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Alma tarada #3

Abraça-me forte Aperta minha alma Estrangula a calma Deixa-me caído Abusado Usado E quando se for Não me deixe só o pó Apenas nunca me deixe.

Alma tarada #2

Sua vermelha boca                  Revira-me                     Contorce-me                  Invade-me                             [E numa conquista violenta]                                  Consome-me Não quero sua boca apenas Não quero só o seu olhar lascivo O que eu quero ainda não tem nome E sem nome, vou devorando sua alma.

Buscando a alma #6

E apesar de tudo,                                 do silêncio                                 da falta                                 do amor                                 do sal do gosto                                 do desgosto amargo Prefiro a danação eterna, de hoje em diante e para sempre. (De quando só o tempo cura).

Buscando a alma #5

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Foto: Alagoas- trecho Palmeira dos Índios - Arapiraca. Rafael Rodrigo Marajá. Um dia você verá, com a clareza nítida das manhãs de verão, que não foram os litros de álcool que a fez ser feliz, nem foram os músculos alheios que a fez vibrar. Verá que foi sua fuga de mim e de minhas nada relutantes palavras que a estremeceu em outros braços, que a embriagou, que a impressionou. E então, quente demais para respirar, frio demais para sair, tarde demais para olhar o passado, quererá que minhas correntes a amarre à realidade fantástica da vida - e eu aprisionarei a sua alma à minha. Nesse dia, embora muitas paixões já tenha desatinado minha cabeça e trincado meu coração, estarei de pé, encostado à parede de um lugar qualquer, esperando que seu corpo seja o obstáculo da minha visão, a prisão do meu estado livre. E se me perguntarem o que é o amor? Ora, direi que são olhos clareados, uma pele tingida e um não querer querendo. (De quando o tempo não para e exige ações de quem...

Buscando a alma #4

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Foto: Orla lagunar. Marechal Deodoro-AL. Rafael Rodrigo Marajá Ainda hei de dizer                                 [baixo como um sussurro] que é a cor dos seus olhos minha a distração a minha perdição o lábio molhado que são meus os seus pés insistentes rebeldes que é seu meu pensamento o meu tormento que no dia vindouro nem todo ouro me afastará de você.

Buscando a alma #3

Sua mão deslizou sobre mim com a naturalidade temerosa de um animal arisco. Não podia, por minha parte, não reagir ao toque comum que em mim santificava o dia. Descendo e revolvendo-me, seus dedos tripudiavam sobre minhas emoções. E sem citações, canções alegres meus pelos entoavam. Ah! A droga de se ter um coro em minha pele e uma voz cantante em minha face, ainda que orquestrada por um mão brincalhona, é não poder dizer, ao vão persistente entre nós, o quanto ecoa meus pensamentos. O momento, tão repentino quanto chegou, se foi. E agora, onde está? Deixei-me levar pela leviandade de amar em segundos.  Deixei-me estar no paraíso mundano do futuro. E caí - ante a tensão do presente - no mais terroso estado, afundando na depressão da minha solidão acompanhada. E agora? (De quando a vida brinca de ser criança e o destino a repreende sem pudor, em público)

Buscando a alma #2

Tenho em mim o ciúme Do vento Do tempo Do ósculo Tenho em mim a alma inquieta Da casa Da vida Da deixa Tenho em mim todos os tormentos do mundo Do seu rumo Do seu olhar Do seu estar O que não tenho É o seu amor, enfim. (De quando o ciúme queima mais que o sol do meio dia.)

Buscando a alma #1

Desapareci entre as mentiras que inventei Reinventei-me sem os amores dantes E como antes sou a sombra do que não fui. (De como a madrugada não deixa nada para depois, cobrando a fatura dos ditos que um dia disse ao coração amado, aos olhos espelhados, à boca tida).