República dos Bananas
A comemoração dos 129 anos da Proclamação da República, ou seja, do golpe militar na monarquia brasileira, que se seguiu por um período ditatorial comandado pelo Marechal de Ferro e que seria o precursor da ditadura sanguinária de meados do século passado, deu-se, em Palmeira dos Índios, ao som da boa música e de poesia dos talentos alagoanos.
Ironicamente, o III Sarau República dos Bananas, na noite de 15 de novembro no Restaurante Novo Oriente - Bar do Ciço -, ocorreu em um período escandaloso para a governança municipal na área cultural. Isso demonstra que, mesmo sob ataque, a cultura não é um processo engessado e dominado por uma gestão ou instituição, mas um movimento deliberadamente revoltoso e revolucionário.
Nesses tempos em que a República nada mais é que uma Fake News e a democracia uma capa para o obscurantismo, o Sarau República dos Bananas mandou seu recado com a qualidade e a dignidade que sobrepõe os programas meramente políticos.
Presentes, a Cia Mestres da Graça, artistas e autores estaduais e locais, como o escritor Luciano José, e o povo, que lotou o Novo Oriente. Só faltou mesmo os representantes eleitos e comissionados - e depois dizem que apoiam o povo e suas manifestações culturais.
Diferente do que ocorreu há 129 anos, somente o povo pode tirar D. Júlio Cézar do poder, daqui a dois anos. E somente D. Júlio Cézar pode retirar a escritora da mesa dos imortais secretários.
À parte o que se cala por medo, há esses registros dessa noite tão agradável:
Fotos e vídeos: III Sarau República dos Bananas, por Rafael Rodrigo Marajá
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