cheiros que não se desfazem com banhos ordinários. Tenho em meus olhos as luzes que resplandecem a cada manhã, nunca ordinárias ao teu lado. Eis que tenho verdades que não se desfazem em tuas mãos, mas que se constrangem diante do teu olhar. Tens, em tuas curvas, o fogo que consome as minhas horas E os efêmeros romances jamais poderão limitar o amor desmedido que emana dos poros, meus, e das lágrimas, tuas. Porque as tuas lágrimas regam o meu bosque E levam para o mar os sentimentos E trazem do mar os sentimentos das nossas vidas Porque na cachoeira do teu ser que me banho a cada manhã E seja dia ensolarado Seja dia nublado Tenho o que tu tens E tu tens o que eu sou.

O EU e o OUTRO

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Arte: The Disillusioned Medea. Paulus Bor. Met. Integrar dois mundos de modo que manias, medos, aspirações e paixões sejam suficientemente próximos nas mais diversas situações é o grande desafio dos relacionamentos. Integrar dois mundos é integrar duas pessoas em um mesmo universo paralelo que se estende do EU para o OUTRO sem os intermediários que, comumente, podem ser encontrados nas relações de boa vizinhança e de trabalho. Essa integração, por vezes conturbada, confunde-se com o sexo e o desejo causando problemas gigantescos aos envolvidos. Filhos, abortos, animais e plantas de estimação, familiares, religiões, costumes e hábitos passam pela metamorfose provocada pela ação do relacionamento e terminam com suas definições e seus paradigmas profundamente alterados. É por isso que superar um relacionamento não é fácil e sempre muito traumático. Por isso, quando observamos um casal em franca discussão em dias de chuva ou no começo de um dia, com a madrugada sendo raiada p...

Sobrevivente amor

Quando os slides tiverem os signos embaralhados e o calor abraça-la em plena aula seus olhos procuraram o negrume dos meus, implorando pela revolução de outrora, pelo socorro contra a rotina, pelo amor que pouco a pouco escorreu por entre seus dedos. Haverá lampejos de argumentos contra. Haverá opiniões contrárias de apoio. Haverá novas e insuficientes  presenças. Haverá saudade. Haverá ausência. Haverá  vontade. Haverá lembranças revividas. Haverá o desejo de um abraço de retorno. Haverá o beijo de reencontro. Sua consciência flutua até mim entre jasmins e perfumes com o ardor de quem precisa viver sem as amarras de um mundo fastidioso. E eu,  já não esperando, concederei à recordação o valor do novo.  Com armas baixadas. Com alegrias infantis. E então haverá paixão. Então há amor.

Sentimento do ser

O sentimento é independente. Uma reação autômata que, às vezes, se transforma em ações. E que não precisa nada além de um estado de espírito capaz de modificar a visão que se tem do mundo, sem, necessariamente, mudá-lo. É por isso que parece absurdo exigir demonstrações tangíveis de algo que não se pode mensurar. E é absurda a busca que alguns empreendem para encontrar o sentimento empacotado em embalagens de 200g, vendido em lojas sujas do centro da cidade. O sentimento, embalado a vácuo ou por pessoas de mãos sujas, vendidos em lojas populares ou recebidos de pessoas mesquinhas, continua sendo o mesmo sentimento inalcançável que seres tão esperançosos buscam no vazio de filosofias ingratas. O sentimento é só o sentimento, sem aspas, sem contra-argumentos, sem ações reativas.

Um fim abominável

Quando se acaba um relacionamento, às vezes, um dos envolvidos tem a petulância de desejar felicidades “nessa nova etapa”. É o “seja feliz” mais hipócrita dito na hora mais inoportuna que se pode conceber. Depois do choro, do ranger de dentes, da raiva e das conjecturas e da consequente aceitação, vem a vigília nas redes sociais – sempre muito atento(a) a fotos, viagens e opiniões. A efêmera busca por indiretas respondíveis. Um dia, sempre nessa caçada, um ou outro fica feliz, sacode a poeira do passado e vai seguindo em frente. Um dos dois, sem perder nenhum detalhe da vida alheia, busca brechas que confirmem uma pseudo tristeza disfarçada ou uma pseudo dor de cotovelo latente. A pessoa que seguiu em frente, que também viveu os mesmos passos que a outra e que conseguiu simplesmente deixar para lá a bobagem que é sofrer por um “amor” abortado só pode esf...

A moeda e a flor

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Quadro: The Steeplechase, Coney Islan. Milton Avery. 1929. Metmuseum. Se não for o dinheiro, é o amor que nos move todos os dias para um trabalho - às vezes medíocre - todas as manhãs. Quando não é o dinheiro, é esse tal de amor - que até hoje ainda não encontrei e creio que muitos milhares também não - que nos oprime e faz com que a indústria da beleza seja uma das mais estáveis. Essa dobradinha entre o amor e o  dinheiro é interessante sobretudo porque, excetuando-os, quase nada resta para nos motivar. Trabalhamos para comprar casa, carro, comida, roupa, ostentar cartões de crédito e débito. Trabalhamos para, na conquista moderna da fêmea, ter um diferencial em relação a outros machos - se você for gordinho ou simplesmente fora dos padrões fitness   pode investir no trabalho de boa remuneração; nada é tão excitante quanto um poder de compra alto. Trabalhamos  para não ficar para trás quando o assunto é sexo.  O outro lado da moeda, esse tal amor, é mu...

A bebida bordô

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Arte: In a Courtyard, Targier. Philippe Pavy. 1886. "El amor es como el vino. A veces nos reconforta. A veces nos destroza". Stefan Zweig Acostumamos tanto a perverter os fatos que quando deparamo-nos com a triste realidade da não reciprocidade de sentimentos acreditamos, fortemente, que é romântico ser atingido por xingamentos e a toda sorte de agressões pela pessoa amada. A regra é, claríssima, é que se na foto todos parecerem felizes e amados, então tudo vai bem. Uma engano comum e tão corriqueiro que passou a ser aceito como padrão em relacionamentos - amistosos e amorosos. A obrigação de amar tira a graça da coisa. A necessidade de estar com alguém leva-nos ao desespero. O amor, nesses tempos sombrios, tem nos levado à beira da loucura e somente nós, individualmente, pode salvar a si mesmo do monstro devorador da autoestima, do amor próprio e de um futuro  - da promessa de um futuro. O amor é vinho nas regiões frias, cachaça na aridez do...

"Amor" de etiqueta

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Obra: Fishing Boats, Collioure. André Derain. 1905. Metmuseum. Há quem compre o afeto - e depois o "amor" - com presentes e promessas. Conheço uma mulher que resolveu comprar o "amor de sua vida" através do empréstimo do carro, realizando as fantasias sexuais do amante e contribuindo para a formação acadêmica do rapaz, em uma relação quase incestuosa  - uma vez que o rapaz é dez anos mais jovem. O homem da relação, mesmo não tendo dinheiro e nenhum tipo de compromisso com ela, notadamente leva o relacionamento adiante por ser cômodo, nas circunstâncias em que está envolvido. Ela acredita estar sendo amada. As pessoas gostam de se iludir.  E é nessa história de ilusão que observo um outro casal que, depois de décadas vivendo no limite, porque tiveram uma origem semelhante ao casal descrito anteriormente, só podem existir como unidade graças à distância e à tolerância.  O "amor", como gostamos de classificar certos tipos de sentimentos que sustenta...

Excesso de veneno

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Escultura: The Intoxication of Wine. Clodion.  ca 1780-90. Sem nos darmos conta acabamos matando o amor com pequenas doses de veneno. Algumas vezes, não raras, colocamos exageros de paixão ou muitas miligramas de indiferença nesse veneno. Outas vezes nós apenas deixamos de adicionar compreensão nos pequenos impasses da vida. O veneno também é remédio se for bem dosado - ou o inverso também é verdadeiro. Atenção é solução - atenção demais é veneno; amor é solução - amor demais é exagero; sexo é solução - sexo demais é compulsão.  Mas ocorre também que o amor morre na tenra infância quando esquecemos de alimentá-lo com as ações que requerem tempo, paciência e adaptação. Pode ser que nesse processo o amor deixe de ser romântico e passe a ser fraternal; ou deixe de ser puro e seja meramente sexual. Os parâmetros mudam quando mudamos nossa forma de lidar com o outro ou com o mundo e o mais importante não é ter uma pessoa como escora para nossos problemas e fraquezas, mas ...

Nota comportamental

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Quadro: Bashi-Bazouk. Jean-Léon Gérôme. 1868-69. Não é raro que tenhamos momentos de conversas em que outras pessoas falem apenas da vida de outras pessoas, como se fosse normal viver no lugar de alguém. Alguém disse que podemos morrer por nossos amigos, mas não podemos viver por eles. Pensei muito sobre isso e concluí que não só é uma verdade absoluta como é um exercício de amor a quem realmente amamos  - seja amigo ou não. No passado alguém me disse que não existe certo e errado em alguns tipos de relações e que definir quem está errado ou não é mais perigoso do que saber quem cometeu algum tipo de falta. Ela estava certa, no fim das contas. Se pararmos para pensar em como agimos e em como enfrentamos as mais diversas situações colocaríamos o outro em uma situação confortável, independente do que tenha feito - que, geralmente, nem é tão grave assim. Entretanto, para que desenvolvamos tamanha habilidade é preciso que paremos de julgar as ações alheias e tenhamos o real...

I will return

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Escultura: Marble Statue Group of the Three Graces. 2nd Century A.D. Roman. Uma vez, em um dia não muito distante, alguém postou o seguinte em sua timeline do facebook: I  will return to the beginning and give new steps, repeating the good, correcting mistakes, falling further into the abyss of intense life. And when, one day again, not the stopping point, but the point reminded of unforgettable moments, then I'll be ready to always want more, towards the infinite.  Now, the pain consumes my joy, revived only when the memory cherishes me and saddens me at the same time.  However, my hope of salvation and redemption is possible in our simplest form of love. Passei um tempo considerável pensando o que o amor, ou aquilo que conhecemos por amor, nos leva a fazer - uns matam outros, outros matam a si e muitos se prendem no limbo que é a procura incessante por uma perfeição ilusória que até as produtoras de filmes estão desconstruindo. Não adianta apenas fala...

21:01 - A loucura está no amor*

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Quadro: Wheat Field With Cypresses. Vicent Van Gogh. 1889. MetMuseum Um riso incontrolável inflamou-o peito a fora, brotando nos lábios e traduzindo uma explosão de felicidade louca e sem sentido, explicada apenas pela loucura e pela ausência de sentimentos, na estupefação da descoberta. Esperava gritar, no silêncio da dor, chorar, magoar-se, morrer uma segunda morte em vida em que se levantar da cama é simplesmente a tarefa mais difícil a ser desempenhada. E, no entanto, sorriu. E sorriu por que viu. Sorriu para expressar um estado de espírito em que nada é capaz de abalar os alicerces de uma verdade sã, apesar de parecer louca, desregrada, incapaz. Sorriu para dizer a si mesmo que não importa: existe algo que não pode ser traduzido sempre, mas que está lá, esperando por uma brecha em ocasos, acasos e amores fabricados. Os lábios alargaram mais que um simples dizer de alegria; os lábios estouraram contra uma tristeza, contra uma forma agressiva de amar que oprime o coração at...

O amor caiu

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Obra: A Rose. Thomas Anshutz.1907. O amor caiu em uma cratera, fraturou três costelas e teve um princípio de AVC. Quase morreu do baque e ainda hoje não se recuperou. Quando o tiraram do buraco estava negro de sujeira e a um passo da putrefação completa. Foram longos os meses de recuperação e várias infecções até que pudesse ter alta e voltasse a ser o que era. Ou tentou ser o que era. A pele refloresceu e o viço da juventude voltou, assim como a lembrança da queda livre. Jamais se livrou da imagem daqueles poucos segundos que mudou para sempre a sua vida. Jamais pôde deixar para trás os pensamentos que lhe ocorreram enquanto a dor trespassava-lhe o corpo e a sujeira tornava-o mais indecente. 

Reflexão do amor que fica

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Imagem: Mountain Stream. John Singer Sargent. Não acredito que exista um dia dos namorados, nem dos solteiros, nem dos deixados. Existe saudade que se transforma em lágrimas; amor que se guarda sob camadas de uma raiva indecente; lembranças que se misturam à fantasia do cotidiano.  Certa vez alguém me disse que o amor não acabava - só mudava. E na mudança ele se feria, se magoava, revirava-se, caía e levantava. Ela disse que o amor não ia embora de jeito nenhum. Ela foi. Engraçada essa ideia de que a pessoa vai embora e o amor não. Até hoje não sei se ela tinha razão - aquela raiva indecente encobriu e embotou a razão de nós dois muito tempo depois da partida. Aliás, ninguém parte de verdade, completamente. Daí acho estranho quando as pessoas gastam o dinheiro que não têm, viajam horas e esperam tantas outras horas em rodoviárias e  aeroportos, com presentes (e sendo o próprio presente), só para mostrar o quanto amam a outra pessoa. É estranho porque na ...

A presunção do amor

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Pintura: Nude with oranges. Henri Matisse. 1951. Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. A presunção do amor é crer que todos são obrigados a amar - amar as idiossincrasias alheias; amar a corrupção justificada do outro; amar as falhas dos relacionamentos.  Ninguém ama verdadeiramente outra pessoa a ponto de relevar e justificar repetidamente as falhas e as fraquezas de outra pessoa. Ninguém gosta de pessoas fraca...

Amor telefônico

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Pintura: Street at Biskra. Henri Matisse. 1906. Pegou o telefone, pressionou a teclinha verde. Esperou. Esperou. Bip. Bip. Bip. A imagem na telinha exibia: "Chamando..." O número discado está desligado ou fora da área de cobertura. A voz da operadora encerrando o sonho de uma tarde de outono. Bip. Bip. Bip. Após o sinal deixe seu recado sem pagar nada por isso. A voz da operadora tornou-se boazinha e agora não cobra nada para quem deixa mensagens de voz (só cobra para quem recebe) Largou o telefone sobre a cama e muitos sonos depois, muitas gorduras acumuladas adiante, Bip. Bip. Bip.                                Após o sinal deixe seu recado sem pagar nada por isso. Bip. Bip. Bip.                              Após o sinal deixe seu recado sem pagar nada por isso. Bip. Bip. Bi...

Papel e Tinta

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Pintura: Greek Torso  with Flowers. Henri Matisse. 1919. O amor vira letra desenhada em papel vulgar que, depois de dobrado, perde a forma e o tom. Esse papel deixa  nos dedos as marcas dos poemas lidos, das prosas fantasiadas, das paixões anteriores. No envelope, com a folha de papel , embarcam também rostos desconhecidos, beijos de outros tempos, tardes telegrafadas, miragens diversas. Até chegar aos olhos do destino muita água passa sob a ponte - muita água suja também. O amor, em letras de tinta azul, fica sob pilhas de livros, guardando o perfume de outros tempos, as recordações de outras, os sentimentos de passadas eras. E lá, escondido, deixa os anos passar com a mesma calma e paciência co que fez presentes infantis, efêmeras lembranças. E quem dirá, muitos anos depois, quando esse amor estiver de frente ao pelotão de fuzilamento da memória, que um dia viveu os tempos de paz? E assim a tinta vai escorrendo entre empalidecimento do tempo, do amor não apro...

O deus particular

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Pintura: Kathy with a Yellow Dress. Henri Matisse, 1951 O amor é egoísta. É intrínseco a quem o sente. É fabuloso. É mentiroso e magnânimo em suas manifestações. Dizem que precisamos do outro para amar - e isso é, por si só, uma mentira. No fundo, e de forma inadmissível, necessitamos apenas da representação física do outro. Precisamos apenas de um rosto que traduza o sentimento e de um corpo que ocupe um espaço, em algum lugar.  Todo o resto é bônus ou ônus. Quando se ama alguém todos os erros são perdoáveis, todas as faltas são justificáveis e todas as expressões humanamente possíveis são tratadas como pequenos incômodos de nosso deus particular. Porque quando se ama alguém este se torna apenas e tão-somente um deus particular capaz de mover as ilhas do pacífico, eliminar as doenças e sofrimentos do (seu) mundo e realizar milagres. Para esse deus chora-se, contra ele ira-se, a favor dele tornamo-nos Tersito. Em seu altar deixa-se a alma, as roupas do próprio corpo, ...

O amor nas terras da brutalidade

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Olhando para o sol quente sobre a grama do campo do IFAL e pensando nas dezenas de centenas de pares que caminharam sobre aquela grama ocorreu-me que o amor a que estamos acostumados está mais para cólera que afeto. Por uma questão de exemplos temos sempre a impressão de que o normal é que para uma relação ser boa ela precisa fazer uma das partes chorar e a outra viver em constante estresse e frustração. O amor parece nunca ser sinônimo de virtude por essas bandas nordestinas. Ele é sempre traduzido como presentes em uma ou duas datas "especiais". Ou o amor se traveste de luxúria e mostra-se apenas como carne e suor ou enruste-se de agressividade gratuita. Quase nunca é valorado positivamente. Então, para completar o quadro grotesco do amor nas terras da brutalidade temos a língua-do-povo para não deixar o pretenso corno e a suposta puta - sempre os outros - em paz. Ah, como é doce a puta alheia e o chifre do vizinho! Imagem: Music. Matisse.  E assim, seguindo os...