Ninguém escreve ao coronel
A solidão nem sempre acontece
quando se está só, fisicamente. Pode acontecer em companhia, por longos e
tormentosos anos, pode estar de mãos dadas com a fome ou a guerra, sob a chuva
e em meio à lama ou sob o sol e o mormaço delirante.
Esse foi o segundo livro de
García Márquez e demorou três anos para ser publicado, recusado por editores, e
que valeu a pena a luta do autor para levar ao mundo tão intensa obra. O
realismo de Gabriel torna o livro uma expressão da solidão a dois, da fome e da
adversidade como companheira e de um galo que promete o futuro sem falar em
linguagem alguma.
Com um enredo simples, porém
irônico, instigante e intenso, Ninguém
escreve ao Coronel adianta em alguns anos um dos personagens presentes em Cem anos de Solidão. O leitor, que
conhece esta última obra, se deparará com Macondo, a rendição do Coronel
Aureliano Buendía e o tratado de Neerlândia.
Ler Gabriel García Márquez é
conversar com todas as obras do autor e com o próprio através da solidão dos
seus personagens, das agruras do povo, em um Caribe latente nas entrelinhas.
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