Toda paixão, nada de amor
A graça é apaixonar-se pelo menos um vez, por semana.
Fico imaginando os pensamentos das pessoas que pulam a paixão e vão direto para o amor eterno, uma eternidade com uma só pessoa - que muitas vezes se mostra mortalmente entediante. E não me rogo ao constrangimento alheio em que as pessoas não sabem o prazer e a tristeza das paixões diversas, diárias, efêmeras que acomete a quem está atento a si e a seus desejos, desvencilhado(a) dos quereres de outro ser.
A paixão dentro de um ônibus que termina em um ponto qualquer; a paixão no shopping por alguém desconhecido; a paixão assassina por um ser maléfico; a paixão sem freios - todas em uma só pessoa, tão intensas quanto o amor monogâmico e etéreo.
Por falar nisso, como saber se o indivíduo amado é para ser eterno se não vivenciar as mais devassas e massacrantes paixões?
Tenho que dizer, sem temor e com alegria, que não desejo o amor eterno nem mesmo ao meu pior inimigo. Nada eterno pode ser bom se os momentos terrenos, devastadores, apaixonados for vividos de fato.
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