Passado o tempo

"(...) entre todos os seus amantes ela não tem quem a console; todos os seus amigos se houveram traiçoeiramente com ela, se lhe tornaram inimigos."

                      - Lamentações 1:2





No drama do início da adolescência,  quando ainda crê dominar a arte da aplicação do conhecimento e que possui a reflexão profunda dos budistas, troca um amor, incipiente, frágil,  efêmero até,  pela certeza do amor amistoso de amigos que se dizem para a vida toda.
E mesmo sentindo o que a opinião alheia ignora, segue em frente, seguindo os passos de indivíduos mais problemáticos para, quem sabe um dia, merecer mais que um olhar de pena ou indulgência. Crer não merecer o amor que outros desconhecem a existência. Crer que a maturidade existente,  se há maturidade antes dos 30 anos, é suficiente para podar amores, amizades, família,  futuro, possibilidades.
E o amor que era intenso, tornou-se etéreo. Até que um dia foi banido do círculo social e expulso da mente e do coração.
Mentiras foram ditas e alimentadas para que um coração ferido e revoltado pudesse sobreviver às intempéries de uma vida sobressaltada pela opinião alheia.
Agora,  anos depois, romances depois, quando os amigos de outrora já se perderam no tempo e no espaço, pergunta-se  o que fez de errado até aparecer os "se" que transformam noites em desertos de arrependimento.
Depois de tudo, de amores diversos, de quilos a menos e decepções aos torrões, onde está você?

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