(Des)importante presente

foto: sofiakferreira.com



É simples dizer “eu te amo”. E é igualmente simples lotar os shoppings e calçadões em busca de um presente que signifique alguma coisa para alguém, que diz, ser a felicidade, ou como mais comumente acontece, o amor.
Entre embalagens, fitas, eletrônicos de tela sensível ao toque, músicas e cópias de poemas milhares de pessoas encontram algo que sirva para presentear. E para isso qualquer coisa serve.
Difícil é encontrar alguém que tenha criatividade suficiente para homenagear o outro com um objeto, ou representação de algum, que seja simplesmente inovador e valoroso, é muito raro.
As pessoas gostam não do presente, mas de mostrar ao mundo o que ganhou e de quem ganhou. E é por essa razão que não importa o que se compre ou faça: o embrulho perde todo o valor, que já não é muito.
No fim da noite, ou do dia – depende da disponibilidade dos envolvidos-, o único ato que restará é o sexual, pois somente o sexo pode reparar um presente sem sentido ou de mal gosto.

Antes de sair enchendo o saco de vendedores e lojistas, pare e pense: o que é mais importante em uma relação? O que é importante de verdade?

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