Buscando a alma #5

Foto: Alagoas- trecho Palmeira dos Índios - Arapiraca. Rafael Rodrigo Marajá.

Um dia você verá, com a clareza nítida das manhãs de verão, que não foram os litros de álcool que a fez ser feliz, nem foram os músculos alheios que a fez vibrar. Verá que foi sua fuga de mim e de minhas nada relutantes palavras que a estremeceu em outros braços, que a embriagou, que a impressionou.
E então, quente demais para respirar, frio demais para sair, tarde demais para olhar o passado, quererá que minhas correntes a amarre à realidade fantástica da vida - e eu aprisionarei a sua alma à minha.
Nesse dia, embora muitas paixões já tenha desatinado minha cabeça e trincado meu coração, estarei de pé, encostado à parede de um lugar qualquer, esperando que seu corpo seja o obstáculo da minha visão, a prisão do meu estado livre.
E se me perguntarem o que é o amor? Ora, direi que são olhos clareados, uma pele tingida e um não querer querendo.


(De quando o tempo não para e exige ações de quem não quer agir).

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