Fantasias deliberadas

Arte: Gabriela Santos 

Criamos, por livre e deliberada vontade, fantasias que distorcem a realidade e colocam-nos em estado de contida histeria. As fantasias crescem, reproduzem-se, povoam nossa mente e coração, influenciando cada célula do nosso corpo, para depois contaminar nosso sensível espírito.
Então saímos à rua procurando não a fria e dura realidade, mas quem, com palavras e gestos lisonjeiros, acalente tão esdrúxulas fantasias. Saímos à procura de apoio. E esbarramos em indiferença e espanto daqueles que deviam ser os alimentadores dos nossos "sonhos" fantasiosos.
Um dia, inevitável, descobriremos que as nossas vãs fantasias não passaram de tolices produzidas por uma mente ora atormentada ora fugidia e que o melhor é enfrentar a realidade de cara limpa, sem a vergonha do tempo desperdiçado com essas tolas fantasias.
Noivados perfeitos, homens e mulheres descendentes de reis e belos como deuses, casas luxuosas, dinheiro sem fim, carros, fortunas diversas, glória, glamour, fama... tudo isso, sob a luz da realidade,  são apenas coisas defeituosas distorcidas cujo valor duvidável é exposto sem piedade para o pobre espírito quando a esperança do realizável finalmente acaba, por agressão ou brusco rompimento.
No fim, devemos arcar com os custos dessas escolhas. Sem desculpas, sem "mas", sem pedir piedade. Só isso. 

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