Lábios
Passei um tempo andando no escuro e a saída era o começo de tudo. As cores eram tingidas com os corpos, as esperas e as fomes de almas duvidosas. Passeei entre as temporadas das flores e a das chuvas.
Encontrei casos antigos; casos que nem chegaram a se realizar e futuros ex-casos. Estranho a saudade do que se guarda no futuro e nas expectativas. Ainda mais estranho é notar as linhas que passam com a pretensão de ser o centro das atenções e outras de não chamar a atenção.
E se todo verão é emocional, como disse o poeta sobre os beijos desses verões, não teria a surpresa de cada estado vermelho, pulsante, excitante. E quantos beijos deixamos de dar por pensarmos que beijos são contratos longuíssimos para casamentos infelizes.
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Os doces lábios da Bruna |
A vida que hipertensa enquanto pensamos em certos, errados, lados e caras.
Se vivêssemos como se deveria veríamos mais lábios vermelhos, decotes ilimitados, cores que se engalfinham em eterna briga por harmonia. De minha parte, à parte os críticos estressados, sempre topo com lábios vermelhos e decotes que dizem 'bom dia', 'bom domingo', 'que verão quente'. E minha alegria são batons que saem com facilidade e que se repõem com delicadeza.
Por falar nisso, batom é uma invenção fantástica!
Em bocas belas são armas poderosíssimas. Em caras com bocas belas são armas de destruição em massa.
Em bocas em ar suspenso são verdadeiros prelúdios de paixões violentas e histórias inconfessáveis.
Há de se dizer que, um vermelho sangue, pulsante, em um lábio que diz muito com pouco blá blá blá é sempre bem vindo.
Tratando de batons e cores, a especialidade está sempre no vício de borrar e colocar.
O resto, bem, é invenção das línguas alheias.
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