Foto: Alagoas- trecho Palmeira dos Índios - Arapiraca. Rafael Rodrigo Marajá. Um dia você verá, com a clareza nítida das manhãs de verão, que não foram os litros de álcool que a fez ser feliz, nem foram os músculos alheios que a fez vibrar. Verá que foi sua fuga de mim e de minhas nada relutantes palavras que a estremeceu em outros braços, que a embriagou, que a impressionou. E então, quente demais para respirar, frio demais para sair, tarde demais para olhar o passado, quererá que minhas correntes a amarre à realidade fantástica da vida - e eu aprisionarei a sua alma à minha. Nesse dia, embora muitas paixões já tenha desatinado minha cabeça e trincado meu coração, estarei de pé, encostado à parede de um lugar qualquer, esperando que seu corpo seja o obstáculo da minha visão, a prisão do meu estado livre. E se me perguntarem o que é o amor? Ora, direi que são olhos clareados, uma pele tingida e um não querer querendo. (De quando o tempo não para e exige ações de quem...