Sentimento do Mundo

Cada um carrega em si, para si, os sentimentos de seu mundinho, do planeta, do trabalho. Cada um é responsável por suas escolhas, suas visões e suas opiniões. Cada um carrega sobre seus ombros o peso do mundo, em uma visão noturna de frente par ao mar ou ao ver um operário passando sem o uniforme azul.
Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade é uma conversa com um poeta que de ilusões parece só possuir os bons momentos de quem vive: política, sociedade, cidadania, injustiça, amor, nostalgia são elementos das páginas que cabem no bolso.
Poemas que não se aplicam apenas às relações amorosas, se é o que o leitor busca nessa obra. Então não se decepcione. Drummond revela, nessas linhas poéticas, com uma prosa escondida, a capacidade de ver a beleza, o caos e o futuro.
Um mundo em que o sentimento passa de realidade à saudade, em que a infância é o melhor lugar que se poderia estar [hoje], em que fantasmas também sentem dor, é o retrato de uma visão interessante e particular de um poeta que vivenciou duas grandes guerras, que viu o fascismo e o nazismo criarem forças, que presenciou golpes ditatoriais nacionais e que não deixou de amar o que é essencial.
Sentimento do Mundo, talvez, possa ser entendido como o sentimento do autor, do leitor – um registro histórico também.


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