Crônica de uma vida insuficiente XVII



Aceitar a verdade que habita o outro tem sido um fator causador de problemas porque o outro tem convicções próprias, desejos e pensamentos que precisam ser validados em ações e no relacionamento com a sociedade e nós, individual e introspectivamente, almejamos estar do lado "certo", com as ideias e pensamentos "certos", no lugar "certo".
Queremos ser irrepreensíveis sendo abjetos.
E perceber que o "certo" compartilha facetas individuais e coletivas corresponde a admitir, tacitamente, que em algum momento, sob algum ponto de vista, estamos ou ficaremos fora do seleto grupo dos "certos".
Querer estar na guerra sem sentido da dualidade certo-errado é perder o bem mais precioso que temos na encarnação - o tempo. Que os Deuses discutam e digladiem-se pela hegemonia estabelecendo quem é ou deixa de ser do bem ou do mal. A nós, encarnados, cabe a tarefa de observar e não lutar uma guerra alheia.
Mas há quem esbraveje suas necessidades e queria legitimar suas próprias forças e fraquezas diante de quem não se importa. A escolha do desgaste desnecessário compete apenas ao pleiteante pela validação. E, nesse caso, o que realmente precisamos fazer é não entrar em méritos e deméritos.

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