JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Monografia de minha autoria cedida a terceiros por tempo determinado. Disponível para consulta. Ao utilizá-la como referência, citar o autor MARAJÁ, Rafael Rodrigo.



SUMÁRIO




 

1 INTRODUÇÃO


A Educação infantil requer cuidado e atenção na escolha dos métodos empregados para a promoção do desenvolvimento da criança. Nesse sentido, faz-se necessário analisar a aplicação de métodos lúdicos para ajudar a criança a se desenvolver plenamente durante toda a sua vida acadêmica, principalmente nos anos iniciais dessa jornada.
A discussão sobre esse tio de prática pedagógica precisa ser mais abrangente e essa é a proposta apresentada neste trabalho;
A infância é revisitada a partir dos conceitos desenvolvidos ao longo da história humana e como o ato de brincar influencia o desenvolvimento da criança. Ainda no âmbito dos conceitos e da legislação, revisita-se a criança sob o olhar da legislação do Estado brasileiro e como se dividem as responsabilidades de cuidar e educar a criança entre o núcleo familiar e a instituição de ensino.
Os jogos e as brincadeiras são revistas a partir da origem dos jogos, ainda na Grécia antiga, e como eles se desenvolveram, passando pela adaptação romana dos jogos olímpicos até tornarem-se brincadeiras de crianças. Os jogos, então, são revistos sob  concepção de pensadores como Piaget, Vygotski e Wallon e como a sociedade leiga enxerga os jogos e sua aplicação didática.
Por fim, os jogos e as brincadeiras são analisadas sob a perspectiva da segurança necessária para o pleno uso e os desafios da gestão educacional para a adequação e aplicação da ludicidade em sala de aula.
Sem esquecer o aspecto inclusivo dos jogos e das brincadeiras, analisa-se como a ludicidade ajuda a promover o acesso democrático à educação, independente se a criança é deficiente física e/ou intelectual.



2 O BRINCAR E A DESCOBERTA DO MUNDO



Neste capítulo iremos abordar sobre a brincadeira como estratégia para descobrir o mundo. Assim, os atores trabalhados Bueno, Azevedo, Silva, Pellegrine, Ortega, Pimenta.

2.1 A criança no ambiente escolar



A escola é o ambiente institucional que mais requer atenção por ser o meio pelo qual o caráter e o conhecimento, que se originam no lar, são expandidos e consolidados, formando o cidadão capaz de desempenhar as mais diversas atividades sociais, seja no âmbito puramente econômico, seja na formação de ações e políticas destinadas à regência das comunidades.
Nesse sentido, é necessário que o ambiente escolar seja visto como um apêndice do lar, em que o indivíduo em formação é capaz de interagir com outros indivíduos, de diferentes condições sociais e econômicas, cujas características limitam, até certo ponto, o aprendizado e a plena integração social com outros indivíduos ou instituições. É, portanto, no ambiente escolar, através de atividades ligadas ao processo de socialização e de construção do conhecimento, que o indivíduo em formação pode sobrepujar as limitações impostas pelas condições econômica e social do núcleo familiar e estabelecer a própria percepção do mundo e do seu papel na sociedade.
Neste ponto, deve-se considerar que a complementariedade da vida escolar à vida social, que é desenvolvida no ambiente familiar, e que é importante porque permite ao indivíduo estabelecer metas e objetivos baseados em perspectivas desenvolvidas na escola e que pode receber incentivo e apoio do núcleo familiar ou desenvolver-se alheio ao que ocorre no ambiente familiar, mas que recebe, direta ou indiretamente, a influência deste. Assim, pode-se promover o indivíduo no ambiente escolar considerando-se o desenvolvimento de suas habilidades e dos seus conhecimentos em uma perspectiva global em que se analisa e promove o indivíduo como um ser multifacetado capaz de provocar, em si, mudanças capazes de alterar sua realidade e suas formas de interação com o mundo.
Essa mudança de paradigma, em que o indivíduo torna-se agente capaz de reanalisar seu ambiente e modificar sua interação com o mundo, ocorre nos primeiros anos de atividade acadêmica, que se inicia ainda nos primeiros anos da infância e se estende até a adolescência.
É essa mudança paradigmática que será discutida porque ela é capaz de motivar ou desmotivar o indivíduo em formação e de criar perspectivas acadêmicas e sociais de longo prazo e que, se fomentadas adequadamente, podem provocar continuamente o indivíduo até o ponto em que sua realidade é modificada e novos paradigmas surgem na busca por melhores condições de vida em seus ambientes institucionais – no lar, no trabalho e na academia.
Desse modo, o desenvolvimento infantil através da aplicação de métodos lúdicos, isto é, da aplicação de jogos e brincadeiras, que fomentam e contribuem para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem será o objeto pelo qual se discutirá o progresso do indivíduo no ambiente escolar. Embora não seja, ainda, amplamente utilizado no processo de ensino, a utilização de jogos e brincadeiras é o meio pelo qual o indivíduo, na mais tenra infância ou na mais avançada idade, mais eficiente para se ensinar conceitos e teorias que, de outro modo, seria mais difícil dada a complexidade da linguagem científica.
Se, por um lado, a ludicidade dos jogos e brincadeiras facilita o processo de ensino e de aprendizagem, por outro possui a capacidade de popularizar o conhecimento científico porque permite ao indivíduo fazer ligações entre o conhecimento formal e o conhecimento popular, permitindo maior capacidade de assimilação e memorização do que é ensinado.
Portanto, a assimilação do conhecimento fornecido no ambiente escolar assume características naturais do ambiente familiar, quando introduz jogos ou brincadeiras naturais deste como meio de ensino. E é essa dinâmica que faz com que o indivíduo desenvolva contínuo estado de aprendizado e que aqui será analisado.

2.2 A infância e o brincar



A utilização de jogos e brincadeiras é utilizada mais fortemente nos anos iniciais da escola, ainda que não se restrinja a estes, por ser a criança mais suscetível ao processo de assimilação do conhecimento empírico e científico e necessite aprender os processos de socialização. Por essa razão, esse estudo focará na infância do indivíduo e em sua capacidade de absorção de conhecimento nessa fase.

2.2.1 Educação Infantil



Ao longo da história, a educação infantil passou por diversas fases, sempre seguindo o modo como a criança era vista na sociedade.  Bueno (2010, p. 12) salienta que na idade média a criança não era valorizada e seu ensino era totalmente empírico de modo que sua integração com os adultos, seguindo os ritmos destes, ocorria muito precocemente, considerando, inclusive, que essa desatenção com a educação infantil decorria do fato que as condições higiênicas, que levavam ao alto número de mortalidade infantil, fazia com que a sociedade não dispensasse muita atenção com esse tipo de educação.

A escolarização surge no século XVII, com o objetivo de alterar o processo infantil de busca pelo conhecimento e a escola assume o papel de educar, retirando a criança do contato com o adulto. É neste período que a igreja exercerá importante função junto a esta educação, pois, terá que, além de corrigir a criança, livrá-la do pecado de ter sido gerada, já que somente por esta razão era considerada pecadora e este pensamento necessitava ser trabalhado (BUENO, 2010, p.13).

Esse tipo de educação focava mais no aspecto religioso, em que se adestrava a criança para um determinado tipo de comportamento social, sem, necessariamente prezar pelo conhecimento científico e gerando, em muitos casos, preconceitos que se perpetuaram ao longo dos séculos.
No entanto, a educação infantil passou por um contínuo processo de mudanças em que a criança ora era visto como um ser consciente e racional, ora como um ser primitivo e irracional carente de orientação e instrução (BUENO, 2010, p.13). Essa perspectiva dual da educação infantil, natural do século XVIII, levaria a mudanças ainda mais impactantes.

A criança passou de uma posição de anonimato para uma posição de “adulto em miniatura”. Se o primeiro sentimento de infância é um sentimento que surge naturalmente na convivência com a família, o segundo é um sentimento que surge de fora dos confessores e moralistas, que repugnavam a paparicação e que pensavam recuperar, construir, ou ainda, reconstruir a criança para a sociedade, num movimento que toma muita força a partir do século XVIII (AZEVEDO, 1999, p.35).

A partir desse ponto, a educação passa a ser balizada de acordo com a prática comercial e para a burguesia, diferindo as aptidões a serem aprendidas entre cada linha de pensamento, que surgem durante o processo da revolução francesa (BUENO, 2010).
Já durante a revolução industrial, AZEVEDO (1999) salienta que houve a necessidade de criar modelos de instituições em que a criança era assistida, ou seja, elas cuidavam e orientavam os filhos dos trabalhadores, dando a oportunidade dos pais trabalharem sem a preocupação de atender as necessidades mais básicas dos filhos, durante o horário de trabalho. É nessa época que surge o que e denominou como educação compensatória, derivada das lacunas deixadas pela ausência dos pais.

Hoje, percebe-se que a educação compensatória, que começou no século XIX com Pestalozzi, Froebel, Montessori e McMillan, (período em que a préescola era compreendida por esses pensadores como uma forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das famílias), ainda é bastante presente no Brasil, através de cuidados básicos como alimentação e saúde, e a escola, que,  muitas vezes, pouco está educando, procura redimir e tomar para si função de compensar as ausências e necessidades básicas de convivência familiar (BUENO, 2010, p.14)

.Esse sistema, ainda presente nas escolas brasileiras, reflete que, mesmo quando os pais não possuem uma ocupação que faça com que eles estejam alheios à educação dos filhos, fomenta a cultura de que é papel da escola o dever de educar e suprir as necessidades intelectuais e emocionais das crianças.
Embora errônea, essa cultura de transferência de responsabilidade, como exposto, possui raízes profundas e que necessita de análise e constante readequação devido as realidades de cada comunidade bem como de cada indivíduo, pois, apesar do ambiente escolar dirimir as diferenças entre as crianças, não se pode  esquecer que a atual sociedade, também chamada de Era do Conhecimento, promove, naturalmente, o indivíduo que possui o núcleo familiar mais bem informado e que é capaz de oferecer vivências diversificadas no campo intelectual e no campo social.
Nesse contexto, surge a necessidade de repensar o papel do núcleo familiar e reavaliar sua responsabilidade enquanto base social para a criança e o papel do  professor que desenvolve também a função de educador, característica própria da educação compensatória e das instituições que a empregam no seu processo de ensino-aprendizagem.
Essa reflexão é necessária, porém é intrínseca a cada núcleo familiar, onde o Estado não consegue exercer influência suficiente para mudar tal paradigma e, no que se refere a instituições de ensino, apesar da influência estatal nas políticas públicas de gerenciamento e ordenamento da educação, há que se desenvolver a conscientização do papel básico da escola e sua atuação na formação do indivíduo, principalmente na idade infantil.



2.2.2 A criança para o Estado Brasileiro



Uma vez que a educação infantil possui peculiaridades natas, é preciso conceituar a criança de acordo com a legislação brasileira para se entender como o processo de educar e cuidar se expande para além da relação escola-núcleo familiar e adquire status legal, que garante a aplicação da proteção à criança e ao seu desenvolvimento intelectual e social.
No caso do Brasil, duas leis norteiam o trato com a criança e garantem o oferecimento de condições para o seu pleno desenvolvimento, à luz da Constituição Federal de 1988 - O Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069, de 13 de julho de 1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996).
Desse modo segundo o Estatuto da Criança e o Adolescente conceitua criança a pessoa até doze anos (BRASIL, 1990).  Essa mesma lei estabelece as condições que devem ser dadas às crianças para que tenham uma vida digna e o acesso ideal à educação.

 É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral (BRASIL, 1990).

Deve-se notar, como expresso na referida lei, que o dever de educar é do núcleo familiar e, em alguns casos, da comunidade em que a criança está inserida. Infere-se desse dever que a responsabilidade de educar é inalienável dos legalmente responsáveis pela criança. Esse dever, quando se trata do núcleo familiar, é igualitário entre os genitores, conforme dispõe o artigo 22, juntamente com seu parágrafo único que expressa:

Art. 22.  Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único: A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta lei (BRASIL, 1990). 

Sendo assim, a educação da criança cabe, notadamente, aos pais ou responsáveis, em primeiro plano, que devem prezar pelo desenvolvimento do infante. A visão da legislação brasileira é contrária à educação compensatória porque não isenta os pais ou responsáveis dos seus deveres para com o menor de idade.
A lei de Diretrizes e Bases da Educação normaliza a educação infantil no âmbito escolar.

Art. 29.  A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996).

A complementariedade da educação infantil na escola não é mera interpretação, mas um ordenamento legislativo que desobriga a instituição escolar de criar o indivíduo, assumindo a responsabilidade global pela educação e desenvolvimento da criança.
Esse entendimento encontra barreiras culturais que impendem sua efetiva aplicação na promoção da criança como um indivíduo capaz de desenvolver-se continuamente e assistido por todos os atores sociais responsáveis, direta ou indiretamente pela formação educacional da criança. Uma dessas barreiras é a acomodação do núcleo familiar em promover e incentivar a curiosidade e o entusiasmo pela descoberta do novo – ação que gera conhecimento empírico e vontade de saber. Outra barreira é o posicionamento da instituição escolar como referência para a criança, mesmo quando não há omissão do núcleo familiar, através do oferecimento de serviços que seriam de caráter estritamente familiar.

2.2.3 O brincar



A partir dos deveres e responsabilidades expressos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em seu artigo 29, percebe-se que o desenvolvimento da criança está alicerçada em quatro dimensões bem definidas - físico, psicológico, intelectual e social. Essas dimensões necessitam de interações mais práticas e que permitam que vários indivíduos participem, trocando experiências e desenvolvendo a tolerância e o respeito entre a própria comunidade acadêmica participante.
Para se conseguir o sucesso no desenvolvimento das crianças nessas dimensões é preciso ir além do material escolar convencional, isto é, lapiseiras e papel, e utilizar instrumentos da cultura local para criar condições de se aprender e criar laços sociais. É nesse contexto que o brincar assume importante papel na educação infantil.

Verifica-se que o uso de jogos e brincadeiras, em uma visão pedagógica estimula o desenvolvimento psicomotor, emocional, afetivo, cognitivo entre outras áreas de aprendizagem, mas é preciso que se identifiquem as necessidades individuais de cada aluno para que possa estabelecer uma estratégia que supra essas carências. Deve-se entender melhor as necessidades e dificuldades mais imediatas do sujeito e utilizar as atividades lúdicas justamente na busca de possibilidades de aprendizagem e compreensão não só de conteúdos mas de valores também (SILVA, 2014, p. 21).

Ao introduzir o lúdico para estabelecer parâmetros para desenvolver habilidades sociais, emocionais e cognitivas Pellegrine (2007, p.15) ressalta que por meio de jogos é possível fazer com que os indivíduos participantes encontrem a libertação de conflitos ou por que há o esquecimento momentâneo ou por ser uma solução compensatória para o referido conflito, seja ele natura do núcleo familiar ou do ambiente institucional de ensino.
O brincar, então, exerce uma influência ainda mais profunda na criança porque sobrepuja o aprender científico e passa a dar condições à criança de mudar sua realidade ou viver suas fantasias, que podem tornar-se realidade quando esta deixa de ser apenas sonho e passa a ser objetivos estruturados pelo conhecimento científico aprendido de forma convencional. 

A brincadeira, o jogo, é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto social e cultural. É uma atividade humana criadora na qual a fantasia, imaginação e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos (PELLEGRINE, 2007, p. 16-17)

ORTEGA et al (2016, p.2) esclarece que o lúdico desenvolve as habilidades da criança, de forma que ela passa a compreender melhor o mundo que a cerca uma vez que as regras estabelecidas no jogo ou na brincadeira desempenham a função analógica das regras sociais que a criança precisa seguir, nessa fase da vida, ajudando-a a compreender as razões de existência delas e de como melhor segui-las.

À medida que a criança vai se desenvolvendo fisicamente, as brincadeiras vão tomando dimensão mais socializadora, os participantes se encontram, numa atividade comum e ao mesmo aprendem a coexistência, contudo lhes possibilita aprender, como lhe dar com respeito mútuo, bem como partilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma tarefa coletiva no seu dia-a-dia.    
 Além disso, acreditamos que é brincando que a criança começa a se relacionar com as pessoas, que ela descobre o mundo, se desenvolve com o que ela aprendeu, a criança desenvolve com mais saúde, elimina o estresse, aumenta a criatividade e a sensibilidade, estimula a sociabilidade. Brincar é um dos alimentos mais importantes da infância. Brincar é a atividade que permite que a criança desenvolva, desde os primeiros anos de vida, todo o potencial que tem. (BUENO, 2010, pp. 21-22)

Ou seja, a noção de autorregulação, a criação de um bom caráter e a solidez da humanidade da criança é trabalhada através de jogos que, a princípio, não tem conexão alguma com os conceitos científicos estudados nas ciências e que se tornam complexos ao longo da vida acadêmica. A prática de jogar e brincar, que é extensível ao lar, em reciprocidade à escola, e vice-versa, não pode ser negligenciada pelos pais ou responsáveis no núcleo familiar e nem pode ser menosprezada pelo professor, no ambiente escolar.                  
Através da ludicidade, a criança é capaz de absorver conceitos subjetivos necessários à plena e saudável convivência social na vida adulta e é capaz de estabelecer laços sociais escolares que superam preconceitos relativos à condição social e à econômica que, embora natural devido às diferenças relativas ao núcleo familiar a qual pertence cada criança, surgem ao longo da vida acadêmica (PIMENTA, 2011).













3 JOGOS E BRINCADEIRAS



Neste capítulo iremos abordar sobre a brincadeira como estratégia para descobrir o mundo. Assim, os atores trabalhados Pimenta, Silva, Piaget, Vygotsky, Almeida, Bueno, Oliveira, Arraba, Pinati.


3.1 Jogos e brincadeiras – definições



Para que a aplicação dos jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem seja eficiente e resulte no pleno desenvolvimento da criança, é preciso que o professor domine os jogos e as brincadeiras utilizadas, de modo que a teoria e a prática se complementem na aplicação dessa modalidade.
Neste capítulo serão abordados os conceitos e definições de jogos e brincadeiras e como o brincar exerce um importante papel na vida escolar da criança.

3.2 Origem dos jogos



Os jogos utilizados em sala de aula possuem raízes nos jogos olímpicos da Grécia antiga e reinaugurados em 1896, pelo esportista e educador francês Barão Pierre de Coubertin, e que possuíam como principal objetivo tornar herói aquele que conseguisse sobrepujar as dificuldades impostas na competição através da busca pela perfeição física (PIMENTA, 2011, p. 11).
Pimenta (2011, p. 11) ressalta ainda que na Grécia antiga havia os principais ciclos de jogos foram os olímpicos, os petecos e os nemeus. Esses jogos representavam uma característica da vida social e religiosa daquele povo e que, depois, foram incorporados à realidade do Império Romano, que utilizavam os jogos como forma de divertimento em que o povo era mero espectador, participando somente atletas profissionais, prisioneiros e escravos.
Suspensos por Teodósio I, por volta do século V a.c, os jogos olímpicos foram reorganizados apenas no século XIX, pelo Barão de Coubertin que modificou a estrutura dos jogos, apesar de ter mantido a ideia original de promoção da apoteose humana por meio da perfeição física e da quebra de recordes.

3.3 Concepção de jogos



Embora possua origens gregas, de aplicação complexa, os jogos passaram por adaptações para que todos pudessem executá-los. Infere-se da participação popular na antiga Grécia e na admiração espectadora dos romanos que os jogos possuíam a capacidade de incentivar o homem a ser melhor ou a quebrar barreiras físicas. Essa capacidade de superação, que gera o desejo no indivíduo não esportista de assemelhar-se ao herói olímpico, promove a criação de adaptação desses jogos, principalmente em crianças, que são mais suscetíveis à imaginação e às expectativas (PIMENTA, 2011).
O brincar, então, passa a ser o meio de projetar-se naquele herói. Ao longo dos anos, a brincadeira baseada nos jogos foram se adaptando e modificando à cultura e à realidade de cada comunidade originando o que se entende por jogos infantis, na contemporaneidade (PIMENTA, 2011).
Assim, ao se analisar os jogos que são empregados deve-se procurar entender a complexidade de cada jogo e sua finalidade acadêmica. Por essa razão, os jogos passaram a ser objeto de estudo para autores como Piaget, Vygotsky e Wallon, que trabalharam com as diferentes aplicações dos jogos no desenvolvimento do ser humano e analisaram como isso impactava na percepção cognitiva do ser em desenvolvimento intelectual.
Explanar-se-á brevemente como esses autores enxergavam os jogos e suas aplicação na pedagogia educacional do indivíduo e como as contribuições desses autores influenciam o professor na aplicação do jogo adequado para que o infante possa adquirir habilidades que serão úteis não apenas no ambiente escolar como também em sua vida social, seja na busca e exercício de um emprego, seja no trato social com outros indivíduos.



3.3.1 Os jogos na concepção de Piaget



Para Piaget (1978), a aplicação e o exercício dos jogos na educação acompanha o desenvolvimento intelectual de quem executa tais instrumentos, de modo que a inteligência estabelece elementos para o desenvolvimento da cognição do indivíduo. Piaget (1978) ressalta ainda que o brincar infantil emerge três grandes estruturas mentais:
·         Exercício – caracteriza o período sensório-motor da cognição e manifesta-se entre zero a dois anos de idade, acompanhando o indivíduo durante toda a sua vida.
·         Símbolo – através dessa estrutura o indivíduo estabelece a diferença entre o objeto e o seu significado.
·         Regra – através dessa estrutura o indivíduo consegue socializar-se e ser socializado por meio das regras do jogo. Essa etapa surge após o declínio da estrutura símbolo.

3.3.2 Os jogos na concepção de Vygotsky



Para Vygotsky(1999), a importância da aplicação de jogos como ferramenta de aprendizado está no resultado cognitivo de cada participante uma vez que é a interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regular que faz com que a cognição da criança se desenvolva. Para esse autor, o jogo permite que a criança estabeleça parâmetros em que a situação imaginária proposta pelo jogo permite que a criança ensaie atitudes, valores e hábitos da vida adulta, de modo que ela consegue resolver problemas que podem ser vistos na vida adulta com parcimônia, lógica e desenvoltura. Nessa concepção o jogo não é apenas para o desenvolvimento cognitivo como também é ferramenta para ajudar a formação do caráter do indivíduo, embora as regras possam ser flexíveis e adaptáveis à realidade e à compreensão da criança.

3.3.3 Os jogos na concepção de Wallon



Wallon (1981) dedicou-se ao estudo do psiquismo humano, que permitiu reflexão sobre as práticas da pedagogia em sala de aula. Para ele, a atividade infantil pode ser distribuída entre a afetiva, a motora e a cognitiva. Nesse sentido, o supracitado autor considera que os jogos proporcionam as múltiplas experiências que podem ser vividas pelas crianças e que compreendem memorização, enumeração, socialização, articulação, entre outras.

3.3.4 Concepção de jogos para a sociedade



Para o indivíduo que não pertence ao rol dos estudiosos da pedagogia e dos jogos no desenvolvimento humano o jogo pode ser mal interpretado ou não compreendido perfeitamente. Desse modo, vale ressaltar que apesar de a palavra jogo significar diferentes tipos de significados, não se pode deixar que o lúdico seja visto como uma atividade de pouca importância para a criança.
Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são elementos presentes na vida da criança desde a mais tenra idade. Embora esses elementos também estejam presentes na vida adulta, para a infância são fundamentais. As brincadeiras fazem parte da vida da criança desde os primeiros meses de vida. Ao iniciar os primeiros processos de interação com as pessoas mais próximas, já manifesta o desejo de reprodução da realidade ou a intenção de imitar as pessoas de seu meio e o faz através da brincadeira (ALMEIDA et al, 2017, p.2).


3.4 O brinquedo



Parte importantíssima do aprendizado lúdico, o brinquedo precisa ser visto com cuidado por parte dos pais e/ou responsáveis e pela instituição educacional que adquire o brinquedo para as atividades lúdicas. A preocupação com o brinquedo foge ao meramente educacional quando se nota que um brinquedo inadequado pode gerar acidentes ou até mesmo a morte da criança.
Esse cuidado, também extensível ao físico, deve-se à satisfação ou insatisfação imediata que a criança tem com o brinquedo, principalmente na tenra idade.

Até porque o brinquedo possibilita o desenvolvimento total da criança, já que ela se envolve afetivamente no seu convívio social. A brincadeira faz parte do mundo da criança. É nesse momento que ela experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para o grupo. Desse modo, o brincar é uma das formas de linguagem que a criança usa para entender e interagir consigo mesma e com os outros e o próprio mundo (BUENO, 2010, p. 21).

Assim, por constituir importante ferramenta no processo de ensino-aprendizado lúdico, não se pode, também, generalizar o brinquedo. Não se pode considerar apenas os elementos industrializados porque, para a criança, mesmo objetos sem significados relevantes podem se tornar brinquedos e meios de ensino para a criança. No entanto, se os brinquedos industrializados possuem classificações e regulações estruturais impostas pelo Estado e pela dinâmica do pensamento social, por outro lado os brinquedos improvisados não estão sujeitos a nenhum tipo de regulação que proteja a criança de preconceitos e falsas concepções sobre o mundo. Nesse sentido, Pimenta (2011, p. 38) lembra que se deve evitar “tudo o que condiciona a padrões discutíveis como discriminação sexual, racial, religiosa e social”.

3.5 O lúdico e a educação infantil



Conhecendo-se a disposição estatal sobre a responsabilidade de quem deve cuidar e educar da criança em primeiro e segundo graus, isto é, os pais e responsáveis, em primeiro grau e, em segundo grau, da instituição de ensino, são primordiais entender a educação infantil integrada ao lúdico.
É notório que o papel dos jogos e das brincadeiras assumem, analogicamente, os valores as normas e o conhecimento científico que só se desenvolve ao longo da vida acadêmica e do amadurecimento do discente. Sendo assim, tanto jogos imateriais, como charadas, anedotas e adivinhas, quanto jogos materiais, aqueles que envolvem objetos físicos, são utilizados de modo que que se motive e estimule o intelecto do discente (OLIVEIRA, 2016, p.21).
O docente precisa ter em mente que os jogos e brincadeiras induzem o interesse do aluno e faz com que sua curiosidade sobre determinado aspecto favoreça o aprendizado, facilitando, inclusive, a integração entre docente-discente, mesmo nos momentos mais introspectivos da vida acadêmica dessa criança, gerando, no longo prazo, lembranças agradáveis que se ligam ao prazer de aprender (ARRABA et al, 2014, p. 20).
E desse modo é possível entender que

Não é a atividade de brincar em si que determina o caráter lúdico do jogo ou da brincadeira, mas o jeito como as crianças se identificam com essas manifestações de brincadeiras. Na medida em que brincam, as crianças desenvolvem conforme sua cultura de pares, diversos modos de jogar e brincar, que não são entendi das por quem observa externamente, mas que atribuem a elas junção e senso. Assim, conferir centralidade às crianças na Educação Infantil requer imprescindivelmente, ponderar as suas produções culturais mediadas pelos jogos e brincadeiras (BARBOSA; MARTINS; MELO, 2017, apud por PINATI, 2017, p. 59).

Portanto, na educação infantil, quando se aplica jogos e brincadeiras como forma de ensino e integração entre docente-discente e discente-discente, deve-se considerar que a cultura dos núcleos familiares a que pertencem esses discentes é preponderante no estabelecimento dos objetos que servirão para os jogos e brincadeiras e da natureza dos próprios jogos.

O jogo infantil é analisado como parte da cultura popular de um povo, em determinado período histórico, assim como as brincadeiras cantadas e folclóricas, a origem desses jogos não é conhecida, não se conhece quem os criou. Destaca-se apenas que são advindos de práticas deixadas por adultos, de vestígios de romances, poesias, mitos e rituais religiosos. A tradição e o universo dos jogos se consolidam no fato de que povos diversos e antepassados como os da Grécia e do Oriente brincavam de amarelinha, de soltar pipas, jogar pedrinhas, e, assim, até nos dias atuais as crianças brincam da mesma maneira. Tais jogos foram passados de geração em geração, por meio de conhecimentos já conquistados e permanecem assim na memória infantil (ALENCAR; OLIVEIRA, 2017, apud por PINATI, 2017, p. 59).

Dessa maneira, conhecer a história do local, os hábitos e a cultura da comunidade em que estão inseridas as crianças requer atenção cuidadosa por parte tanto dos docentes quanto da instituição de ensino para que não haja choque cultural, seja na aquisição e aplicação de jogos, seja no estabelecimento e aplicação de políticas institucionais no processo de ensino-aprendizagem.
A educação infantil, vista por esse prisma, assume a mesma complexidade da dinâmica cultural do povo que estabelecido na localidade em que se desenvolve a educação infantil uma vez que é a partir desse entendimento que se pode projetar o desenvolvimento social desse povo a partir do que é ensina e esperado dos indivíduos em formação.

3.6 O papel do docente na educação infantil lúdica



No contexto da aplicação de jogos e brincadeiras, o docente não é, e nem pode ser, um mero atuante que apenas fiscaliza se o processo de brincar está ocorrendo sem contratempos. O docente assume a responsabilidade de fazer com que o infante adquira a noção real sobre o que está acontecendo e como as regras se aplicam na dinâmica do jogo e da sala de aula.
Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30):

O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.

Ou seja, o docente está no protagonismo da disseminação e da prática do lúdico. Ele é parceiro ativo e atento ao desenvolvimento das crianças bem como na promoção da sua segurança durante a atividade educacional.

Participar dinamicamente de modo corporal, utilizar a verbalização nos momentos oportunos e estar de corpo e alma animando a atividade lúdica espontânea, duas posturas básicas são importantes para que ele possa compreender melhor a atitude situar como companheiro de jogo das crianças: a observação e a espera, sua primeira atitude é a de espera. Uma espera atenta e ativa, pautada na observação das condutas e manifestações, no respeito e na aceitação da forma de ser do sujeito. (SILVA, 2007, p.52).

No entanto, essa atuação do docente precisa ser alinhada e trabalhada ainda durante a sua formação acadêmica superior para que a realidade do lúdico não seja impactante a ponto de provocar espanto e repulsa ao docente. É nessa fase que se define, internamente, se o profissional será apto para ser apenas docente ou apenas educador ou as duas funções, que, embora pareçam ser iguais, diferem entre si no tocante à sua atuação em sala de aula. Nesse sentido, vale ressaltar que o docente que atua junto a crianças desempenha, ao menos deveria, o papel primordial de educador porque complementa e adiciona fatores educacionais que se estabelecem no ambiente do núcleo familiar.
Para ALMEIDA et al (2017, p. 9):

O educador vivencia a unicidade do significado de jogo e de material pedagógico, na elaboração da atividade de ensino, ao considerar, nos planos afetivos e cognitivos, os objetivos, a capacidade do aluno, os elementos culturais e os instrumentos capazes de colocar o pensamento da criança em ação. Isto significa que o importante é ter uma atividade orientada de aprendizagem que tenha como norte a ação pedagógica, mas que a brincadeira seja a personagem principal. O educador infantil que não considera a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo, físico e motor infantil em sua totalidade, precisa ressignificar sua pratica. Centrá-la nesse tripé e orientar sua prática pedagógica rumo a uma educação infantil de qualidade.

Isto é, o docente educador precisa deixar de estabelecer distâncias entre a realidade e a imaginação dos discentes, quando isso existe, para promover a própria integração com o infante discente de modo que se possa estabelecer laços afetivos e de confiança para que o processo de ensino-aprendizagem seja um processo contínuo em que o docente consegue compreender o progresso da criança e como o lúdico impacta sobre essa criança. No entanto, há de se considerar o posicionamento da própria instituição de ensino que abriga esse docente e essa criança e como a política institucional trabalha as diferenças naturais entre as próprias crianças, diferenças essas que são naturais a cada indivíduo dada a multiplicidade de culturas dos núcleos familiares desses discentes, e de como o docente é posicionado no processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, considerando sempre as deficiências na formação desse docente e de como essas deficiências são trabalhadas na instituição de ensino, que é a concretização do mercado de trabalho. Nesse sentido, a instituição precisa ter um posicionamento claro quanto à prática de jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem.

Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A proposta do lúdico é promover uma alfabetização significativa na prática educacional, é incorporar o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento escolar além do conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. 
Entretanto, compreender a relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona. Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões (SILVA, 2014, p.24)

Note-se ainda que o docente que atua com as crianças menores até cinco anos precisa ainda adquirir a noção da responsabilidade que tem no processo de formação do indivíduo, que é mais acentuado que nas séries posteriores onde a criança passa a colocar em prática, de forma autônoma, os princípios de socialização, análise e de relação interpessoal.








4 O DESAFIO DA GESTÃO EDUCACIONAL AO APLICAR A LUDICIDADE



Neste capítulo iremos abordar sobre a brincadeira como estratégia para descobrir o mundo. Assim, os atores trabalhados Bahia, Luck, Silva, Meira,  Mafra, Pimenta, Oliveira, Kishimoto.


4.1 A prática da ludicidade na gestão escolar



Ao analisar a ludicidade como ferramenta de promoção do desenvolvimento do discente não se pode esquecer que a adequação institucional, tanto do núcleo familiar quanto da instituição de ensino, precisa estar alinhada com a perspectiva de longo prazo do crescimento físico e do desenvolvimento social, analítico, motor e cognitivo dos indivíduos expostos a essa prática.
Para a formação dessa cultura reciproca é necessário que a atuação da instituição de ensino no sentido de conscientizar os pais ou responsáveis pelos benefícios da aplicação de jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança, tal qual ocorre com outros movimentos que necessitam de conscientização e que são igualmente importantes para a prática pedagógica escolar.
Esse tipo de prática requer, ainda, conscientização de amplo alcance quando se trata de comunidades em que os pais e responsáveis não possuem ato nível de escolaridade ou que não compreendem a dinâmica e as técnicas de ensino para crianças e que, sem tal movimento conscientizador, a instituição de ensino pode ser  alvo de críticas por não saber conduzir o processo de ensino-aprendizagem.
A partir disso, observa-se que os desafios da instituição de ensino em relação à prática de jogos e brincadeiras como meio de ensino vão além da mera adequação das crianças ao lúdico. Compreende também a integração familiar na vida acadêmica do discente, valorização da cultura local, na priorização de jogos e brincadeiras locais, integração da comunidade na escola e adequação contínua entre a instituição de ensino e a comunidade em que está inserida de modo que se possa sempre manter um processo de crescimento e valorização cultural que permitirá que as crianças que iniciam sua vida acadêmica e que são expostas ao lúdico em seu processo de formação cognitivo, motor e intelectual nos primeiros anos da vida acadêmica possam manter níveis de aprendizado semelhantes no decorrer dos anos escolares.


4.2 A gestão escolar



A gestão escolar compreende os métodos aplicados na administração de uma instituição de ensino e que permite a aplicação de técnicas que visem a melhoria dos processos desenvolvidos no ambiente escolar e que assume o papel de facilitadora no processo de ensino-aprendizagem dos discentes por meio da integração com a comunidade e a cultura locais, de maneira inclusiva.

A gestão educacional é uma expressão que ganhou evidencia na literatura e aceitação no contexto educacional, sobretudo a partir da década de 1990, e vem-se constituindo em um conceito comum no discurso de orientação das ações de sistemas de ensino e de escolas. Isto porque foi reconhecido como base fundamental para a organização significativa e estabelecimento  de unidade dos processos educacionais e mobilização das pessoas voltadas para o desenvolvimento e melhoria de qualidade do ensino que oferece. Como, no entanto, o entendimento de gestão como concepção paradigmática não se encontra devidamente evidenciado e entendido, torna-se necessário apontar e esclarecer questões básicas dessa concepção (BAHIA, 2009, p. 26).

Sendo assim, ao integrar os jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil, considerando que abrange a educação de indivíduos até doze anos, a gestão da instituição de ensino não pode eximir da sua responsabilidade enquanto administração de recursos, materiais e humanos, desse processo. Nesse sentido, a ludicidade precisa ser vista sob a ótica da gestão de recursos em que se preza pela segurança, eficiência e eficácia dos processos adquiridos e empregados em sala de aula.

Gestão educacional corresponde ao processo de gerir a dinâmica do sistema de ensino como um todo e de coordenação das escolas em específico, afinando com as diretrizes e políticas educacionais públicas, para a implementação das políticas educacionais e projetos pedagógicos das escolas, compromissado com os princípios da democracia e com método que organizem e criem condições para u ambiente educacional autônimo (soluções próprias, no âmbito de suas competências) de participação e compartilhamento (tomada conjunta de decisões e efetivação de resultados), autocontrole (acompanhamento e avaliação com retorno de informações) e transparência (demonstração pública de seus processos e resultados)(LUCK, 2002, p.35).

Conforme bem ressalta Luck (2002, p. 31), a participação da gestão educacional no processo de formação dos indivíduos vai além das práticas utilizadas no horário escolar e assume também o papel da gestão do conhecimento por meio da participação ativa da comunidade em que está inserida a instituição de ensino, considerando, sempre, a atuação do poder público na elaboração e na aplicação de políticas públicas que orientem a prática organizacional e pedagógica da instituição de ensino.
Nesse aspecto, o poder estatal, que orienta a adequação e a orientação pedagógica por meio das políticas públicas do ensino, possuem a capacidade de incentivar a aplicação de jogos e brincadeiras quando estabelece parâmetros para o trato com crianças e estabelece as condições para aplicação de objetos a serem utilizados no processo de ensino-aprendizagem e de valorização da cultura local, adaptada ao ensino.
É nesse aspecto, portanto, que a gestão educacional assume papel preponderante na aplicação do lúdico em sala de aula porque essa atua como agente gerenciador e fiscalizador dos processos lúdicos aplicáveis às devidas faixas etárias no processo de ensino, de modo que se contemple a valorização da gestão do conhecimento e da promoção da igualdade entre os discentes, isolando-os, sempre que possível, de processos que danosos à sua formação.
Nesse campo de atuação da gestão educacional, seu papel sai da imaterialidade nata da ideia dos processos e assume o docente como representante tangível do seu comprometimento. Assim, a formação do docente é um importante fator no sucesso educacional da prática lúdica do processo de ensino-aprendizagem.


4.2.1 O papel do docente nos processos lúdicos



A gestão educacional pode ser analisada com base na prática docente dentro da sala de aula uma vez que este profissional traduz a política institucional, que deve ser alinhada com as determinações e orientações da legislação vigente, e ocupa o protagonismo do processo de ensino de crianças, principalmente quando se trata de indivíduos até cinco anos.
O docente, nesse sentido, precisa possuir as qualificações necessárias para que a aplicação dos jogos e brincadeiras não seja uma atividade sem controle em que a criança apenas passa o tempo escolar ocupada, sem necessariamente, desenvolver alguma habilidade motora, cognitiva ou integrativa. O docente, então, precisa ser gerido por uma gestão educacional eficiente que incentive a formação adequada para a classe docente como um todo, especialmente para aquela empregada na instituição de ensino que possua essa visão sobre gestão educacional.
Sobre a formação docente adequada, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação esclarece:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior. Em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e oferecida em nível médio, na modalidade normal (BRASIL, art. 62, 1996).

 A especificação e a importância da formação docente não podem ser negligenciadas, principalmente quando o docente lida com crianças menores em que a aplicação de jogos e brincadeiras são utilizados como meio de formação intelectual e cognitiva dos discentes. Negligenciar esse processo formativo do educador reflete a irresponsabilidade da instituição de ensino porque, conforme aponta Almeida et al (2017, p. 9), o docente é o agente que vivencia o significado do jogo no processo de ensino e elabora o material pedagógico de ensino, em última análise, de modo que os objetivos educacionais sejam alcançados.

Neste sentido podemos afirmar que o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade.   (SILVA, 2017, p.21).

O Docente, por meio das brincadeiras e dos jogos, pode construir concepções acerca do desenvolvimento das crianças, em conjunto e em particular, de modo que suas capacidades de comunicação e sociais sejam devidamente trabalhadas (OLIVEIRA et al, online).

É o adulto, na figura do professor, que na instituição de educação infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente, é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar (OLIVEIRA et al, online, p. 5).

Deve-se ressaltar, ainda, que o educador não deve exigir que as crianças descrevam a brincadeiras para que não se retire a espontaneidade do próprio ato de brincar, mas deve ficar disponível para conversar com a criança, em qualquer momento do jogo ou da brincadeira. Deve-se, portanto, avaliar a necessidade do grupo discente e o objetivo que se quer alcançar com o lúdico desenvolvido (KISHIMOTO, 2003, p. 34).



4.3.2 A gestão educacional e a segurança nos jogos e brincadeiras



A gestão educacional assume para si a responsabilidade sobre a segurança dos discentes enquanto sob sua responsabilidade. Esse aspecto, que não possui controvérsia filosófica, é um fator que precisa compor parte integrante do projeto político pedagógico de toda e qualquer instituição que abrigue e assuma a responsabilidade da construção das habilidades do discente e da gestão do conhecimento.
A segurança, portanto, das crianças deve ser objeto de apreciação porque

Os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como ferramentas estimuladoras, facilitadoras e enriquecedoras que através do lazer e com prazer estimulam satisfatoriamente todo o processo de aprendizagem do indivíduo. Compete ao professor propiciar através dos recursos adequados às necessidades de sua escola jogos e brincadeiras com intuito de garantir aos alunos um aprendizado eficaz (SILVA, 2014, p.23).

Assim, a gestão escolar, na contratação de serviços e na compra de produtos industrializados, observar os objetivos que devem ser alcançados com a aplicação de jogos e brincadeiras de maneira que a segurança da criança não seja comprometida. Em complementariedade ao processo de aquisição de brinquedos e demais objetos industrializados com fins didáticos, o professor, com base em sua formação acadêmica e no bom senso, deve avaliar se os brinquedos e objetos complementares são adequados para a faixa etária da criança e posicionar-se, em caso negativo, perante a gestão escolar.
PIMENTA (2011, p.36) ressalta que o brinquedo adquirido precisa possuir alguma utilidade para criança, de modo que ela não fique desmotivada em usá-lo ou tenha medo, que pode desenvolver alguma fobia, no longo prazo, cuja natureza originária esteja ligada a tal brinquedo. O detectar alguma anormalidade com o brinquedo, o docente deve investigar as causas que provocam a estranheza da criança em relação ao objeto e afastá-la, caso seja um processo traumatizante para a criança.
Quando se trata de brincadeiras ou jogos populares, a gestão d instituição de ensino deve procurar a valorização da cultura local com o devido cuidado em relação à propagação de estereótipos danosos, preconceitos e daqueles jogos que promovam a violência e a desvalorização de minorias ou de grupos socialmente perseguidos.
Sobre a segurança e a utilidade dos brinquedos, PIMENTA (2011) ressalta ainda:

Brinquedo é um tipo de treinamento divertido para a criança, através dele é que ela começa a aprender, conhecer e compreender o mundo que a rodeia.
Existem brinquedos para todas as faixas etárias. Não adianta forçar a natureza. Quanto mais adequado à idade da criança, mais útil ele é. Se o brinquedo puder ser utilizado em várias idades acompanhando o desenvolvimento, melhor ainda.
Brinquedos que servem para adultos brincarem e crianças assistirem não são estimulantes. Pelo contrário: habituam a criança a ser u mero espectador.
Bom brinquedo estimula a imaginação e desenvolve a criatividade. Brinquedos que ensinam apenas a repetir mecanicamente o que os outros fazem são prejudiciais, irritantes e monótonos.
Criança gosta de brinquedos que possibilitem ação e movimento, com isso, aprende a coordenar olhos, mãos e o corpo, garantindo com naturalidade e prazer uma maior saúde física e mental no futuro.
Brinquedo sério é aquele que educa a criança para uma vida saudável, livre, solidária, onde o companheirismo e a amizade sejam os pilares básicos.
Evite tudo o que condiciona a padrões discutíveis como a discriminação sexual, racial, religiosa e social. Afaste brincadeiras que incentivam a vitória a qualquer custo, a esperteza fora das regras, à conquista de lucro ilegal, a compra ou a venda através de meios desonestos (PIMENTA, 2011, pp. 37 e 38).

Ressalte-se ainda que a hierarquia da responsabilidade concernente à segurança das crianças estende-se aos pais e responsáveis, que também podem exercer o papel regulatório no ambiente escolar.


4.4 O lúdico como educação infantil inclusiva



Ao analisar os jogos e brincadeiras como meio pedagógico promovedor do desenvolvimento infantil, não se pode ignorar o caráter socializador includente desse tipo de prática e que ajuda a integrar crianças portadoras de necessidades especiais ou que apresentam alguma deficiência de aprendizagem.

[...] o lúdico possibilita construir um novo jeito de educar e de trabalhar de forma solidária e conjunta. É fundamental que a educação seja capaz de atuar no âmbito interpessoal, fazendo com que os indivíduos percebam-se, para então, conviverem no mundo com consciência e responsabilidade de suas atitudes. E isso é possível por meio de um projeto consistente: tornar a escola um lugar de muito mais alegria a partir de atividades prazerosas e significativas, tendo o jogo, a brincadeira e o brinquedo como mediadores da aprendizagem (MAFRA, 2008, p14).

Graças a dimensão social inerente os jogos e brincadeiras a instituição de ensino pode proporcionar à criança meios para desenvolver as habilidades sociais e intelectuais, de modo a oferecer apoio ao núcleo familiar a que pertence essa criança. Por meio dos jogos, a criança que apresenta algum tipo de deficiência pode desmitificar os conceitos de “criança deficiente” e “criança normal”, como é amplamente conhecida a divisão entre aqueles que apresentam e os que não apresentam algum tipo de deficiência física.
Em se tratando de crianças que apresentem algum tipo de deficiência mental ou intelectual, os jogos e brincadeiras tornam-se ainda mais importantes por se tratar de um incluso em que a deficiência é minimizada, ainda que por breves momentos, permitindo a outras crianças desenvolver o respeito e a tolerância com aquelas que necessitam de algum cuidado especial.

MAFRA (2008, p. 15) salienta que “os jogos e brincadeiras para as crianças com deficiência intelectual constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social”.
Para que ocorra tal processo de inclusão, é necessário que o corpo docente e a instituição de ensino, além de inserir essa temática na política institucional, precisar corrigir as falhas estruturais e políticas que, de outro modo, não seriam percebidas. Para MEIRA et al (2016, p. 8),

O processo de inclusão deve ser contínuo, bem como a capacitação do corpo docente que atuará com as crianças portadoras de necessidades especiais. [...] as dificuldades encontradas para atender à inclusão de alunos com deficiência nas aulas [...] são decorrentes da má formação dos professores, questões da administração escolar, dos próprios alunos, do diagnóstico tardio, da superproteção da família, dos recursos pedagógicos escassos, das estratégias de ensino.

Essa questão, entretanto, é um princípio de humanização da escola em que não se valoriza, direta ou indiretamente, a cultura da imposição da limitação e da segregação das crianças que apresentam deficiências.
Ao tratar especificamente de deficiências, os jogos e brincadeiras devem ser tratados com mais cuidado que o habitual para não provocar traumas nas crianças que as tornem incapazes de executá-los ou desmotive-as, no curto e longo prazo, para quaisquer atividades. Nesse sentido, os jogos e as brincadeiras precisam ser triadas de modo que aqueles que forem aplicados a crianças com deficiências intelectuais não sejam, em todos os casos, aplicados aos que só apesentam deficiências físicas, visto que os objetivos são diferentes e possuem  graus de estímulos diferentes.

O professor poderá possibilitar à criança com deficiência intelectual o acesso ao conhecimento através da vivência, da troca, da experiência, propiciando uma educação mais lúdica e significativa. Aprender pode e deve ser extremamente agradável e motivante para a criança.
A importância do jogo no universo infantil e na vida escolar, tem sido evidenciada por vários estudiosos da aprendizagem e do desenvolvimento infantil, como um fato indiscutível, pois o jogo constitui um dos recursos mais eficientes de ensino para que a criança adquira conhecimentos sobre a realidade.
Durante o jogo a criança estimula o pensamento através da ordenação do tempo, espaço e movimento, como também o respeito pelas regras. Trabalha com o cognitivo, o emocional e o motor, construindo através dessa interação o seu conhecimento (MAFRA, 2008, p.16)

Ao tratar sobre esse assunto, merece destaque as crianças que possuem deficiências intelectuais por essas levarem mais tempo para o seu desenvolvimento. Nesses casos, o docente media as novas realidades que são mostradas a essas crianças e entre ela e o núcleo familiar, haja vista que quando o núcleo familiar não possui um nível educacional, ainda que levemente elevado, satisfatório, o trato com essas crianças e as práticas pedagógicas necessitam de explicações e adaptações para a realidade dela e de todos os que compõem o núcleo familiar.
A aplicação dos jogos e brincadeiras para crianças deficientes, seja essa deficiência física ou intelectual, possui os mesmo parâmetros que para crianças não deficientes, excetuando-se o cuidado adicional da seleção para cada tipo de deficiência.

 


 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

 


A aplicação de jogos e brincadeiras, ou seja, o lúdico, no processo de ensino-aprendizagem tem se mostrado, ao longo dos anos de prática em sala de aula, como uma importante ferramenta para desenvolver as habilidades intelectuais, cognitivas, motoras e sociais das crianças.
Esse tipo de prática pedagógica, amplamente estudado por estudiosos como Piaget, Vygotsky e Wallon, mostra a importância de se entender a dinâmica o funcionamento dos mecanismos de aprendizagem e interação das crianças nos primeiros anos da vida acadêmica. A despeito das notórias contribuições da inserção de jogos e brincadeiras na educação infantil, no entanto, não se pode menosprezar que o papel da sociedade no processo de ensino-aprendizagem das crianças sob a ótica da valorização da cultura popular, por meios dos jogos e brincadeiras, e da correta divisão da responsabilidade entre comunidade e núcleo e a instituição de ensino no que concerne a educação e cuidado das crianças, conforme delimitado pela legislação vigente.
Acerca dessa responsabilidade, a ludicidade inerente aos jogos e brincadeiras necessita do devido cuidado da gestão escolar, quando as crianças estão sob a responsabilidade desta, quanto a correta aquisição e utilização corretas dos brinquedos e dos objetos acessórios das brincadeiras.
A sociedade, como um todo, no entanto, necessita desenvolver o olhar pedagógico sobre os jogos e as brincadeiras, de modo que as crianças possam ser incentivadas a desenvolver-se e a buscar o conhecimento, através da sua interação e integração contínua com o mundo e com as diferentes realidades que passam a conhecer no decorrer de suas vidas, acadêmica e pessoal.



REFERÊNCIAS





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