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Fantasias deliberadas

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Arte: Gabriela Santos  Criamos, por livre e deliberada vontade, fantasias que distorcem a realidade e colocam-nos em estado de contida histeria. As fantasias crescem, reproduzem-se, povoam nossa mente e coração, influenciando cada célula do nosso corpo, para depois contaminar nosso sensível espírito. Então saímos à rua procurando não a fria e dura realidade, mas quem, com palavras e gestos lisonjeiros, acalente tão esdrúxulas fantasias. Saímos à procura de apoio. E esbarramos em indiferença e espanto daqueles que deviam ser os alimentadores dos nossos "sonhos" fantasiosos. Um dia, inevitável, descobriremos que as nossas vãs fantasias não passaram de tolices produzidas por uma mente ora atormentada ora fugidia e que o melhor é enfrentar a realidade de cara limpa, sem a vergonha do tempo desperdiçado com essas tolas fantasias. Noivados perfeitos, homens e mulheres descendentes de reis e belos como deuses, casas luxuosas, dinheiro sem fim, carros, fortunas divers...

As Crônicas de Nárnia

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A fantasia geralmente acaba sendo mal-interpretada por uma parcela considerável da população, não-leitora, diga-se, por apresentar elementos essenciais que existem em outros mundos. Criaturas híbridas entre homens e animais, entre homens e seres mitológicos; animais falantes e dotados de características humanas; castelos, reis e rainhas; tempo e espaço diferentes; árvores gigantescas e muito expressivas são alguns dos elementos presentes em histórias fantásticas.  E qualquer história desse gênero é comparada às Crônicas de Nárnia , de C. S. Lewis. O compêndio formado por essas crônicas quebra os conceitos da física e da química; mexe nos dogmas religiosos; estabelece a maneira única de contar histórias para crianças e desafia os novos autores a fazer algo tão simples e profundo quanto ele. C.S. Lewis é aquele autor que não está preocupada se o acharão louco ou infantil demais, ele simplesmente escreveu, e estabeleceu, da maneira mais despretensiosa que foi possível, os al...

Dragões de Éter

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A literatura tem uma função muito específica, dentre tantas as possíveis aplicações, - permite que o leitor recrie histórias já ouvidas e que, à sua visão, refaça mundos e personagens. A literatura fantástica, ainda mais que registrar o modo de pensar e de agir de uma determinada época, tem o privilégio de ultrapassar o limite da sanidade e estabelecer paradigmas que, hora ou outra, pode ser empregado na realidade. O Brasil ainda caminha lentamente na formação de uma sociedade leitora e escritora. E ainda mais lentamente na produção de uma geração escritora de fantasia. Temos alguns exemplos bem sucedidos e alguns livros muito bons. Dentre esses, temos a trilogia Dragões de Éter . Os volumes que compõem essa trilogia recriam os contos de fadas em romances únicos em que o amor, a guerra, a traição, as etnias e as aspirações de personagens como Branca de Neve, Peter Pan, João e Maria e as Bruxas são tão distantes dos desenhos cultivados em nossas mentes quanto o são as terras d...

A história do RESUN

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O Restaurante Universitário – RESUN - da Universidade Federal de Sergipe é praticamente um submundo dentro de um universo cheio de contrariedades e rodeado por confusões nem sempre sem sentido.   E como qualquer mundo dotado da espécie humana, esse submundo é deficiente justamente por causa dessa capacidade de abrigar o homem. A história do RESUN, a mais recente e que não contempla as amenidades de gestão em que um político ou outro da Cidade Universitária tenta aparecer mais que o sol ao meio dia em dia de verão, pode ser resumida em: Ele funcionava precariamente com filas enormes e todos os usuários insistiam em ficar escolhendo bandejas metálicas, que supostamente eram ou sujas demais ou limpas de forma razoável, e reclamar da comida. Então, um belo dia, o RESUN é fechado pelos políticos da Cidade Universitária para uma tal “reforma” que durou vários meses. Depois de um tempo quase infinito em que os alunos foram banidos desse submundo, ele voltou a funcionar, sem a “ref...

Repensar de novo, e de novo, pensar

Repensar. Pensar de novo, e de novo, e de novo e de novo. Pensar repetidamente em algo que sai do campo de visão e volta ao centro do mundo sem ao menos deixar acontecer a saudade. Sair por aí, em banho de mar de dia chuvoso, ou em perdidos dias de sol escaldante sobre um asfalto fétido, é simplesmente quebrar a rotina dos "normais" e deixar-se ser o que realmente se quer sem o peso das obrigações que não nos moldam.  Modelos matemáticos que descrevem biquínis, corações, flores e perversões são simplesmente fatos dos quais não se pode escapar, à primeira vista. Modelos que norteiam os gostos não podem ser verdades irrefutáveis, pois mesmo com o melhor gosto do mundo não se pode torná-lo clássico. Do classicismo todos morrem. De novidades também ninguém vive. Repensar. Tornar algo claro é meramente aceitar todos os ângulos pelos quais esse algo é existente, concebido em toda a sua forma. Singularíssimo, mesmo produzido em série.  Pensar de novo. Quantas vezes...