Vem São João, vão-se os turistas




Obra de Antônio Fernandes
A maior festa do nordeste, a festa junina, aproxima-se a passos largos e com a vontade de sempre e de todos os nordestinos de fazer o corpo suar, ainda que a temperatura esteja baixa. E vem com todo o forró, alegria e animação de sempre, embora cada festa seja única e inalienável – nem mesmo a televisão é capaz de deter os nordestinos durantes essas comemorações.
No entanto, é preciso notar que o sucesso popular dos festejos juninos tem sido comprometido pela falta de atenção e descaso de algumas prefeituras que tornam as festas meras elementos cotidianos em que a banalidade destrói todo o charme do forró e da tipicidade desses festejos.
Sem muito esforço, é possível perceber que a falta de infraestrutura de transportes, hospedagem e a duvidável qualidade das atrações não só espantam turistas do município como também faz com que os próprios munícipes procurem alternativas em outras cidades. O resultado imediato é o pouco aproveitamento turístico da cidade – ainda que esta não ofereça nenhum atrativo em dias normais -, pouco ou nenhum faturamento para comerciantes e a invisibilidade da cidade frente a outras cidades e suas respectivas atrações.
Um caso notáel, por exemplo, é o de Palmeira dos Índios – AL, que apesar do clima agradabilíssimo no período, há uma grande dificuldade de chegar à cidade em determinadas horas, poucos lugares para hospedagem e atrações que não são muito atrativas. Com o potencial de ter um faturamento razoável e a oportunidade de se destacar, não há nada que a torne competitiva – ou pelo menos o poder público não quer, contrariamente ao que ocorre em Santana do Ipanema - AL, com o Festival da Juventude, e em Piranhas - AL, com o Forrogaço.
As festas juninas são o exemplo perfeito da cultura nordestina e motivo expresso do orgulho desse povo, mesmo que ocorra problemas como os citados. Mas, sem dúvida, todos ganham quando existe a perfeita ligação entre diversão e trabalho sério e competente.
A largada para a diversão está dada e esse é o momento de colocar as mãos na massa. E mais uma vez, bem-vindo São João (e os turistas, se houver algum).

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