EMPREENDEDORISMO NO BRASIL: Breve análise
Monografia cedida a terceiros por tempo determinado. Disponível a todos. Ao utilizá-la, citar o autor MARAJÁ, Rafael Rodrigo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O
surgimento de um novo empreendimento requer estudo e planejamento, a despeito
das condições relativas à política econômica adotada pelo governo. Nesse
contexto, o papel do administrador, ora empreendedor, ora consultor, deve
refletir os conhecimentos técnicos e operacionais necessários à sobrevivência
do empreendimento.
Nesse
contexto, o empreendedorismo precisa ser entendido como um movimento dinâmico e
que consiste em várias formas de manifestação. Nesta monografia, o
empreendedorismo será confrontado com o processo de globalização, os tipos de
economias de mercado em que se insere um empreendimento, considerando apenas o
ocidente.
O
empreendedorismo será abordado conceitualmente, em que os conceitos de
empreendedor o perfil do empreendedor será revisto.
Além
disso, a interferência da política nos empreendimentos e o impacto do papel da
mulher na abertura e sobrevivência de novos negócios serão analisados do ponto
de vista inovador e de prática empreendedora.
Por
fim, o empreendedorismo no Brasil será analisada com base no sério estudo
publicado pelo Global Entrepreneurship Monitor, em que os anos de 2008 e 2014
são confrontados para estabelecer parâmetros para que se oriente o empreendedor
inicial na tomada de decisões concernentes a seu novo negócio.
1
A globalização e o empreendedorismo
O
processo de globalização apresentou novas possibilidades de promoção de
desenvolvimento local a partir da geração de emprego e renda a indivíduos
ligados as multinacionais ao passo que conformou seus trabalhadores e à
sociedade do local de instalação da linha de produção, total ou parcial, à
ideia de que só existe trabalho e só é trabalho quando um indivíduo está ligado
a um empregador por meio de um vínculo empregatício, ainda que informal. A
globalização, se analisada meramente do ponto de vista da geração de emprego e
renda, apresenta como vantagem a capacidade do indivíduo tornar-se empregado,
com vínculo formal, de uma instituição em longo prazo – onde apenas fatores
determinantes como a capacitação do empregado e suas características servis são
considerados como fator de permanência na empresa.
Por
outro lado, essa expectativa gera a acomodação das comunidades locais ligadas a
essas empresas e dos empregados que dela faz parte, inibindo a capacidade empreendedora
dos indivíduos envolvidos, levando-os a crer que, uma vez desligados do vínculo
empregatício estabelecido com uma empresa de grande ou pequeno porte, não há
possibilidade de promover a autossuficiência do próprio indivíduo e dos que
deste dependem.
Essa
visão não se origina apenas como reflexo da acomodação oriunda dos vínculos
empregatícios com empresas globalizadas. É também fruto da indústria dos
concursos públicos, comum no Brasil, em que a expectativa de tornar-se
empregado vitalício do estado inibe a capacidade empreendedora do indivíduo.
Trata-se, portanto, não apenas de uma visão isolada sem efeitos práticos na
economia e na sociedade, mas de um movimento que, se não revertido, pode causar
a insustentabilidade de todo um país.
1.1 Contexto econômico
Para
se compreender a dinâmica econômica de um país, de uma região ou de uma
localidade é preciso entender que cada parcela geográfica é dotada de peculiaridades
responsáveis pelo que é produzido ou oferecido como serviço, quem produz e até
que ponto há o comprometimento com as questões sociais, éticas e ambientais da
organização geradora do produto ou serviço. Essas peculiaridades geralmente
definem a missão, a visão e as políticas norteadoras que são empregadas na sede
e na filial da instituição empresarial.
Partindo
desse contexto, Ésther (2014, p.2) esclarece
:
Ao se
referir às economias mundiais, tende-se a fazer generalizações muitas vezes
forçadas, negligenciando particularidades e culturas específicas. Ao mesmo
tempo, tratar cada economia de forma absolutamente particular torna inoperante
análises globais e comparativas. Neste sentido, destaca-se a abordagem sobre as
variedades do capitalismo que [...] identifica dois grandes padrões de
interação estratégica das empresas, constituídos por diferentes legados
institucionais, regras, organizações e características culturais, cujos
mecanismos predominantes de interação – mercado e coordenação – definem as
condições em que se verificam o aprendizado, a confiança e o poder de sanção dos
atores sociais (ÉSTHER, 2014, p.2).
Ou
seja, não se pode apenas analisar uma economia a partir do sistema de produção
vigente. É preciso considerar a atuação dos principais atores envolvidos no
processo de geração de riquezas e que é capaz de garantir a sustentabilidade do
empreendimento e das comunidades que interagem com ele.
Como
o sistema de produção ocidental é o capitalismo, serão abordadas aqui as
variações desse sistema para se compreender
e esclarecer a dinâmica econômica das empresas globalizadas e o impacto
que estas causam nas economias locais, quais sejam, aquelas que estão ligadas a
comunidades e que promovem o sustento e o desenvolvimento comunitário,
compostas por empresas pequenas e curto alcance.
1.1.1 Tipos de economia de mercado
No
capitalismo, há duas principais formas de economia que regem as relações de
mercado dentro e fora dos países e que influenciam os atores econômicos no
desenvolvimento da economia, com vista o crescimento da empresa, da localidade
da sede e das filiais da empresa, quando há, e do indivíduo – de modo que este
possa suprir suas necessidades básicas e secundárias (ÉSTHER,
2014, p.3).
1.1.1.1 Economias de Mercado Liberal
São
marcadas pela coordenação mercantil nas relações entre as empresas, nos setores
de trabalho e finanças; cuja coordenação econômica é definida pelo sistema de
preços (Ésther, 2014, p.3).
As
firmas tendem a evidenciar estruturas de comando verticais, as relações
interfirmas são basicamente concorrenciais, as relações de trabalho
conflituosas e atomizadas, o financiamento das empresas obtido junto ao mercado
de capitais. O financiamento bancário, quando existe, depende da avaliação do
desempenho das firmas, medido pelos seus balanços e lucratividade. Atividades
para qualificação da mão de obra desenrolam-se à margem das firmas e/ou de
redes que estas estabeleçam. Por fim, os processos de transferência de
tecnologia efetivam-se precipuamente através mercado, ensejando a exigência de
formas contratuais rígidas e a regulação do mesmo modo rigorosa dos direitos de
propriedade, o que confere especial importância ao sistema de patentes e
licenciamento do uso de tecnologias. A abordagem sobre as diversidades de
capitalismo sugere que tal modelo favorece a ocorrência de inovações
tecnológicas radicais, pela flexibilidade de que dispõem as firmas para
desenvolvimento de novas linhas de produção, dada a reduzida regulamentação do
mercado de trabalho, as facilidades para fusão e/ou aquisição de firmas
inovadoras e a presença de engenheiros e cientistas que operam no mercado de
inovações por conta própria (ÉSTHER, 2014, p. 3).
1.1.1.2 Economias de Mercado Coordenado
Nesse
tipo de economia as relações entre as empresas, os trabalhadores e a política
financeira seguem uma cultura que favorece os processos de coordenação por meio
dos espaços deliberativos, fundamentados na colaboração e na confiança
reciprocas (Ésther, 2014, p. 3).
A
estrutura de comando nas empresas e a relação interfirmas envolvem a presença
de organismos colegiados e de relações mais estreitas com os acionistas,
fornecedores e clientes. Poderosas associações patronais e de trabalhadores
comandam os processos de negociação coletiva e dispõem de credibilidade e poder
de sanção para ensejar a colaboração em ações de qualificação profissional e de
barganha salarial. A colaboração entre as firmas e destas com os trabalhadores,
em contratos de longa duração, modelam as atividades de inovação e
transferência de tecnologia, favorecendo a ocorrência, principalmente, de
inovações incrementais. No rol das complementaridades institucionais, apontadas
pela literatura das variedades de capitalismo, pontifica a presença de uma
estrutura jurídica que admite relações contratuais abertas, incompletas, que
favorecem os processos de colaboração.
(ÉSTHER, 2014, p. 3).
O
entendimento sobre as estruturas de mercado é indispensável para compreender a
economia local e do país e tomar decisões assertivas sobre o negócio, sua
expansão e suas consequências econômicas locais, regionais e nacionais.
1.2 O Brasil no cenário econômico
O
Brasil possui o capitalismo como sistema de geração de riquezas, com economia
receptiva a investimentos estrangeiros e alta burocracia para regularizar
empresas nacionais.
Tomando
a formulação das variedades de capitalismo como referência, o Brasil apresenta
uma configuração que fica entre os dois padrões de interação, caracterizando-se
por [...]:
-
Autofinanciamento e financiamento do Estado, através dos bancos públicos, no
financiamento das empresas, não obstante a expansão do mercado de capitais.
- Predomínio de conglomerados familiares entre
as grandes empresas nacionais, mas é expressiva a presença de empresas
estrangeiras.
-
Regime de propriedade concentrada, a governança corporativa segue o padrão
latino-americano, com peso expressivo do controle familiar e pequena
participação de acionistas e funcionários.
-
Prevalecimento do contrato individual, em meio a significativa presença do
Estado na regulação de direitos individuais do trabalho.
- Corporativismo sindical rege as organizações
patronais e de trabalhadores, e convive com crescente diversificação da
estrutura de representação de interesses.
-
Qualificação é efetuada por agências semi-públicas, que oferecem formação
profissional elementar, ao lado da formação geral, garantida pelo Estado. São
escassas as ações de colaboração entre empresas e empregados para inovação e
qualificação.
-
Iniciativas para acentuação da colaboração entre as firmas têm sido estimuladas
pelo Estado, como os fóruns de competitividade, envolvendo diferentes segmentos
das cadeias produtivas dos setores, e o apoio a clusters e arranjos produtivos
locais, mas estão longe de ser uma prática generalizada.
-
Dotada de vigoroso mercado interno, a economia brasileira tem se mantido
relativamente fechada, com níveis ainda elevados de proteção, sem superar,
contudo as deficiências de sua capacidade de inovação tecnológica.
- A relação Estado-empresariado no Brasil tem
se efetuado por uma multiplicidade de canais, pluralistas e corporativos, [...]
(ÉSTHER, 2014, p.4).
Como vantagem competitiva, o Brasil apresenta
um importante cenário que propicia o desenvolvimento econômico, por ser um país
em desenvolvimento e apresentar nichos de mercado inexplorado ou pouco
explorado; e conter variedade de recursos naturais capazes de produzir gêneros
únicos e apreciados no mundo inteiro. É a partir dessa visão que se pode
analisar os índices de competitividade e alcance produtivo à luz do movimento
empreendedor.
Ainda em desenvolvimento, o Brasil ainda é
visto pela comunidade internacional como um país agrícola, destinado à produção
de commodities e consumidor de
produtos industrializados. Essa concepção sobre a imagem brasileira é
ocasionada pela própria ação brasileira que não dirime deficiências internas
como os problemas logísticos, que são mais evidentes no escoamento da produção
agroindustrial nacional, e na interferência do governo na economia, gerando
dúvidas e incertezas quanto a investimentos no país e a abertura de novos
negócios, independente do ramo de atuação.
Nesse contexto, o desenvolvimento do Brasil,
principalmente em momentos de crise, como a ocorrida em 2008, concentra-se,
quase que exclusivamente, nas pequenas e médias propriedades rurais, quando se
trata da produção agropecuária e da comercialização desse tipo de produto no
mercado informal; e nas pequenas e médias empresas, formais e informais, como
promotoras de empregos e geração de renda para a parcela da população com pouca
instrução, dispensada das empresas de grande porte ou sem experiência
comprovada. Nesse ponto, torna-se proeminente a natureza empreendedora do
Brasil e sua capacidade de superar momentos de crise e dificuldades financeiras
originadas fora do país, uma vez que o Brasil é extremamente suscetível às
variações do mercado internacional.
2 Empreendedorismo
O empreendedorismo é uma importante
ferramenta de promoção do emprego e renda para os indivíduos de uma sociedade,
estando esta em momentos de crise ou não, e que os torna capazes de suprir suas
necessidades básicas e secundárias, de maneira sustentável e digna.
Tema recorrente nas últimas décadas, o
empreendedorismo passou a ser estudado com mais interesse como ferramenta,
inclusive de empoderamento das classes mais baixas da sociedade, que geralmente
apresenta baixos índices de escolaridade, pouco discernimento quanto ao próprio
papel na economia e no exercício da cidadania e deficiências estruturais que
impedem o desenvolvimento sustentável de negócios com nichos não explorados. Além
disso, há ainda a faceta feminina do empreendedorismo, independente da classe
social em que está inserida a mulher, e de como essa atuação tem impactado na
formação de uma sociedade mais receptiva e menos machista bem como atuação
feminina é capaz de promover o desenvolvimento de comunidades pequenas, quando
se refere a pequenos negócios.
Embora pareça complexo, o empreendedorismo,
em sua forma conceitual é apenas a contextualização científica de um movimento
que não parou de ocorrer na humanidade desde o seu surgimento e que se modifica
sempre que as organizações humanas necessitam adaptar-se a novos cenários,
sejam econômicos, sociais ou políticos.
É a partir dessa prática que surge o esteio
para o desenvolvimento da política, do pensamento crítico-filosófico, da
ciência e da tecnologia - uma vez que é
necessário o acúmulo de riquezas e as garantias que esta proporciona que o homem
pode pensar e produzir aquilo que não é estritamente essencial para a sua sobrevivência no curto,
médio e longo prazo e o que permitiu, à luz do empreendedorismo não-econômico,
o homem se adaptar as mais adversas condições climáticas e desfavoráveis do
globo e manter as conquistas acumuladas ao longo da história como meio de
promover seu sedentarismo físico e tecnológico.
2.1 Contexto histórico do empreendedorismo
Ao considerar as atividades humanas como
sendo eventos que se originam da necessidade e do aproveitamento dos recursos,
naturais ou não, renováveis ou não renováveis, pode-se concluir que elas foram
fruto do desejo de mudar, por força da própria vontade ou das circunstâncias a
que o homem estava exposto, desde a sua origem.
Sendo assim, embora o conceito de
empreendedorismo seja moderno, ele reflete a ação do homem como uma entidade
capaz de modificar o ambiente ao seu redor de modo a proporcionar condições
para suprir as necessidades que surgem em suas organizações sociais. Essas
necessidades, divididas em básicas e secundárias, em um primeiro momento, é o
combustível para a inovação e o desenvolvimento da humanidade.
Ao longo da história, o desenvolvimento de
atividades com resultados positivos, como o domínio do fogo, o domínio da
tecnologia dos metais, aplicação do vapor e a busca por combustíveis fósseis e
renováveis, que geraram a evolução social, tecnológica e científica da
humanidade, desde a chamada pré-história, refletem aquilo que, a partir do
século XX, convencionou-se denominar empreendedorismo.
Na segunda metade do século XX, o
empreendedorismo passou a ser visto como um evento expansivo em que abarcava as
dimensões: social, econômica, política e comportamental, permitindo ao homem
caracterizar as atividades dos seus ancestrais como empreendedoras e
caracterizar várias outras ações como empreendedoras e necessárias para o
desenvolvimento da humanidade, seja em escala global, seja em escala local, em
que as ações alcançam um pequeno número de indivíduos.
Os
enfoques de maior destaque, no estudo sobre empreendedorismo, por estarem sendo
utilizados com maior intensidade no campo científico, são: o econômico [...] e
o comportamental [...]. De uma maneira geral, os economistas tendem a alinhar
empreendedores com inovação, enquanto os comportamentais concentraram-se nas
características criativas e intuitivas dos empreendedores. (PEREIRA, 2005, p.5)
Nas duas primeiras décadas do século XIX, o
empreendedorismo passou a ser ainda mais importante devido à sua influência
como criador de oportunidades de negócios e sociais capazes de desenvolver
comunidades locais e internacionais, em face da troca de cultura e produtos
provocados pela globalização.
Nesse período, a grave crise de 2008, que
provocou o colapso da economia global e a crise econômica de diversos países na
Europa, América e parte da Ásia, ressaltou a necessidade da aplicação do
espírito empreendedor como ferramenta de superação da crise, em diferentes
níveis, principalmente nos países mais afetados e que desenvolveram políticas
de austeridade como meio de conter a perda de poder econômico.
2.2 Conceitos e
definições do empreendedorismo
Para se compreender as razões que levam o
empreendedorismo a assumir tal grau de importância, em momentos de crise
econômica ou de simples evolução estrutural do homem, é preciso conhecer seus
conceitos e definições de modo que não seja um mistério ou um empecilho ao seu
livre exercício. Esse conhecimento básico, escasso em diversas comunidades e
quase inacessível aos socialmente marginalizados, torna a atividade
empreendedora, em suas dimensões aplicáveis, um desafio para o indivíduo que
inicia uma atividade que requer o mínimo de conhecimento e que, como efeito
imediato, tem-se, por exemplo, a falência de micro e pequenas empresas – embora
não seja a única causa, é a principal delas.
2.2.1 O que é o empreendedorismo?
O empreendedorismo é, para Souza apud Gimenez
et al (2000, p.10), “o estudo da criação e da administração de negócios novos,
pequenos e familiares, e das características e problemas especiais dos
empreendedores”. Além dessa definição, o empreendedorismo pode ser entendido
como a aplicação eficiente da liderança, da identificação de oportunidades e a
destreza para lidar com a criação de riquezas, seja econômica, social ou
científica.
Nesse contexto, não se pode apenas restringir
o empreendedorismo à criação de novas empresas, mas vê-lo como ferramenta
propiciadora do crescimento do indivíduo ou de uma comunidade, de modo que o
social, o político, o comportamental e o econômico interajam para a promoção de
resultados positivos para os envolvidos direta e indiretamente.
2.2.2 O que é um empreendedor?
O empreendedor é um indivíduo que assume a
responsabilidade pela criação ou aproveitamento de oportunidades no campo
econômico, social, político ou comportamental.
No entanto, não se deve assumir que o
empreendedorismo seja uma característica nata de alguns indivíduos. Conforme
esclarece Pereira (2005, p.2) “O empreendedorismo é tido como um comportamento
ou um processo para iniciar e desenvolver um negócio ou um conjunto de
atividades com resultados positivos, portanto, é a criação de valor através do
desenvolvimento de uma organização.”
2.2.3 Perfil do empreendedor
Embora não seja uma característica nata de um
grupo de indivíduos ou de determinadas instituições, o empreendedorismo
apresenta necessidades essenciais para o seu desenvolvimento e que configuram o
que se denomina perfil do empreendedor, que são qualidades que um indivíduo
precisa desenvolver para conseguir resultados positivos em seus esforços
empreendedores.
•
Comprometimento e determinação: são decididos, persistentes, disciplinados,
dispostos ao sacrifício e a mergulharem totalmente em seus empreendimentos.
•
Liderança: são iniciadores, formadores de equipe, aprendizes e professores.
•
Obsessão por oportunidades: possuem conhecimento íntimo das necessidades dos
consumidores, são orientados pelo mercado e obcecados por criação de valor e
aperfeiçoamento.
•
Tolerância ao risco, ambiguidade e incerteza: são tomadores de risco
calculados, minimiza dores, tolerantes ao estresse e são dispostos a resolver
problemas.
•
Criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação: possuem a mente aberta,
são impacientes com o status quo, aptos a aprender rapidamente, altamente
adaptáveis, criativos, habilitados para a conceituação e atentos aos detalhes.
•
Motivação para a excelência: possuem orientação clara para resultados,
estabelecem metas ambiciosas, mas realistas, possuem forte direcionamento para
descobrir, saber seus próprios pontos fracos e fortes e focalizam mais o que
pode ser feito do que as razões por que as coisas não podem ser feitas.” (BATEMAN
& SNELLl, 1998, pag. 211).
Embora essas qualidades formem o perfil do
empreendedor, há que se considerar outras características que compõem o caráter
empreendedor de um indivíduo e que está intrinsecamente ligado à formação
sociocultural do indivíduo.
•
Ter iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização.
•
Trabalha sozinho, tem perseverança e tenacidade.
•
O fracasso é considerado um resultado como outro qualquer. O empreendedor
aprende com resultados negativos, com os próprios erros.
•
Tem grande energia. É um trabalhador incansável. Ele é capaz de se dedicar
intensamente ao trabalho e sabe concentrar aos seus esforços para alcançar
resultados.
•
Saber fixar metas e alcançá-las. Luta contra padrões impostos. Diferenciar-se.
Tem a capacidade de ocupar um espaço não ocupado por outros mercados, descobrir
nichos.
•
Tem forte intuição. Tem sempre alto comprometimento e crê no que faz.
•
Cria situações para obter feedback sobre o seu comportamento e sabe utilizar
tais informações para o seu aprimoramento. • Sabe buscar, utilizar e controlar
recursos.
•
É sonhador realista. Embora racional, usa também a parte direita do celebro.
•
É líder, cria um sistema próprio com seus empregados.
•
É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.
•
Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive usando-a para
detectar oportunidades de negócios.
•
Tem alta tolerância à ambiguidade e a incerteza e, é hábil em definir a partir
do indefinido.
•
Cria um método próprio de aprendizagem. Aprende a partir do que faz emoção e
afeto dão determinantes para explicar o seu interesse. Aprende indefinidamente.
•
Traduz seus pensamentos em ações. Tece relações
(contatos, amizades) moderadas, mas utilizada do intensamente como suporte para
alcançar seus objetivos... “(DOLABELA, 1999, pp. 37 e 38)”.
2.3 Empreendedorismo e política
O papel da política nas práticas
empreendedoras está ligado às ações dos governos através da política fiscal e
da criação ou diminuição de instrumentos burocráticos para a formação,
regulação e fiscalização de atividades ligadas à exploração econômica ou de
fiscalização e regularização de atividades sem fins lucrativos.
A política adotada por um governo pode, em
diferentes graus, dirimir os empecilhos criados pelo processo de globalização
no estreitamento das barreiras à empresas em determinados nichos de mercado
através da proteção às empresas nacionais de modo que estas possam sobreviver à
ação de grandes empresas estrangeiras ou promover a livre iniciativa, retirando
os empreendedores do mercado informal e desenvolvendo políticas de acesso ao
crédito.
Embora apresente pontos positivos, a
interferência política no mercado gera incertezas e questionamentos que derivam
em fuga do capital investido no país ou insegurança e falta de confiança dos
próprios cidadãos nas ações governamentais. É a política econômica adotada por
cada país e como essa política influência, principalmente o mercado interno,
que deve ser objeto de apreciação do empreendedor, uma vez que ele será o
gerador de emprego e renda não apenas pra si, mas toda uma cadeia produtiva do
qual o negócio desenvolvido por ele faz parte.
Deve-se atentar, no entanto, que o
empreendedorismo não está atrelado à política ou ao governo, em qualquer de
suas esferas. Mas influencia e é por eles influenciado à medida que o negócio
cresce e necessita de aporte para aprimorar seus produtos e serviços, expandir
unidades fabris, comprar ou desenvolver tecnologia e transformar todas as ações
em atividades lucrativas, na geração de empregos diretos e indiretos.
2.4 O papel do empreendedorismo na formação de
pequenas e médias empresas
Haja vista a política econômica adotada por
um governo, o empreendedorismo é responsável pelo surgimento de pequenas e
médias empresas. É o empreendedor quem idealiza, cria e estrutura uma empresa
para explorar determinados nichos de mercado de modo a aproveitar as
oportunidades que se originam na dinâmica econômica do mercado.
Através da ação empreendedora dos indivíduos
é possível movimentar a economia de um país, mesmo em épocas críticas, através
da ação de pequenas e médias empresas, não obstante os altos índices de
falência desse tipo de empreendimento. Para o Instituto Brasileiro da Qualidade
e Produtividade – IBQP apud GEM (2014, p. 7), “os empreendedores nascentes e
novos são considerados empregadores iniciais ou em estágio inicial”. Essa
característica proporciona a comunidades locais a oportunidade de manutenção da
própria economia, muitas vezes independente da ação governamental ou das
flutuações de mercado, por comercializar ou oferecer serviços que não são
passíveis de consequências de ações externas, por apresentarem características
peculiares, por motivo da matéria-prima utilizada ou do público-alvo
consumidor.
Para a formação de pequenas e médias empresas
e sua sobrevivência, o empreendedor não é apenas o agente que origina, mas é
também o principal ator na promoção da sustentabilidade desse tipo de
empreendimento. São as características do empreendedor, que formam o que se
convencionou denominar de perfil do empreendedor, que garante a sobrevivência
do empreendimento e a contínua geração de emprego e renda do empreendimento.
As características empreendedoras, que
originam novos negócios, são as responsáveis pela manutenção da ordem econômica
uma vez que permitem que os indivíduos, trabalhadores, promovam a manutenção
das necessidades básicas do núcleo familiar a que pertencem, a despeito do
índice de mortalidade das pequenas e médias empresas (SOUZA, 2005, p. 2).
2.5 Empreendedorismo nas empresas familiares
A formação de empresas familiares pode ser
considerada um exemplo clássico da prática empreendedora porque é através de
empreendimentos familiares que se originam pequenas e médias empresas voltadas
para o mercado consumidor local, tendo em vista a sede da empresa. Embora
possua características peculiares relativas à gestão, inovação e administração
de recursos, as empresas familiares são responsáveis pela propagação do
espírito empreendedor na geração fundadora da empresa e nas subsequentes,
através do processo de sucessão.
Ainda mais acentuado em empresas familiares,
o empreendedorismo exige que o núcleo familiar desenvolva as características
natas do perfil empreendedor e que são necessárias para a sobrevivência do
empreendimento.
Esse tipo de prática empreendedora, que se
configura na gênese da dinâmica mercantilista, merece o fomento do poder
público e o incentivo através de uma política educacional em que a formação do
proprietário e dos funcionários sejam objetos de programas que visem a
capacitação e o aperfeiçoamento intelectual e técnica dos indivíduos.
A análise das condições de surgimento e de
desenvolvimento das empresas familiares, à luz do empreendedorismo, reflete as
necessidades prementes do empresariado majoritário, uma vez que as empresas
familiares são responsáveis pelo volume de empresas registradas, quando se
trata do Brasil, e permite avaliar a eficiência das empresas enquanto
promotoras do desenvolvimento econômico e social da localidade e do mercado
nacional.
De modo direto, o empreendedorismo é o pilar
das empresas familiares, que se tornam, por definição e legalização, pequenas e
médias, e promove o desenvolvimento local, regional e nacional. É, portanto, o
fator primordial para o crescimento e evolução dos indivíduos e das comunidades
que formam a rede de economias que sustentam o sistema econômico de um país.
2.6 Empreendedorismo feminino
O papel da mulher na atividade empreendedora
é objeto de estudo e preocupação no estabelecimento de políticas públicas de
valorização do trabalho feminino.
O
empreendedorismo feminino está em evidência, por conta do processo de
feminização do mercado de trabalho, e ocorre assim um aumento gradativo de
empreendimentos organizados por mulheres, tornando-se cada vez mais importante
conhecer sua importância no cenário econômico, e primordialmente as razões que
as mulheres têm para empreender e ainda revelar uma parcela das
particularidades do empreendedorismo feminino, destacando a trajetória da
mulher no mercado de trabalho, setores de empreendimento, gestão feminina e
consequências para a sociedade, segmentando por necessidade e/ou oportunidade. (AMORIM
& BATISTA, 2011, p.1)
Deve-se ressaltar, haja vista os preconceitos
sofridos pelas mulheres no ambiente de trabalho, que a atividade empreendedora
é uma atividade não exclusiva de gênero em que tanto homens quanto mulheres
podem praticar. Para realizar o empreendedorismo é necessário apenas que o
indivíduo, homem ou mulher, aceite os riscos inerentes da atividade e seja
respeitado enquanto promotor de emprego e renda e como ser humano.
A atuação das mulheres, no entanto, merece
destaque devido o fato de que elas representam a maioria dos empreendedores
iniciantes (GEM 2009, p. 56).
As
mulheres, de maneira geral, possuem como característica natural maior
sensibilidade, maior empatia, comprometimento, vontade de ajudar. Essas são
algumas das características que auxiliam uma mulher a se tornar uma
empreendedora de sucesso na área de serviços por exemplo. Nesse setor essas
características facilitam o trabalho que requer facilidade de relacionamento
(com clientes, colaboradores, comunidades, etc.), possibilitando um desenvolvimento
diferenciado e inovador (AMORIM & BATISTA, 2011, p.1).
O empreendedorismo feminino não pode tornar-se
rótulo, ainda que sob a égide da criação de políticas públicas para o incentivo
e o empoderamento da mulher como empreendedora.
Mas só existe devido a desigualdade existente entre homens e mulheres no
mercado de trabalho. É, também, fonte de riquezas e de diminuição de situações
críticas relativas ao convívio da mulher em seu próprio lar e na comunidade em
que reside.
Normalmente,
um empreendimento feminino gera apenas o próprio emprego e/ou o emprego de
familiares, porém pode gerar, quando o empreendimento tem sucesso , duas
frentes de trabalho, pois a empreendedora necessita também de um empregado
doméstico, para auxiliá-la nas atividades do lar, mesmo diante de tantas
conquistas a mulher nunca será dispensável dessa responsabilidade.
[...]Como
contribuição à sociedade o empreendedorismo feminino atua na geração de
empregos, expandindo a economia, proporcionando a realização de um trabalho que
sustente seu crescimento pessoal, profissional e financeiro(AMORIM &
BATISTA, 2011, p.11)
.
É preciso enxergar o empreendimento feminino
não como uma ferramenta geradora de igualdade apenas, mas também dar-lhe
igualdade em toda a plenitude dessa palavra de modo que se possa promover a
mulher como participante válida e cidadã da economia e do contexto social em
que está inserida.
2.7 O empreendedorismo como prática empoderadora
Quando o empreendedorismo gera como resultado
emprego e renda para o empreendedor e para todos os que dependem dele há a
manutenção das necessidades básicas de todos os indivíduos envolvidos e a
promoção da autossuficiência econômica e social desses indivíduos. Isso promove
a autoestima e o senso de dever cumprido e de responsabilidade, que somente é
possível através do trabalho e do esforço próprio.
Nesse contexto, os atores envolvidos com o
empreendimento, direta e indiretamente, deixam de depender de políticas
públicas que visam a distribuição de renda e passam a ser agentes do
desenvolvimento local, uma vez que seu poder aquisitivo contribui para o
crescimento econômico local e, consequentemente, nacional. Essa capacidade de
sustentar-se confere poder ao indivíduo e permite-lhe ter outra visão acerca de
si.
Para as mulheres, ainda mais importante
devido à cultura machista que se desenvolve no mercado de trabalho, o
empreendedorismo permite que elas tornem-se agentes de seu próprio crescimento,
uma vez que passa a não depender de outra pessoa para sobreviver.
O empreendedorismo empodera quem o promove à
medida que torna o próprio indivíduo agente do desenvolvimento social, politico
e econômico no cenário local, com reflexos regionais e nacionais.
2.8 Empreendedorismo e Inovação
O empreendedorismo é, por si só, a criação do
novo a partir de algo pré-existente ou do aproveitamento eficiente de um nicho
de mercado ou de oportunidade disponível. É uma expressão do próprio conceito
de inovação.
[...]
o processo de inovação começa com uma ação concreta de um indivíduo
empreendedor, cujos atributos podem ser classificados em quatro conjuntos:
desejos, aptidões, temperamento e ativos (suas aptidões e não apenas seu
currículo). [...] As aptidões referem-se àquelas habilidades naturais do indivíduo,
normalmente associadas às tarefas realizadas com facilidade. O temperamento é
um atributo que se refere, principalmente, à forma como são explicitadas as
reações diante de situações e de pessoas. Os ativos constituem as experiências,
características, áreas de especialização ou patrimônio que podem prover
vantagem do empreendedor sobre outras pessoas; a maioria dos ativos é
decorrente do exercício das aptidões, tendo seu valor, cada vez mais,
dependente das situações e, por isso, aumenta a necessidade de conhecimento dos
comportamentos do cliente para o desenvolvimento de ativos de maior valor
(SOUZA, 2005,p.7).
Desse é preciso entender o empreendedorismo
não apenas como a criação de um negócio ou como algo que só ocorre em grandes
empresas ou em países desenvolvidos. É preciso aceitar que o processo de
inovação que dá origem ao empreendedorismo pode ocorrer tanto dentro de uma
empresa já estabelecida como também no processo de fundar e estruturar uma
empresa.
No
entanto, a concepção de inovação permite ao menos duas variantes: as chamadas
inovações radicais e as inovações incrementais. Observa-se que as formas
liberais de capitalismo criam condições institucionais para as inovações
radicais, enquanto formas coordenadas estimulam o desenvolvimento de inovações
incrementais[...]. As primeiras estariam relacionadas aos fast-moving
technology sectors, tais como a biotecnologia, semicondutores, softwares,
vinculando-se, ainda, ao suprimento de outros setores como telecomunicações,
defesa e lazer, por exemplo. Neste caso, as empresas assumem mais riscos ao
lançarem novos produtos com rápida implementação, sendo o preço um aspecto
fundamental da estratégia competitiva ao se lançar produtos diferenciados. As
inovações incrementais, por outro lado, estariam relacionadas à produção de
bens de capital, bens de consumo duráveis, artefatos e equipamentos de
transporte. Neste caso, busca-se a introdução de inovações que aperfeiçoem a
qualidade de uma linha de produção já estabelecida, de modo a garantir a lealdade
do consumidor, além de assegurar a redução progressiva dos custos[...]( ÉSTHER,
2014, pp.8-9)
Através, portanto, da disseminação do
conhecimento produzido e adquirido pela cultura empreendedora que se pode
vislumbrar a dimensão do processo inovador que dá origem ao empreendedorismo,
seja considerando um ato empreendedor pequeno, médio ou grande.
[...]
o desenvolvimento de uma consciência para a formação de pessoas disseminadoras
da inovação, característica básica para a formação de empreendedores. Além disso,
essa autora destaca que a pró-atividade, a criticidade, a criatividade, a
liderança, a visão de futuro e a independência são características fundamentais
para a formação de empreendedores no mundo moderno (SOUZA, 2005,p.7).
A partir dessa concepção, o empreendedorismo
deixa de ser apenas gerador de riquezas monetárias e passa também a ser
promotor de ciência, tecnologia e cultura. Essa noção, no entanto, requer
estudo, aplicação e reflexão por parte do empreendedor e do aplicador de
políticas públicas de modo que se possa estabelecer parâmetros que proporcionem
o real crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável dos negócios e dos
indivíduos envolvidos direta e indiretamente no processo empreendedor.
3 Empreendedorismo no Brasil
O empreendedorismo no Brasil é monitorado
pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade através do Global
Entrepreneurship Monitor – GEM -, de modo que o panorama e a evolução da
atividade empreendedora é analisada sob a perspectiva da detecção de
oportunidades, propiciando a criação de políticas essenciais para o
desenvolvimento da atividade.
O Global Entrepreneurship Monitor apresenta
como diferencial, em relação a outros estudos sobre empreendedorismo:
· Levantamento
de dados a partir de fontes primárias, ou seja, com os indivíduos envolvidos e
não com as empresas, o que permite obter conclusões baseadas nos indivíduos
empreendedores e em seus empreendimentos (GEM, 2014, p. 7);
· Utilização
de um conceito amplo de empreendedorismo, que envolve empreendedores formais e
informais (GEM, 2014, p. 7).
É
importante ressaltar que o GEM utiliza um corpo conceitual próprio, com
recortes que não vão obrigatoriamente coincidir com informações sobre
empreendedorismo disponíveis em outras fontes, principalmente quanto se trata
de registros administrativos. As comparações com outras fontes são possíveis,
mas não sem antes estabelecer as equivalências com conceitos e medidas adotados
pelas diversas pesquisas(GEM, 2014, p. 7).
Os dados que doravante serão apresentados
foram extraídos desse estudo e visam apresentar o potencial do Brasil no
cenário do empreendedorismo e de como as políticas podem ser facilitadoras da
atividade empreendedora através do conhecimento sobre a realidade do
empreendedor brasileiro e seus desafios peculiares à política e ao mercado
brasileiro.
3.1 Evolução do empreendedorismo no Brasil
Em 2008, o Brasil ocupava a 13ª posição no
ranking mundial de empreendedorismo segundo o Global Entrepreneurship Monitor,
com uma taxa de empreendimentos iniciais de 12,02%. Essa taxa de
empreendimentos iniciais posicionava o Brasil como um país acima da média dos
países observados pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2008, p.25).
A
TEA média brasileira de 2001 a 2008 é de 12,72% contra uma TEA média dos demais
países GEM de apenas 7,25%. Isso reforça que o Brasil é um país de alta
capacidade empreendedora e que na média entre 2001 e 2008 o brasileiro é 75,58%
mais empreendedor que os outros (GEM, 2008, p.27).
Em 2014 a taxa de empreendedores iniciais foi
de 17,2%, um aumento de 143,09% em relação a 2008. A taxa de empreendimentos
iniciais apresentadas em 2014 foi semelhante a de 2013, com 17,3%. Segundo o
Global Entrepreneurship Monitor, a taxa de empreendimentos iniciais
apresentadas no ano de 2014 indica:
·
Crescimento constante da taxa de
empreendedores novos desde 2012;
·
Aumento de 1,2 pontos percentuais entre 2013
e 2014;
·
Baixa participação de empreendedores
nascentes, que foi reduzida entre os anos de 2013 e 2014.
A taxa de empreendedores iniciais indica como
o país reflete a valorização e o incentivo das políticas desenvolvidas no país
e que promovem o empreendedorismo. Os dados do Global Entrepreneurship Monitor
indica uma situação preocupante com relação aos empreendedores nascentes, que
são aqueles que estão iniciando novos negócios, porque a retração na taxa
desses empreendedores pode indicar, em longo prazo, que existem barreiras que
precisam ser sobrepujadas, como a confiança na política fiscal e a dificuldade
burocrática em se abrir novas empresas, para que o país consiga retomar o
crescimento dessa taxa e, consequentemente, retomar o crescimento econômico
nacional.
3.2 Demografia da atividade empreendedora no Brasil
Quando se trata de empreendedorismo, não se
pode menosprezar a influência da geração que dá origem ao negócio. Esse fator é
de extrema importância porque reflete o quão aberto à inovação e à aplicação de
tecnologias para a melhoria de produtos e processos produtivos será o
empreendimento. No Brasil, segundo o Global Entrepreneurship Monitor, a taxa de
atuação do jovem no empreendedorismo, entre os anos de 2001 e 2008, foi de
11,9%, ou seja, menos de um terço dos empreendedores brasileiros.
A
taxa de empreendedorismo na faixa etária de 55 a 64 anos em 2008 é de 3%,
inferior à média do período 2001-2008 (5,5%). O adulto de meia-idade, que em
2001 representava 10,5% dos empreendedores brasileiros, hoje representa somente
3,4%. Quais os fatores determinantes nessa mudança demográfica do empreendedor
brasileiro? Por falta de empregos formais na atividade econômica o jovem busca
no empreendedorismo uma alternativa de trabalho e renda. A mulher continua com
sua participação na complementação da renda familiar. Em relação ao grupo de faixa etária mais
avançada (54-64 anos), um fato importante é a tendência à universalização da
previdência social, que garante sua sobrevivência (GEM, 2008, pp.91-92).
Em relação à atuação do jovem no
empreendedorismo, as razões que levam à baixa participação no cenário
empreendedor pode-se citar, de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor:
· Envelhecimento
populacional;
· Menores
taxas de fecundidade;
· Maior
expectativa de vida.
A participação dos jovens na atividade
empreendedora levanta a questão da renovação e da necessidade do surgimento de
novos empreendimentos aptos a aproveitar os nichos de mercado disponíveis e as
potencialidades que surgem com as novas realidades que surgem com o avanço e a
popularização da tecnologia.
3.3 A inovação nos empreendimentos brasileiros
Fator de extrema importância para os novos
negócios e para empreendimentos que visem a sustentabilidade no longo prazo, inovação
pode ser considerada o pilar do empreendimento e que requer o fomento de
políticas modernas nas relações de trabalho e nos meios de produção ou de
oferecimento de serviços.
Partindo desse ponto, os empreendedores podem
ser classificados, segundo o Global Entrepreneurship Monitor, como empreendedor
Não-inovador, Inovador e com capacidade de inovação intermediária.
Características do empreendedor Não-inovador:
·
Não se considera novos conhecimentos sobre o
produto/serviço;
·
Enfrenta muitos concorrentes;
·
Utiliza tecnologias e processos com mais de
cinco anos;
·
Não possui, nem almeja, consumidores externo,
para exportação;
·
É capaz de criar até cinco empregos.
Características
do empreendedor com capacidade de inovação intermediária:
·
Possui seletividade para a inovação de alguns
produtos;
·
Enfrenta poucos concorrentes;
·
Utiliza tecnologias e processos com idade
entre um e cinco anos;
·
Possui até 50% de consumidores externos;
·
É capaz de criar até cinco a vinte empregos.
Características
do empreendedor inovador:
·
Busca novos conhecimentos sobre todos os
produtos/serviços;
·
Não enfrenta concorrentes;
·
Utiliza tecnologias e processos com menos de
um ano;
·
Possui mais de 50% de consumidores externo,
para exportação;
·
É capaz de criar mais de vinte empregos.
Não é impossível admitir que os
empreendedores mais desejados são aqueles inovadores por permitem ao mercado a
inovação nos produtos e que, por si só, incentivam a exportação dos produtos
nacionais e incentivam a inovação em toda a cadeia produtiva em que estão
inseridos.
Entretanto, não se pode esperar que todo
empreendedor seja inovador, uma vez que o próprio indivíduo é mutante em suas
concepções e pode, em determinadas épocas de sua vida, refletir no
empreendimento, principalmente quando se trata de pequenas e médias empresas
familiares, características dos três tipos de empreendedor.
O
Brasil é um dos últimos do ranking dos países com empreendimentos inovadores.
Os segmentos de empreendedores com potencial de inovação merecem um olhar
atento para as suas potencialidades, buscando-se colocar à disposição desses
empreendedores informações técnicas e sobre mercado, fomentar a colaboração e
as parcerias entre os produtores e dos produtores com fornecedores e clientes,
incentivar as aglomerações de empresas, criar programas de melhorias de
qualidade e produtividade e ampliar as possibilidades do mercado nacional e
internacional por meio do estímulo a feiras, viagens internacionais e visita de
técnicos especializados. Esse empreendedor, com o apoio de ações reguladoras e
estimuladoras e de colaboração, tem condições de assumir e fazer prosperar o
seu empreendimento. As políticas voltadas para os empreendedores inovadores,
que desenvolvem inovações radicais, devem estar vinculadas à formação de
incubadoras tecnológicas, ao aprofundamento da relação universidade-empresa, à
criação de laboratórios de pesquisa, à formação de pesquisadores e grupos de
pesquisa e ao financiamento ao capital de risco, entre outras ações (GEM, 2008,
p72).
Essa variação no comportamento e na atuação
do indivíduo enquanto empreendedor explica a colocação do Brasil no ranking dos
países empreendedores.
3.4 Características específicas do empreendedorismo
brasileiro
A análise das especificidades do
empreendedorismo brasileiro permite vislumbrar com nitidez cenário empreendedor
nacional, considerando as peculiaridades existentes no Brasil quanto a gênero,
faixa etária, faixa de renda e empreendedores em estágio inicial e
estabelecidos.
O estudo sobre os aspectos relativos aos
empreendedores servem, principalmente, para entender a dinâmica da abertura e
falência de empreendimentos, as vicissitudes inerentes a cada empresa e seu
respectivo nicho e para entender como pensa os diferentes grupos de
empreendedores. Esse conhecimento facilita a criação de políticas e programas
públicos para o incentivo e incremento de novos empreendimentos no mercado
nacional, visando a promoção do desenvolvimento econômico sustentável nacional.
Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (2014,
p.11), em relação ao empreendedorismo inicial:
·
Existe igualdade na atividade empreendedora
entre homens e mulheres;
·
Indivíduos entre 25 e 34 anos são mais ativos
em termos de atividade empreendedora inicial;
·
Indivíduos entre 55 e 64 anos são menos
ativos em termos de atividade empreendedora inicial;
·
Indivíduos com escolaridade entre o primeiro
grau incompleto e o nível superior são igualmente ativos na atividade
empreendedora inicial;
·
Indivíduos com escolaridade inferior ao
primeiro grau incompleto são menos ativos na atividade empreendedora inicial;
·
Indivíduos com renda familiar acima de três
salários mínimos apresentam maior atividade de empreendedorismo inicial;
Em relação ao empreendedorismo estabelecido:
·
Os homens são mais ativos que as mulheres;
·
Indivíduos entre 45 e 54 anos são mais ativos
na atividade empreendedora;
·
Indivíduos entre 18 e 24 anos são menos
ativos na atividade empreendedora;
·
Indivíduos com escolaridade até o segundo
grau incompleto são mais ativos;
·
Indivíduos com escolaridade superior ao
segundo grau completo apresentam menor atividade no empreendedorismo
estabelecido;
·
Indivíduos com renda familiar acima de seis
salários mínimos apresentam maior atividade empreendedora no estágio
estabelecido.
3.4.1 Características sociodemográficas dos
empreendedores brasileiros
Em 2014, segundo o Global Entrepreneurship
Monitor (2014, p.11), estimou-se a quantidade de empreendedores no Brasil em 46
milhões, divididos igualmente entre empreendedores iniciais e empreendedores
estabelecidos.
Conforme os dados apresentados pelo Global
Entrepreneurship Monitor (2014, p.11), dos 23 milhões de empreendedores em
estágio inicial:
· 49%
são homens e 51% são mulheres;
· 53%
tem de 18 a 34 anos
· 40%
tem de 35 a 54 anos
· 8%
tem de 55 a 64 anos;
· 50%
tem escolaridade de segundo grau completo ou acima;
· 41%
possuem renda familiar maior que 3 salários mínimos;
· 62%
são casados ou vivem em união estável; e
· 51%
são brancos.
Dos 23 milhões de empreendedores em estágio
estabelecido:
· 55%
são homens e 45% são mulheres;
· 24%
tem de 18 a 34 anos
· 58%
tem de 35 a 54 anos
· 17%
tem de 55 a 64 anos;
· 42%
tem escolaridade de segundo grau completo ou acima;
· 43%
possuem renda familiar maior que 3 salários mínimos;
· 63%
são casados ou vivem em união estável; e
· 54%
são brancos.
A análise dos dados do Global
Entrepreneurship Monitor revelam a importância de política públicas para o
fortalecimento do empreendedorismo feminino e para a criação da cultura cultivo
do conhecimento em gestão de negócios, políticas de recursos humanos e gestão
da produção.
Com 45% de participação em negócios estabelecidos
e 51% de participação no estabelecimento de novos negócios, as mulheres
brasileiras refletem questões sociais crônicas ligadas à autossuficiência,
própria e familiar, e a necessidade de afirmação no mercado de trabalho através
da criação de oportunidades ao criar empresas ou negócios, formais e informais.
O grau de escolaridade também é fator
determinante para o sucesso do novo negócio, que se torna estabelecido ao longo
do tempo. Como apontado pelo Global Entrepreneurship Monitor, em 2014, 50% dos empreendedores
iniciais possuem o segundo grau completo ou mais. A escolaridade pode refletir
o fator inovação, tão essencial para a modernização da empresa e das políticas
internas aplicáveis, uma vez que o indivíduo mais escolarizado é mais propenso
a aceitar, desenvolver e/ou adquirir tecnologias que sejam aplicáveis às
relações pessoais de trabalho e ao método de produção, promovendo o aumento da
lucratividade a empresa e do seu tempo de vida.
3.5 Características dos empreendimentos brasileiros
O Global Entrepreneurship Monitor (2014, p.
12) reafirmou a tendência do brasileiro de estabelecer negócios em áreas
incompatíveis com a natureza do negócio. Embora não seja uma afirmação que
abarque todos os negócios, devido as exceções, descreve genericamente como o
empreendedor brasileiro decide onde estabelecer seu empreendimento. Uma das
causas para esse erro é a acomodação, que faz com que novos negócios surjam no
mesmo imóvel em que reside o empreendedor, por ser cômodo, a despeito de haver
ou não clientes em potencial nas proximidades.
As estatísticas do Global Entrepreneurship
Monitor (2014, pp.12 e 13) sobre os empreendimentos brasileiros expressam:
·
22% dos empreendedores iniciais consideram
seus produtos novos para praticamente todo o mercado;
·
15,8% dos empreendedores estabelecidos
consideram seus produtos inovadores para o mercado;
·
A diferença entre empreendedores iniciais e
empreendedores estabelecidos concernentes à aceitação de concorrentes é de
8,9%;
·
Empreendedores iniciais utilizam tecnologia
inovadora com mais frequência que os empreendedores estabelecidos, a uma taxa
de diferença entre eles de 1,5%.
·
A diferença entre empreendedores iniciais e
empreendedores estabelecidos concernente a clientes no mercado externo, pelo
menos 1%, é de apenas 0,3%.
·
Empreendedores iniciais possuem mais
empregados que empreendedores estabelecidos.
·
Empreendedores iniciais possuem mais
expectativa de gerar pelo menos um emprego, no prazo de cinco anos.
Embora os dados sobre o empreendedorismo no
Brasil sejam bons, eles não representam grandes expectativas no longo prazo
devido a fatores burocráticos, logísticos e culturais do povo brasileiro, que
geram desânimo e enfraquecimento, com consequente endividamento dos indivíduos
envolvidos no empreendimento, seja, em maior grau, o proprietário, seja, em
menor grau, os empregados que do empreendimento dependem.
Para o Global Entrepreneurship Monitor (2014,
p.16) afirma que
A
disseminação da cultura empreendedora e a aceitação do empreendedorismo pela
população contribuíram para as avaliações positivas do fator “capacidade
empreendedora” à medida que aproxima o empreendedorismo do cotidiano da
população. Por outro lado, a baixa escolaridade e a falta de foco no
empreendedorismo como alternativa de carreira profissional explicam a opinião
dos especialistas ao escolher este fator também como limitante. Ainda há na
opinião dos especialistas falta de planejamento e deficiência na gestão dos
empreendimentos, os quais acabam fechando suas portas nos primeiros anos de
atividade ou se mantêm em operação, mas em potencial de crescimento (GEM, 2014,
p.16).
A partir dos dados fornecidos pelo Global
Entrepreneurship Monitor, aliados com o conhecimento empírico da lida de
negócios em estágio inicial e em estágio estabelecidos, é possível vislumbrar
como e por quê o Brasil apresenta oscilações em relação ao ranking mundial de
empreendedorismo, cuja reflexão leva-se em consideração aspectos políticos,
econômicos, educacionais e estruturais dos meios de transportes, mostrando como
diferentes setores da sociedade interferem no sucesso ou fracasso de um
empreendimento, uma vez que este reflete a individualidade, necessidades e
aspirações de um ou mais indivíduo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
empreendedorismo no Brasil enfrenta diversos problemas, como logísticos, de
gestão e de operação, que são gerados, na maioria dos casos, pela falta de
conhecimento dos empreendedores. Esse desconhecimento acerca do panorama
político e econômico nacional é reflexo da cultura de baixa instrução dos
indivíduos que pretendem abrir novos negócios.
O
papel da mulher no cenário econômico oriundo da abertura de novos
empreendimentos precisa ser objeto de interesse não apenas dos gestores
públicos como também da grade curricular dos cursos básicos e superiores de
modo que se origine uma nova cultura de valorização e empoderamento da mulher
no ambiente de trabalho, principalmente quando esta é a proprietária.
O
grau de inovação, seja na promoção de uma cultura de valorização do indivíduo
ou nos processos de produção e de gestão, precisa ser levado em consideração em
novos empreendimentos e em empreendimentos já estabelecidos de modo a garantir
o desenvolvimento local, regional e nacional.
Do
ponto de vista do empreendedorismo, a sociedade e o país não podem ser
reduzidos a cifras, uma vez que o próprio movimento empreendedor vai muito além
do crescimento econômico. No caso do Brasil, o empreendedorismo ainda é bem
pouco empregado nas regiões em que há deficiências estruturais na educação, a
despeito dos potenciais econômicos a serem explorados como no ecoturismo,
turismo e nos novos nichos de mercado em pequenas cidades no interior do
Brasil.
Os
problemas logísticos ainda são os principais empecilhos que atravancam o
desenvolvimento sustentável nacional e a popularização empreendedorismo servirá
de base para a detecção de novas oportunidades e a exploração sustentável
dessas oportunidades.
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