No acostamento do dia

Foto: Rodovia AL-SE.
Rafael Rodrigo Maraja.
Para lá e para cá entre Alagoas e Sergipe e nada do que foi será, naquilo que se refere à visão sobre o mundo que nos rodeia.
À beira da rodovia existe bar, igreja, casas, residências, currais, redes, luzes e postes abandonados, antenas de rádio e tv e o nada-tudo que a ninguém interessa.
Nesses espaços onde o progresso sempre passa correndo, onde as pessoas nunca se interessam em olhar, existem pessoas que estão levando a vida com a maior preocupação do mundo: que não morramos atropelados - e nem sempre por automóveis.
De certa maneira a vida parece triste e insolente nos acostamentos das BR's, AL's e SE's. Quase uma afronta à cidades que, ainda que sejam pequenas e mal desenvolvidas, deveria ser o centro onde o cotidiano habita durante a semana, com pequenas pausas para o centro rural próximo.
Olhando assim, de longe e separado pelo vidro, cá dentro com condicionador de ar e lá fora com a quentura natural da estação, parece que o mundo está certo, nós é que estamos errados em olhar pela janela.
No acostamento do dia, só a morte, ou a noite, é quem sabe o que importa.

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