Corpos incandescentes



Embora sejam espécimes raros, conheço uma ou duas moças que vivem verdadeiramente a lei da castidade imposta pela igreja e que, mesmo assim, mantém uma vida condizente com um estilo fitness, ou seja, busca manter o corpo em forma e curvilíneo. Observando isso e o fato de que não existem namorados e nem ficantes (investiguei os casos a fundo), fiquei pensando o que fazem para suprimir o desejo sexual que, sabemos, é desnorteador e opressivo quando não satisfeito. Disso surgiu a única solução possível - a masturbação.
Ainda que seja um tabu para mulheres com uma mentalidade ultrapassada e condenada veementemente pelos homens  que comandam as igrejas, a masturbação é o ponto de fuga para esses belos e descomprometidos espécimes que não tem pressa para casar e não encontrou ainda o "eleito". Encerradas em seus quartos, sob a luz fraca do poste da rua ou do brilho do smartphone, suas mãos tocam a própria pele como faria o homem que inexiste em suas vidas. Seus dedos tocam seus mamilos enquanto sua boca sente o desejo apertar-lhe a garganta com mãos de ferro. Seus corpos em chamas umedece seus grandes lábios desejos pelo falo que inexiste nesse momento de puro desejo animal. Suas costas, contorcendo-se, empurra-lhe para cima e sua mão invade sua vulva sedenta. Seus dedos explorando sua vagina e um clitóris intocado pela boca de outrem fazem-lhe explodir em delírios e prazeres além da compreensão. 
Sempre mais atentas e autossatisfeitas, seguem seus ritos de adoração com a consciência limpa e um corpo sem mais apto ao sexo animalesco que, mais cedo ou mais tarde, as consumirá por inteiro. Até que isso aconteça, seguem com bundas sempre mais lindas, peles sempre macias e dedos mais destros na arte da masturbação.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá