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Mostrando postagens com o rótulo Dia dos Namorados

Depois do sexo, mais Moro

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Foto: reprodução/The Intercept Brasil Os namorados nem tinham limpado o gozo do sexo da noite anterior e fogueiras ainda ardiam quando o The Intercept divulgou mais um trecho comprometedor e escandaloso de uma conversa conspiratória envolvendo o então juiz Sergio Moro e o ministro da Suprema Corte brasileira, Fux. As reportagens e o material que dá origem a estas está abalando as bases do poder nas três casas republicanas, deixando os poderosos e as máfias antidemocráticas de cabelo em pé. Para muitos, o ministro Fux é uma figura pública de ações questionáveis, desde que articulou para tornar a filha, sem pré-requisito exigível para a função, desembargadora no Rio de Janeiro.  Agora associado à quadrilha de Sergio Moro fica a a indubitável idoneidade do Supremo Tribunal Federal abalada e posta no meio do palco polêmico e criminoso que promoveu a prisão do ex-presidente Lula e arquitetou a campanha de Jair Bolsonaro. O The Intercept afirma que só analisou 1% e já provo...

Pétalas e velas

Quem nunca ouviu uma pessoa sem criatividade ou que ama o clichê querer fazer de um quarto um jardim infernal, espalhando pétalas de rosas no chão, na cama, nas roupas e iluminando tudo com velos "aromáticas" sufocantes? E quando isso é em casa há o amadorismo ridículo que transforma a cena ideal, vista em filme ou série, em um arremedo de lixo de floricultura. Todo ano tem sempre alguém que pense nisso.  Alguns homens até levam suas mulheres para motéis baratos em alguma promoção só porque terá as benditas pétalas de rosas e as tais velas.  A mistura absurda que fazem entre sexo e amor chega a ser enervante de tão ignorante. Desenvolvemos tecnologias e não compreendemos a diferença entre amor e sexo. Considerando que o que essas pessoas que amam destruir rosas e sufocar-se no "cheiro" dessas velas aromáticas querem é apenas sexo à cinema, o que elas têm, no máximo, é uma rapidinha que sempre acaba em algum desentendimento - ou porque o sexo nunca é sem b...

Viés

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Arte de Gabriela Santos. À G.S. Tenho em mim a poesia do teu corpo em cheiros que não se desfazem com banhos ordinários. Tenho em meus olhos as luzes que resplandecem a cada manhã, nunca ordinárias ao teu lado. Eis que tenho verdades que não se desfazem em tuas mãos, mas que se constrangem diante do teu olhar. Tens, em tuas curvas, o fogo que consome as minhas horas E os efêmeros romances jamais poderão limitar o amor desmedido que emana dos poros, meus, e das lágrimas, tuas. Porque as tuas lágrimas regam o meu bosque E levam para o mar os sentimentos E trazem do mar os sentimentos das nossas vidas Porque na cachoeira do teu ser que me banho a cada manhã E seja dia ensolarado Seja dia nublado Tenho o que tu tens E tu tens o que eu sou.

Presente intrínseco

Os pobres já começaram a lotar as lojas do centro comercial da cidade e os shoppings, preparados para o volume de vendas, ostentam as marcas do "amor" que  se compra e se expõe nas redes sociais. O amor , comprado em embalagens nada sustentáveis e pouco úteis, pode ser encontrado em prateleiras e vitrines exclusivas em pleno inverno brasileiro.  Os ricos debatem-se no dilema do quê comprar. Os pobres de quanto gastar . No entanto, o que todos querem mesmo é o sexo prometido implicitamente entre as folhas de papel das embalagens e as expressões de surpresa, competentemente ensaiadas. Juras de amor etiquetadas à parte e indo diretamente ao que importa, o sexo do dia dos namorados, deve-se notar que o mais importante, nessa questão, não é o presente e nem a intenção "amorosa", mas o quanto aquele(a) que presenteia é belo(a) e corporalmente desejável porque o presente mais lindo empalidece à imagem de um corpo pouco atraente. Ruim para as mulheres e homens fe...

Imprevisível doce

As mulheres, tão conhecidas por seu senso dinâmico e por reter as mais diversas informações, questionam-se sobre o que dar de presente aos seus amantes no vulgar dia dos namorados quando possuem, em si, tudo o que precisam para satisfazer o corpo e os desejos dos seus amantes.  Não é preciso bater perna de loja em loja e nem comprar camisas polo , gravata ou smartphone. Não é preciso inventar demais para uma data insignificante e nem endividar-se em doze prestações no cartão de crédito .  É só recorrer ao simples. Avaliar-se. E ser criativa.  Ninguém gosta de gente previsível e que não se dá por inteiro. A quebra das barreiras e das limitações é o que há de melhor como presente porque perdurará muito tempo depois que o nome sair dos órgãos de proteção ao crédito e o amante mudar.  O presente é para si com base no que o amante desfrutar. É misturar sexo e comida ; sexo e quebra de tabus ; sexo e Netflix , sexo e sono ; só sexo ou só comida ; só o sono...

Reflexão do amor que fica

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Imagem: Mountain Stream. John Singer Sargent. Não acredito que exista um dia dos namorados, nem dos solteiros, nem dos deixados. Existe saudade que se transforma em lágrimas; amor que se guarda sob camadas de uma raiva indecente; lembranças que se misturam à fantasia do cotidiano.  Certa vez alguém me disse que o amor não acabava - só mudava. E na mudança ele se feria, se magoava, revirava-se, caía e levantava. Ela disse que o amor não ia embora de jeito nenhum. Ela foi. Engraçada essa ideia de que a pessoa vai embora e o amor não. Até hoje não sei se ela tinha razão - aquela raiva indecente encobriu e embotou a razão de nós dois muito tempo depois da partida. Aliás, ninguém parte de verdade, completamente. Daí acho estranho quando as pessoas gastam o dinheiro que não têm, viajam horas e esperam tantas outras horas em rodoviárias e  aeroportos, com presentes (e sendo o próprio presente), só para mostrar o quanto amam a outra pessoa. É estranho porque na ...

Exageros de paixões diversas

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The Love Letter. Jean Honoré Fragonard (French, Grasse 1732 - 1806 Paris) Os exageros da semana estão disputando lugar entre a irracionalidade de uma torcida cujos resultados em nada interfere na vida e os exageros do dia dos namorados, que por coincidência é no mesmo dia da abertura da Copa  do Mundo. De um lado vejo fotos de jovens casais que consolidam seus relacionamentos com um pedaço de metal no dedo e que simboliza a eternidade. E aí fico imaginando que qualquer tipo de relação que necessite de publicidade ou/e de uma prova de sua solidez já é insólito e efêmero desde sua concepção. Indivíduos que sabem  o que querem e  que estão certos daquilo que sentem não necessitam de nenhum desses dois itens para serem felizes. A felicidade é surda, muda e cega para a opinião alheia! No outro extremo, mas ainda assim colada com o oposto citado, está a torcida de milhões de pessoas por suas seleções nos jogos do mundial. Atos até exagerados e desnecessários que s...

(Des)importante presente

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foto: sofiakferreira.com É simples dizer “eu te amo”. E é igualmente simples lotar os shoppings e calçadões em busca de um presente que signifique alguma coisa para alguém, que diz , ser a felicidade, ou como mais comumente acontece, o amor. Entre embalagens, fitas, eletrônicos de tela sensível ao toque, músicas e cópias de poemas milhares de pessoas encontram algo que sirva para presentear. E para isso qualquer coisa serve. Difícil é encontrar alguém que tenha criatividade suficiente para homenagear o outro com um objeto, ou representação de algum, que seja simplesmente inovador e valoroso, é muito raro. As pessoas gostam não do presente, mas de mostrar ao mundo o que ganhou e de quem ganhou. E é por essa razão que não importa o que se compre ou faça: o embrulho perde todo o valor, que já não é muito. No fim da noite, ou do dia – depende da disponibilidade dos envolvidos-, o único ato que restará é o sexual, pois somente o sexo pode reparar um presente sem sentido ...

Não é amor, é status!

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É junho começar e as pessoas começam a buscar suas almas gêmeas! E buscam com tanto afinco e tanta falta de propósito que é quase possível dizer, sem erro, que estão no desespero da Segunda Vinda. Ora, se o indivíduo passa o ano solteiro, curtindo a vida entre uma festa e uma saída com amigos, sem a preocupação de estar ou não relacionado com alguém, qual o motivo de buscar tanto um par em junho? Uma dica: não é o presente e não é o frio de algumas regiões. É o status . Sim, algumas pessoas buscam apenas o modelo social aceito nos dias juninos e que, segundo uma tradição comercial, deve ocorrer a troca de presentes. Para alguns isso é justificável visto que não são capazes de ser socialmente aceitáveis fora dos padrões estabelecidos pelo comércio, apoiado pela Igreja, e que foram obedientemente aceitos pela população. E o que acontece em seguida: a) qualquer pessoa serve; b) já que qualquer pessoa serve a decepção é esperada; c) se a decepção é inevitável, bebe-se para ...

O amor de conveniência

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Portrait of faase, the Taupo, or Official Virgin, of Fagaloa Bay, and Her Duenna, Samoa. John La Farge (American, New York 1835 - 1910 Providence, Rhode Island) El amor se hace mas grande y noble em la calamidad , imortalizou o nobel Gabriel García Márquez uma vez. E talvez seja verdade. E talvez seja essa única a forma de verificar se é realmente amor ou um passatempo que serve apenas para distrair da monotonia dos dias. Não raro encontro casais, em ônibus, nas ruas ou em salas de aula, que dão a impressão de que só estão juntos por uma conveniência. Para que ninguém os incomode. Nesses momentos penso: bem que poderia haver nas lojas de conveniência de postos de combustíveis o produto “romance temporário” – sem querer menosprezar os romances temporários. É compreensível o medo das pessoas de estarem sós, de não suportarem o peso das verdades irrefutáveis que permeia a mente dessas pessoas, porém isso não justifica serem tão banais, tão sem graça e inexpressivas. O mund...

O que (não) existe

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Père Romeu - Pablo Picasso (Spanish, Malaga 1881-1973 Mougins, France) É claro que existe uma corrente paralela ao Dia dos Namorados e que é ainda mais forte e implacável que presentes, data e estado de espírito comerciável. E o que existe atravessa os anos e durante todo o inverno junino, ou aquilo que se chama inverno junino no nordeste, paira uma nuvem de elementos não ditos ou ditos e esquecidos entre tantos desencontros durante o pró e pós-junho. É o movimento das paixões que são guardadas em casa na forma de cartas, de objetos e fotografias. Umas tantas paixões que os cheiros acabam em mistura com cores e sons e no fim o que resta é a melancolia, ou de um sorriso ou de uma lembrança. E mais importante que a paixão em si é a expectativa da existência de que ela existe; é a certeza de que a pessoa existe e que você está a um querer dela; que nada importa, nem que seja por uns instantes. Importa a reciprocidade? Depende muito: da dor que você pode suportar, das car...

O que os namorados não enxergam

Uns acordes. Vozes que cantarolam uma melodia duvidosa. Auês de olhares excitados e bravos. E a tal bravura conhecida por suas obras e não pela fumaça que provoca nas incontáveis fogueiras acesas, no início da noite ou no fim do dia? Bravos e bravura que não se explicam, pois ninguém quis ouvir as brasas quebrando no sereno mitológico do Antônio, o santo que carrega uma criança. A prole dos desencontros e dos presentes exposta nos braços de uma santidade. Não para o barulho e o passear dos olhos, que procuram sempre algo mais que compassos e sinceridade, declarações e dedicação, amassos e confissões. No clamor por um sincretismo ridículo e paranoico, as horas passam fingindo um medo de caminhos desconhecidos. Nada acontece. Nada muda. A criança chora no leito silencioso quando o dia, vibrante, novo, chamativo, surge por entre frestas e raios. Fora, do coma doentio do silêncio, da não resposta, do caos íntimo de um espetáculo muito bem armado, as represas oculares rebentam em pe...

Amar é para poucos!

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Templo Sud - Salt Lake City Os relacionamentos quase sempre começam errados, com toda aquela expectativa e todo o estardalhaço que a beleza ou a inteligência pode provocar entre duas pessoas. Tudo é levado ao extremo glacial ou ao inferno penoso no qual se arrasta a maioria dos romances. E na busca pela dominação do outro acabamos esquecendo o mais essencial, o princípio de toda forma amorosa, a doação incondicional, aquilo que torna especial a discussão sobre uma meia parede durante a madrugada de um  novo ano.  E buscam a perfeição em formas distorcidas pelo modismo e pela filosofia barata que acabamos ouvindo e lendo em painéis eletrônicos. Para que a perfeição se é justamente o imperfeito que cabe em uma praça ensolarada, banhada no sorvete que escorre por entre lábios, e que apenas os olhos do bem-querido pode contemplar sem a cobrança de um crescimento desmedido ou de uma criancice habitual e meiga. Não precisamos de uma máscara de maquiagem, roupas bem est...