Declaração vivificante

 Foto

Foto: Osiride statue of Senwosret I.Middle Kingdom. Met  


Maria Bethânia canta 

"Com todas as palavras

Feitas pra humilhar

Nos afagamos"


E a madrugada, por mim, através de mim, sobre mim, escreveu uma petição digna de doutores advogados do tipo que não se formam mais em universidades, por obra e graça de redes sociais abstratas. 

A cerveja segue gelada. O condicionador de ar segue tentando resistir ao ar quente da boca do inferno aberta no centro do Brasil.

E eu sigo sendo o príncipe negro fruto de relações divinas de deuses negros, protegido por guardiões velhos e sábios. Caminhando no precipício de viver na borda de um mundo insone. 

Eu sigo sendo um em uma multidão de iguais, tentando não ser igual, sobrevivendo ao absurdo de ser só mais um. 

O futuro é a morte. E eu sou o incesto entre a morte e a vida. Eu sou a base, a coroa, o pó, o cume, o bandido, o herói, o Cão, o Deus. 

E ninguém entende isso. 

Elas passam, se benzem e seguem sendo ninguém. Sendo nada. 

Eu sou a tocha da loucura. O criador e o destruidor. O bandido e a chave. 

Eu sou o que sou e somente isso.

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