Olhares de peito aberto



Enquanto o país convulsiona e as provocações de um louco religioso e político reverberam nas cabeças mais insanas como verdades fundamentais, há que se olhar para os peitos.
Sim, peitos. 
Olhe direito para os peitos que balançam suavemente sob blusas coloridas e que saltitam ao mais abrupto movimento. Os peitos, não as bundas, são os passaportes para todo um mundo de sufocante e prazerosa agonia. São pedaços de carne que se desprendem do corpo e povoam a imaginação, deixando um rastro de ácido na boca e sempre, sempre, um desejo ardente.
De tão carnais e sexuais, o suor que lhes escorre são de cheiro, sabor e viscosidade diferente. Os mamilos, do menores e mais claros aos maiores e mais escuros, são toques de lascívia que deixam sobre a pele as marcas de experiências vividas e de chupadas recebidas - no calor do meio-dia enquanto se espera o ônibus escolar, o filme acabar no cinema ou o culto começar. 
São merecedores dos olhares, da admiração de homens e mulheres e do desejo que provocam. São sublimes por estar acima e desejos por provocarem, embaixo, o fogo-fátuo nas zonas mais baixas do corpo, da mente e da vida.

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