Obscenidade e falta de educação
É preciso impor um limite para a
falta de educação daqueles que a confundem com a vulgaridade. Antes é preciso
ressaltar que vulgaridade e falta de educação não é a mesma coisa e uma não
justifica a outra.
Não é difícil encontrar indivíduos
que fazem uso da artificialidade da pornografia verbalizada para disseminar a
vulgaridade de seus pensamentos e atitudes e, assim, manchar a humanidade com o
mau gosto personalizado que carrega. E com a mesma facilidade é possível notar
que esses seres são acompanhados da falta de educação, que se não piora, ajuda
a refinar a gama de justificativas insatisfatórias que permeiam o lixo cultural
produzido por eles.
A falta de educação pode levar à
vulgaridade quando o meio social e a falta de orientação do indivíduo impulsionam-no
a se despir de toda e qualquer forma de bom senso e civilidade. No entanto, a
vulgaridade não leva à falta de educação sendo esta uma consequência daquela. Os
indivíduos exercem sua liberdade de comunicação sem notar a diversidade de
palavras de que fazem uso no dia a dia e o quanto elas interferem nas relações
interpessoais. Essa interferência compõe uma parte fundamental no processo de
deterioração da carreira profissional e das relações pessoais que pode
prejudicar o indivíduo.
De outro ponto de vista, nas nações
em que a colonização ocorreu por países em que a influência da Igreja Católica
era forte, como no caso do Brasil, a vulgaridade e a falta de educação pode ser
justificado pela religiosidade e pelas consequências inabaláveis do destino em
que o homem não tem escolhas. Porém, mesmo com essa justificativa, não há como
obter a plausividade sobre esses elementos, que já se tornaram habituais.
O limite para a falta de educação
é delimitado claramente onde começa a região perigosa da obscenidade. Não há
como o homem tornar-se mais degradante e mais animalesco do que quando faz do
obsceno seu único meio de comunicação e de produção de cultura. Quando isto
acontece o que se tem é apenas uma comunidade incapaz de promover suas
particularidades e ocasiona sua morte social e cultural.
Não se deve confundir esses dois
fatores. Jamais.
Evidentemente não se pode excluir
da sociedade esses itens como não se pode exterminar os mendicantes e moradores
de rua. Mas é possível fazer com que eles sejam amenizados, e em algumas
localidades quase extintos. O segredo para
não confusão cultural e social e para o contínuo crescimento do homem
está na sua capacidade de escolher e enfrentar as consequências de suas
escolhas com a mesma ousadia que tomou as decisões.
O homem ainda é a máquina
universal capaz de promover suas habilidades enquanto estabelecer novos
conceitos. E isso não pode ser prejudicado pela vulgaridade – a falta de
educação nunca é problema diante da imensidão da capacidade intelectual do ser.
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