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Mostrando postagens com o rótulo crônicas

Gravíssimo Acidente na UFAL - campus Arapiraca

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Nota da UFAL. A comunidade acadêmica da UFAL - campus Arapiraca ainda está estarrecida com o grave acidente que vitimou, não fatalmente, uma funcionária do Restaurante Universitário da citada unidade de ensino.  Com uma instalação efetivada apenas entre o fim do ano de 2018 e início de 2019, o Restaurante Universitário da UFAL- campus Arapiraca estava previsto inicialmente para ser inaugurado em 2015, conforme placa informativa fixada na porta principal do edifício. Agora, instalado 3 anos após o previsto (por que compraram a placa inaugurativa sem nem mesmo terem iniciado as fundações), um gravíssimo acidente quase leva a óbito uma funcionária da empresa terceirizada. Como forma de resolver o problema e esconder a negligência escrachada, a UFAL divulga nota sem nem mesmo citar a vítima e minimizando o acidente, que certamente poderia ter sido evitado se o prédio tivesse passado por uma vistoria, técnica e administrativa. O Restaurante Universitário seguirá fechado ...

As segundas e más intenções

Os invejosos estão soltos sobre a terra, utilizando os serviços públicos e indignados com a possibilidade de outras pessoas sentarem no mesmo banco de praça que eles; utilizarem  a mesma agência bancária ou o mesmo táxi. Os invejosos são velhos, jovens, homens e mulheres. São mesquinhos por natureza e de tudo fazem para manter seu imaginário poder. São sórdidos e fazem uso da religião para se passar por boas pessoas. São feios de dentro para fora. São incômodos e nunca bem-vindos. Suas mãos denunciam sua inveja e seu dinheiro, sua comida, suas roupas,  seus empregos, sua casa, seu carro, seus olhos, sua aparência, sua fé e seu Deus não serão capazes de salvar-lhes do fim ignominioso que os espera. Para eles, os outros são usurpadores de seus bens. Para o invejo, que se alimenta do desejo de ter o que não lhe pertence, nada é satisfatório.  E...

Fiscalizadores do Sexo

Logo após a Hora da Ave Maria os fiscalizadores do sexo saem às ruas, após longas horas nas calçadas e de escrutínio da vida privada de todas as pessoas que são consideradas ímpias e que desfilam nas vias públicas, para promover o bem comum e garantir a honra e os bons costumes de todas as pessoas de bem. Essas pessoas de bem são tão indefesas! Principalmente porque não largam a herege cultura de cultivar a honra, individual ou familiar, na boceta das filhas, mães e, não seria exagero, avó. Quanto mais honrada a família,  mais vedada (ou minimamente aberta) é a boceta de todas as fêmeas da família. Apesar de preconceituoso e de mal-gosto, esse é um conceito que nunca perde a força (Amém, Igreja?). E se uma fêmea, as mais jovens são as mais agredidas sob a pseudo  capa da moral e da honra, se perde,  no mato, no muro atrás da Igreja ou em um hotelzinho ...

A cisão entre dominador e dominados

Perder o poder sobre alguém é uma das maiores motivações que faz com que as discussões sejam tão violentas, pois onde existe uma discussão, geralmente, há o declínio do poder que uma pessoa assume sobre outra. Esse poder, injusto e destrutivo, é a razão de quadros depressivos nas famílias, nas religiões e no trabalho. No ambiente familiar, o domínio é tido justo pelo fato de que os filhos são subalternos dos pais, incapazes de pensar e agir com livre arbítrio; e a mulher, nesse contexto, quando igualmente tratada dessa maneira, vive sob o julgo desse domínio destrutivo. Nas religiões e seitas, para manter uma hierarquia de poder sobre os bens materiais e sobre a vontade do outro, o dominador utiliza-se de promessas que nunca são cumpridas nesta vida e cuja busca pela manutenção da garantia de cumprimento dessas promessas esta atrelada a ira de uma entidade vingativa e exasperada. Afora o conto de fadas, adaptado para cada doutrina, a relação conflituosa entre dominador e dominado...

A cisão entre dominador e dominados

Perder o poder sobre alguém é uma das maiores motivações que faz com que as discussões sejam tão violentas, pois onde existe uma discussão, geralmente, ha o declínio do poder que uma pessoa assume sobre outra. Esse poder, injusto e destrutivo, é a razão de quadros depressivos nas famílias, nas religiões e no trabalho. No ambiente familiar, o domínio é tido justo pelo fato de que os filhos são subalternos dos pais, incapazes de pensar e agir com livre arbítrio; e a mulher, nesse contexto, quando igualmente tratada dessa maneira, vive sob o julgo desse domínio destrutivo. Nas religiões e seitas, para manter uma hierarquia de poder sobre os bens materiais e sobre a vontade do outro, o dominador utiliza-se de promessas que nunca são cumpridas nesta vida e cuja busca pela manutenção da garantia de cumprimento dessas promessas esta atrelada a ira de uma entidade vingativa e exasperada. Afora o conto de fadas, adaptado para cada doutrina, a relação conflituosa entre dominador e dominado...

Feliz ano velho, Cretinos!

Sempre falta, nas resoluções de ano novo, aquelas metas em que nos comprometemos ser menos corruptos e mais honestos – honesto consigo mesmo e com o próximo. Isso fica de fora da lista porque requer  uma força de vontade e um caráter limpo do medo da opinião pública. Isso fica de fora porque corrompemo-nos pouco a pouco e, nesse processo de pequenas concessões, acabamos nos prostituindo por algumas cédulas, por restos de afeto ou mesmo por uma aprovação daqueles que consideramos iguais. O ano se inicia com a falta de caráter e a covardia que veio do ano velho. O ano é novo, mas os malefícios provocados por essa falta de caráter e por essa covardia continuam retinindo como a lembrar do lixo de ser humano que ainda é. E, se assim continua, não é exagero felicitar esses humanos com “Feliz ano velho”. O ano novo é reservado exclusivamente àqueles que decide...

"Amor" de etiqueta

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Obra: Fishing Boats, Collioure. André Derain. 1905. Metmuseum. Há quem compre o afeto - e depois o "amor" - com presentes e promessas. Conheço uma mulher que resolveu comprar o "amor de sua vida" através do empréstimo do carro, realizando as fantasias sexuais do amante e contribuindo para a formação acadêmica do rapaz, em uma relação quase incestuosa  - uma vez que o rapaz é dez anos mais jovem. O homem da relação, mesmo não tendo dinheiro e nenhum tipo de compromisso com ela, notadamente leva o relacionamento adiante por ser cômodo, nas circunstâncias em que está envolvido. Ela acredita estar sendo amada. As pessoas gostam de se iludir.  E é nessa história de ilusão que observo um outro casal que, depois de décadas vivendo no limite, porque tiveram uma origem semelhante ao casal descrito anteriormente, só podem existir como unidade graças à distância e à tolerância.  O "amor", como gostamos de classificar certos tipos de sentimentos que sustenta...

Nas ruas imutáveis

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Saindo de casa e dobrando em esquinas e projetos de becos você sempre vai acabar desembocando no centro de Palmeira dos Índios. E não importa de onde saia, sempre vai haver silêncio e fofoqueiras nas portas, abrigando-se do sol nas sombras dos muros e árvores dos outros; vai haver o lixo do sábado - que ninguém recolhe; vai haver as carolas indo à missa ou ao culto e vai haver televisores ligados no programa do Faustão ou da Eliana.  O que você jamais verá será algum movimento útil nas calçadas, casas e ruas. Fui caminhando, dobrando esquinas e passando pela língua do povo até chegar à sorveteria de nome "chique" para tomar um sorvete bonzinho e um açaí lavajoso com mais leite em pó que a fábrica da Sabe no meio do nada em Sergipe.  E não basta as experimentações culinárias! Isso só não basta!  Ainda tem um monte de gente que sai de casa sobre a linha tênue do bom gosto e do bom senso que chega nos lugares como se fosse as ruas-prostíbulos ao lado do mercado da ...

Del amor

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O amor é solitário, nem tão chato nem tão egoísta. Talvez repentino, muitas vezes interessante. Mas sempre solitário. Está dentro de cada um, sem fazer alarme, esperando que alguém o toque, incomode. É cruel, frio e calculista. E quando chega na apoteose dos corpos, dominando a vida, a energia e a força de vontade, sente-se ofendido e resolve ir embora, transformando cheiro das rosas em podres odores. Tem ego inflado e um rugido ensurdecedor. É teimoso e tinhoso. E quando diz que se transformou em outra coisa está apenas dizendo que nunca foi o que pensaram - apenas leve sopro do que um dia pode ser. O amor é presa, caçador e estranho. E só o que se pode dizer sobre ele é que é ingrato.

Vida cruel

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Viver no nordeste, nessa época do ano, não é fácil. Nada fácil. Em Palmeira dos Índios falta água seis dias e 20h - apenas 4 horas de água por semana. O sol é escaldante e a terra parece que vai pegar fogo. Sair à rua é praticamente uma insanidade cuja única motivação é a necessidade. E se para os humanos é difícil, imagine para os animais, principalmente os de rua e abandonados! Não é raro encontrar, entre as dezenas de cães e gatos moradores de rua, animais de grande porte, como equinos e bovinos, perambulando pela cidade, morrendo de sede, fome e cansaço. Esses animais, que invadem ruas e rodovias, casas e terrenos baldios, viram e reviram lixeiras e o que mais aparecer, são vítimas de donos irresponsáveis e aproveitadores que, para economizar e poupar trabalho, entregam ao deus-dará esses pobres animais até que voltem a precisar dos seus serviços. Perambulando, indo de um ponto a outro da cidade, eles imploram por água a todos que passam, sentem na pele o sol quente do dia t...

O porquinho

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Andar pelas ruas da Princesa do Sertão à noite é uma experiência inenarrável e muito enriquecedora, sob vários aspectos. Eu, particularmente, adoro andar pelas ruas e vielas como um exercício de autoconhecimento, vida-louquice e passeio perfumado (dependendo da área arborizada em que se ande). Noite passada estava eu nessa caminhada noturna, olhando as estranhas promoções da cidade (como o.parcelamento de compras no construcard em 238 vezes) e as muitas excentricidades de uma população sem muitas perspectivas, quando viro uma esquina e me deparo com... um porquinho! Um porquinho de rua, muito bem acompanhado de um gatinho branco de olhos amarelos. O tal porquinho estava fuçando o lixo, observando quem passava e confabulando com o gatinho, sem estranhar os transeuntes e com muito estilo. O tal rosadinho corria o sério risco de acabar se encontrando com o aço inoxidável de uma faca sega, sedenta pela carne gratuita e pelo derramamento fácil de sangue. E praticamente no centro da cid...

Distração temporal

Quando o tempo decide passar nós não nos damos conta. Ele passa vagarosamente quando queremos que vá rápido. E rápido quando não prestamos atenção nele. O perigo reside justamente nessa desatenção. Quando vê as semanas correram, as estações mudaram, feridas cicatrizaram e cicatrizes sumiram. E no silêncio de tudo aquilo que se resume sob a alcunha de 'coisa' deixamos de, sem esforço e sem notar, de nos importar com a mesquinhez de outrora, ou por que ela se transformou em histeria ressentida ou ira contra tudo o que não é nossa caricatura. Os outros deixam de ser corpos e tornam-se espaço. Flores morrem. Cinzas espalham memórias. E o tempo não pára, como cantou o poeta. O tempo, cruel em sua marcha sem descanso, segue restituindo nossa única saída - a distração.

Lábios

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Passei um tempo andando no escuro e a saída era o começo de tudo. As cores eram tingidas com os corpos, as esperas e as fomes de almas duvidosas. Passeei entre as temporadas das flores e a das chuvas.  Encontrei casos antigos; casos que nem chegaram a se realizar e futuros ex-casos. Estranho a saudade do que se guarda no futuro e nas expectativas. Ainda mais estranho  é notar as linhas que passam com a pretensão de ser o centro das atenções e outras de não chamar a atenção.  E se todo verão é emocional, como disse o poeta sobre os beijos desses verões, não teria a surpresa de cada estado vermelho, pulsante, excitante. E quantos beijos deixamos de dar por pensarmos que beijos são contratos longuíssimos para casamentos infelizes.  Os doces lábios da Bruna Ah, teria que dizer que não há mal nenhum em um beijo aqui, uma admiração de vermelhos acolá, de suores de desejos logo mais adiante. A vida que hipertensa enquanto pensamos em certos, errados, lados e c...

Nuvens de cianureto

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Vista do céu. Palmeira dos Índios-AL As nuvens são engraçadas - tornam o dia nublado, descrevem animais e anomalias no profundo céu, somem sem deixar pistas e aparecem ninguém sabe de onde. Alguns gostam de acreditar que são de algodão, outros nem observam suas formas e perguntas. E elas estão sempre lá, no azul ou no chumbo, existindo. Embaixo, na terra, à luz solar, casais caminham em discussões infindáveis, sem saber em que ponto se perderam; mães que esquecem os filhos nas lembranças - e não sabem como voltar para buscá-los; olhos tristes que vagueiam à procura de pelos negros que sumiram, de rostos suados e felizes que se foram, de estados alegres destruídos pela ditadura do egoísmo. Embaixo das nuvens o "deixar de existir" é regra para quem não suporta a alegria de estar bem. E embaixo, sempre e cada vez mais, nunca termina. Queria poder dizer, como faz a Igreja (Padres, Pastores e Idólatras), que tudo vai bem em meio à pobreza de espírito e de material;...

No acostamento do dia

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Foto: Rodovia AL-SE. Rafael Rodrigo Maraja. Para lá e para cá entre Alagoas e Sergipe e nada do que foi será, naquilo que se refere à visão sobre o mundo que nos rodeia. À beira da rodovia existe bar, igreja, casas, residências, currais, redes, luzes e postes abandonados, antenas de rádio e tv e o nada-tudo que a ninguém interessa. Nesses espaços onde o progresso sempre passa correndo, onde as pessoas nunca se interessam em olhar, existem pessoas que estão levando a vida com a maior preocupação do mundo: que não morramos atropelados - e nem sempre por automóveis. De certa maneira a vida parece triste e insolente nos acostamentos das BR's, AL's e SE's. Quase uma afronta à cidades que, ainda que sejam pequenas e mal desenvolvidas, deveria ser o centro onde o cotidiano habita durante a semana, com pequenas pausas para o centro rural próximo. Olhando assim, de longe e separado pelo vidro, cá dentro com condicionador de ar e lá fora com a quentura natural da esta...

Eu e outros cronistas

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Em breve será publicada a Solilóquio – Antologia de crônicas – organizada pela Cogito Editora e pelo Blog da Gaivota. Será a segunda participação em produções da Cogito e a segunda de 2014, agora em um estilo diferente. A crônica participante, inédita, é de um tempo atrás, não muito distante, em que, sem saber o que dar de presente em um certo aniversário, escrevi um texto singelo. Anístico é presente e homenagem que agora se torna imortal aos olhos do publico ao integrar a Solilóquio. Como no caso da poesia, não me considero escritor, apenas alguém que de vez em quando acerta no ponto das letras. Solilóquio será lançada em setembro, mês em que Anístico foi escrita e dada.  E, em breve, vocês conhecerão esse inédito.

A poetisa, um Blog e uma homenagem

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De repente Crônicas! alcançou a marca de quinhentos posts. E para comemorar a poetisa Naillys Araújo fez deste humilde blog um poema que descreve as mais diversas situações pelas quais os textos foram feitos e pensados. E como é especial, nem vou fazer o que sempre faço, misturar prosa com poesia. À Naillys Araújo o meu mais sincero agradecimento e aquele abraço! ENTRES Tempos rápidos Horas vagas Crônos, crônicas No caminho reto De uma AVENIDA Que leva o nome do estado O tempo passa Vidas se transformam A natureza ganha forma Pessoas vagueiam, E se entreolham Reconhecem e desconhecem, E um Marajá relata. Entrevistas, Entre risos Os casos e descasos E as críticas, A revolta com o estado. Entre vistas, Entre linhas, Entre textos, Intertextos. Entre e leia Entre e sinta Entre e saia Saia e volte Entre e viva As crônicas quinhentas Da vida que passa E um jovem relata!

Os tênis do caminho

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Cena do filme Os 3 Os tropeços da caminhada, nas ruas e avenidas sempre tão iguais e poeirentas, são os obstáculos que precisam ser enfrentados para compor, aos poucos se sempre devagar, uma história, uma lembrança, amores, despedidas, encontros, recomeços. Às vezes são tantos tropeços que não tem calçado que resista, olho que não chore diante daquele amor que vai embora após tantas juras e promessas, corpo que chegue limpo ao final de um dia tropeçante. Um lance de escadas Em uma sacada Vários pares de pés Muitas propagandas é o que és! Muitos adidas todos iguais Reles e fúteis, no mais Não passam de meras propagandas Mas a mim não enganam Essas aparências sacanas... De um lado estão marcas, roupas, joias, fotografias. Do outro, estão os sentimentos – feras mutantes que não se aquietam em uma única maneira de ser. No meio, não do caminho, apenas no começo dele, está quem enxerga o chão e o céu, no mais alto grau de incompreensão, saudade, lástima ...

Mal jeito: do jeito que as coisas são

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Um dia resolvi fazer um pacote de decisões das quais, minha inflexibilidade e meu orgulho me impediriam de quebrá-lo. Mas outro dia, sempre repensando cada decisão e mantendo aquelas que realmente teriam sentido, cheguei ao pacote final,  onde as principais foi fazer com que, mesmo vendo fingisse não ver. Ainda hoje hesito, penso mesmo antes de voltar e fazer aquilo que disse que não faria. Mas, desafio-me a testar-me. Assim, hoje, depois de uma longa noite, abro meu Blogger e vejo, não sei quanto tempo já faz, uma postagem da qual, hesitantemente, abri e li. E, lendo, sem nenhuma prerrogativa como outrora, gostei do texto, não por que ele tenha algo que mudará qualquer curso da história da humanidade, mas que, no ínterim daquilo que considero bom e sempre vivo no cotidiano de todos os viventes, existe o que é bom por natureza de concepção. E lendo, ironicamente, processo a informação de que meu blog tem o título de Crônicas!, porém raramente escrevo uma verdadeira...