Nota comportamental

Quadro: Bashi-Bazouk. Jean-Léon Gérôme. 1868-69.

Não é raro que tenhamos momentos de conversas em que outras pessoas falem apenas da vida de outras pessoas, como se fosse normal viver no lugar de alguém. Alguém disse que podemos morrer por nossos amigos, mas não podemos viver por eles. Pensei muito sobre isso e concluí que não só é uma verdade absoluta como é um exercício de amor a quem realmente amamos  - seja amigo ou não.
No passado alguém me disse que não existe certo e errado em alguns tipos de relações e que definir quem está errado ou não é mais perigoso do que saber quem cometeu algum tipo de falta. Ela estava certa, no fim das contas. Se pararmos para pensar em como agimos e em como enfrentamos as mais diversas situações colocaríamos o outro em uma situação confortável, independente do que tenha feito - que, geralmente, nem é tão grave assim.
Entretanto, para que desenvolvamos tamanha habilidade é preciso que paremos de julgar as ações alheias e tenhamos o real interesse de ter uma relação amistosa ou amorosa pautada na confiança e na liberdade de expressão e pensamento. Aqueles a quem elegemos como amigos são, antes de tudo, indefensáveis porque a defesa é guardada apenas para aqueles a quem não conhecemos e julgamos. Quem conhecemos deve estar acima de julgamentos efêmeros porque sabemos, mais do que ninguém, de causas e circunstâncias de fatos e atos.
Ainda não aprendemos totalmente como ser melhores - ainda julgamos e condenamos demais.


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