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Mostrando postagens com o rótulo God

Declaração vivificante

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 Foto Foto: Osiride statue of Senwosret I.Middle Kingdom. Met   Maria Bethânia canta  "Com todas as palavras Feitas pra humilhar Nos afagamos" E a madrugada, por mim, através de mim, sobre mim, escreveu uma petição digna de doutores advogados do tipo que não se formam mais em universidades, por obra e graça de redes sociais abstratas.  A cerveja segue gelada. O condicionador de ar segue tentando resistir ao ar quente da boca do inferno aberta no centro do Brasil. E eu sigo sendo o príncipe negro fruto de relações divinas de deuses negros, protegido por guardiões velhos e sábios. Caminhando no precipício de viver na borda de um mundo insone.  Eu sigo sendo um em uma multidão de iguais, tentando não ser igual, sobrevivendo ao absurdo de ser só mais um.  O futuro é a morte. E eu sou o incesto entre a morte e a vida. Eu sou a base, a coroa, o pó, o cume, o bandido, o herói, o Cão, o Deus.  E ninguém entende isso.  Elas passam, se benzem e se...

A sífilis católica

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 Não é de hoje que se conhece os efeitos do catolicismo na vida cotidiana do povo brasileiro. Por meio dessa poderosa arma de dominação empregada pelos colonizadores da imensa área terrestre que se conhece como Brasil, o povo foi obrigado a aceitar figuras ditas sacras como suas; o povo foi obrigado a comer ou a deixar de comer em função de dogmas e "festividades" católicas; o povo, que construía as edificações católicas, sequer podia - e, de certa forma, ainda acontece - entrar nos ambientes católicos.  Para o povo, criaram igrejas católicas distintas, sem muito requinte ou cuidado, apenas o suficiente para manter sob domínio um povo colonizado e expropriado de sua cultura, de sua terra, de sua identidade.  O sangue que banha as paredes dos templos e edifícios católicos criaram os pentecostais e os neopentecostais. E o povo seguiu sendo colonizado, acreditando na ficção de um único deus, seletivo, opressor e imaginário. Um deus que não se manifesta diante da mais absurda...

Meia vida de domingo

 Entre sombras que abrandam o calor do sol em um inverno incerto e risos sapatônicos no fim do corredor há aplicativos que nos roubam de nós, amortecendo as atribulações que nos auto infligimos; há pensamentos que se escondem entre escombros de sonhos; há fragmentos de uma pessoa próxima da esquizofrenia.  Acabamos por deixar que algoritmos nos digam o que comer, como viver, de que forma trabalhar. Permitimos que nos ditem os passos da felicidade que, assim como o corpo perfeito, jamais atingiremos sem uma imensa equipe de marketing.  E seguimos sendo imperfeitos, moles, redondos, com o cabelo mal cortado, com a comida menos fotografável, adjetivando redes sociais e nos sujeitando ao segundo plano de histórias próprias e pessoais.  A igreja neopentecostal já terminou os trabalhos de lavagem mental dos pobres que a frequenta todo domingo de manhã. Agora os velhos e os animais podem sentar do outro lado da rua sem o incômodo de um deus ficcional a olhar-lhes por meio d...

A maldição do crente

 Em uma conversa via aplicativos de mensagens instantâneas eu disse De todas as coisas pra se ter em casa, o crente é a pior delas A fome, a peste, a pobreza, as maledicências, o mau gosto, a breguice, a ignorância, as doenças mentais, as brigas, os relacionamentos falidos, os suicídios... tudo isso e mais um pouco são unidos pelo laço da palavra de um deus ficcional e encarnados na figura de um crente. Sempre que ficam com bateria baixa eles vão às suas portas comerciais de preferência, enchem-se de uma palavra nefasta e saem às ruas envergonhando a todos com suas aparências deprimentes e suas palavras vãs oriundas de uma interpretação torta daquele livro ensebado que carregam.  Não cu que não reparem. Não há embocetamento que não estejam no meio comentando.  E nada há o que fazer, por enquanto, do que tentar conscientizar as novas gerações do fracasso que esses crentes representam e da ameaça latente que efetivam sempre que podem.  A casa em que habita um crente ne...

Uma heresia de segunda

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Escultura:Couple. Povos Sakalava. MET Os muito medíocres criaram, em seu deturpado imaginário, que devemos nos arrepender de alguma ação pretérita que, pela força do querer ou não, tenhamos cometido. Nesse mesmo imaginário estamos todos sujeitos ao erro e, por esse  erro cometido, mais dia ou menos dia, devemos ser e permanecer contritamente arrependidos. Esquecem, muito fácil, das delícias de certos erros e da necessidade de outros. Dependendo do ponto de vista e da elucidação correta de todos os fatos, não há erro. Apenas meras escolhas a serem tomadas em um mar de caos de um dado momento.  Expressar tamanha heresia só tem um sentido: o da luz. Em uma sociedade que escolhe a religião como arma e refúgio e que, sob esses mesmos aspectos, adoece paulatinamente sem que nenhum Deus a socorra, é impressionante como Marias Madalenas modernas revisitem o conceito de arrependimento quando as convém; como homens escolham um modelo que não abale sua ardente ignorância e como, desde ce...

Crônica de uma vida insuficiente XVII

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Aceitar a verdade que habita o outro tem sido um fator causador de problemas porque o outro tem convicções próprias, desejos e pensamentos que precisam ser validados em ações e no relacionamento com a sociedade e nós, individual e introspectivamente, almejamos estar do lado "certo", com as ideias e pensamentos "certos", no lugar "certo". Queremos ser irrepreensíveis sendo abjetos. E perceber que o "certo" compartilha facetas individuais e coletivas corresponde a admitir, tacitamente, que em algum momento, sob algum ponto de vista, estamos ou ficaremos fora do seleto grupo dos "certos". Querer estar na guerra sem sentido da dualidade certo-errado é perder o bem mais precioso que temos na encarnação - o tempo. Que os Deuses discutam e digladiem-se pela hegemonia estabelecendo quem é ou deixa de ser do bem ou do mal. A nós, encarnados, cabe a tarefa de observar e não lutar uma guerra alheia. Mas há quem esbraveje suas n...

Da dadivosa correção

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Escultura: God. Elsa on Freytag-Loringhoven. Met. O que fazer quando erros grosseiros são cometidos à sua frente e que a correção faz parte do seu escopo intelectual? O que fazer na delicada situação em que se deve mostrar a outra pessoa que ela não apenas não domina o conteúdo que ela mesma diz dominar e ainda mostrar-lhe cada um dos seus erros e evidenciar o que é correto? Em uma sociedade de pobres diabos como a nossa em que o ego fala mais alto que o bom senso e o desejo de progredir intelectualmente, a atitude de corrigir e apontar a direção correta nunca é vista com bons olhos pelos errantes e seus apoiadores. Esses insistem em perpetuar o erro e a ignorância e pouca coisa, ou mesmo nada, é possível fazer para converter esses pobres diabos em anjos do conhecimento. No fim, a situação determina se o pobre diabo, que pode ser um analfabeto ou um doutor, será corrigido. Correção, feita com a intenção de elucidar fatos errôneos e apontar o caminho correto, sempre é um p...

A dualidade africana

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Foto: reprodução Twitter/entidadesincera A beleza que emana das religiões de matriz africana transborda nos atos entre os praticantes e no amor e na proteção que parte das divindades e entidades e se estende a todos aqueles que querem, desejam e aceitam tal amor e tal proteção.  São as divindades africanas que nos ensina o valor do respeito e dualidade da natureza do espírito humano e, não é estranho, que essa dualidade destrua os preconceitos, inclusive oriundos de religiões "brancas" e ditas "cristãs", que violentam a liberdade de expressão e religiosa. Oxalá e Exu juntos representam essa dualidade e mostram-nos o caminho que devemos seguir para conseguir alcançar o equilíbrio necessário ao nosso desenvolvimento espiritual, emocional, moral e intelectual neste e em outros planos. O que precisamos é começar a caminhada e entender os conceitos de bem e mal . E seguir avante, destituindo-nos de preconceitos, amarras morais e egoísmos. 

Sorveteria: a diferença é a qualidade, as maldições e o calote

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Foto: vista panorâmica de Palmeira dos Índios - AL. Em um passado não tão distante assim eu estava saindo da única sorveteria, ou pelo menos a única loja que só comercializava sorvetes e açaí, de Palmeira dos Índios em um final de dia, com a porta comercial semi-baixada quando esta se soltou devido à deterioração e à gambiarra feia pelos proprietários, quase provocando um acidente gravíssimo. No momento em que eu saía, uma moça entrava e correu o mesmo risco que eu. As câmeras instaladas evidenciaram o risco de morte que nós dois corremos e o que realmente aconteceu. Seguindo o lema implícito da sorveteria - "Não queremos perder nada" - os proprietários escolheram a moça que entrava no exato momento em que a porta saltou e quebrou, quase matando-nos, para pagar pelo erro e pela negligência dos proprietários. Mas não quiseram dinheiro. Segundo eles mesmos: "a moça deveria aprender uma lição para ter mais cuidado com as coisas". Eles só não disseram que ela ...

Passado o tempo

"(...) entre todos os seus amantes ela não tem quem a console; todos os seus amigos se houveram traiçoeiramente com ela, se lhe tornaram inimigos."                       - Lamentações 1:2 No drama do início da adolescência,  quando ainda crê dominar a arte da aplicação do conhecimento e que possui a reflexão profunda dos budistas, troca um amor, incipiente, frágil,  efêmero até,  pela certeza do amor amistoso de amigos que se dizem para a vida toda. E mesmo sentindo o que a opinião alheia ignora, segue em frente, seguindo os passos de indivíduos mais problemáticos para, quem sabe um dia, merecer mais que um olhar de pena ou indulgência. Crer não merecer o amor que outros desconhecem a existência. Crer que a maturidade existente,  se há maturidade antes dos 30 ano...

Poema a Oxum

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Foto: imagem da internet. Oxum. A beleza que flutua nas águas do meu ser                                                 é d'Oxum A força que move meus desejos por entre as matas do teu ser                             é d'Oxum A cor que me banha nos dias cálidos            é d'Oxum É d'Oxum as mãos que me acalentam quando perversas palavras me entristecem. É d'Oxum os lábios que sussurram a alegria dos dias de verão e a calma invernal. É d'Oxum o ouro que me sustenta. É d'Oxum o que me faz reverência. É d'Oxum a minha fé. É d'Oxum.

Presépio

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Fonte: na foto. O Natal, não é segredo para ninguém, jamais representou as divindades cristãs, seja pela conveniencia da data mercantil ou seja pela hipocrisia de "amar a todos" com restrições. Dito isso, acendidas as luzes da decoração e cantado o hino Noite Feliz, é a hora de puxar o presépio para o canto e escolher entre customizá-lo à brasileira ou copiar o modelo norte-americano, que em nada acrescenta aos brasileiros. E sendo o Brasil mais negro e índio que "branco", é natural que o presépio e todo o natal sejam, ao menos, refletores da nossa cultura - por mais que queiram não admitir publicamente. Uma representação interessante é a do presépio baseado na religião de matriz africana em que Exus e Pomba-Gira são representados. E é admissível tão representação porque sem Exu nada acontece; sem Exu nem natal tem, uma vez que ele é o responsável pela ponte deuses-homens, sendo ele mesmo  um deus no panteão negro. Cristão que frequentam terreiros; fié...

A fé acima de tudo

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A Sociedade é um aglomerado de indivíduos, unidos por laços comunitários com comunicação irreversivelmente entrelaçados pela necessidade de convivência entre si. Toda essa relação humana subdivide-se em micros núcleos de elementos emocionais fundamentando toda e qualquer interação homem-homem e homem-mundo de forma a garantir a expectativa de compreensão emocional e intelectual de seus atos bons, maus e alienáveis. Dessa maneira, nossa sociedade mescla-se aos sentimentos religiosos como única forma de justificar ou condenar os acontecimentos passados, presentes e futuros com o0 intuito único de procurar o paraíso e junto com ele a vida eterna. O problema surge exatamente nessa busca, que, em muitos casos, torna-se incessante e desmedida a ponto de matar em do Pai e ser morto em nome da insanidade religiosa de um homem. A religião é a característica, dizem, mais nobre de indivíduo sociável porque a partir dela a índole desse indivíduo é moldada e modificada com o aprimor...