Distração temporal
Quando o tempo decide passar nós não nos damos conta. Ele passa vagarosamente quando queremos que vá rápido. E rápido quando não prestamos atenção nele.
O perigo reside justamente nessa desatenção.
Quando vê as semanas correram, as estações mudaram, feridas cicatrizaram e cicatrizes sumiram.
E no silêncio de tudo aquilo que se resume sob a alcunha de 'coisa' deixamos de, sem esforço e sem notar, de nos importar com a mesquinhez de outrora, ou por que ela se transformou em histeria ressentida ou ira contra tudo o que não é nossa caricatura.
Os outros deixam de ser corpos e tornam-se espaço. Flores morrem. Cinzas espalham memórias.
E o tempo não pára, como cantou o poeta.
O tempo, cruel em sua marcha sem descanso, segue restituindo nossa única saída - a distração.
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