O amor caiu
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Obra: A Rose. Thomas Anshutz.1907. |
O amor caiu em uma cratera, fraturou três costelas e teve um princípio
de AVC. Quase morreu do baque e ainda hoje não se recuperou. Quando o tiraram
do buraco estava negro de sujeira e a um passo da putrefação completa. Foram
longos os meses de recuperação e várias infecções até que pudesse ter alta e
voltasse a ser o que era. Ou tentou ser o que era. A pele refloresceu e o viço
da juventude voltou, assim como a lembrança da queda livre. Jamais se livrou da
imagem daqueles poucos segundos que mudou para sempre a sua vida. Jamais pôde
deixar para trás os pensamentos que lhe ocorreram enquanto a dor
trespassava-lhe o corpo e a sujeira tornava-o mais indecente.
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