Descontatado

É interessante quando o contato entre as pessoas é quebrado e o tempo passa na maior tranquilidade de um lado para o outro das ruas e faz suas estripulias nas praças. O que se tem de mais peculiar é o fato de que, repentinamente, uma cortina tapa a luz do conhecimento e da seguridade que se tem por aquele ser que outrora era uma das vielas por onde se podia andar tranquilamente.
Sem a necessidade de explicações, alguém conhecido passa a ser desconhecido e o que resta são apenas fragmentos de algo que pode ser muito bem um sonho inventado pelo subconsciente para divertir as milhares de horas dormidas. Com a mesma velocidade, mas com um retardo de entendimento suficiente para provocar refinamentos em conclusões tidas em algum momento do passado, o esquecimento faz-se presente nesse mistério incompreensível que é a quebra do elo entre duas ou mais pessoas.
A falta de contato pode ser provocada ou natural. Aquela nem sempre acontece de maneira amigável e pode desencadear muitos estragos. Esta pode acontecer apenas pelo modo como os eventos do cotidiano acontecem.  
Depois de um tempo, os indivíduos que deixaram de fazerem-se presentes acabam sendo ilusões e qualquer lembrança não passa de devaneio. Talvez seja assim que grandes autores vivenciaram seus grandes amores, suas dores extravagantes e toda a imensidão da vida, nem sempre tão divertida nem sempre tão anormal. E talvez seja dessa maneira que se dá a compreensão da famigerada “tudo passa”.

O contato que se quebra hoje pode ser algo inexplicável de amanhã, que provocará outras tantas oportunidades. 

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